Um indicador de risco de crédito no sistema bancário da zona do euro atingiu seu nível mais alto desde meados de julho, conforme as tensões com o risco de contágio após o colapso de dois bancos dos EUA elevaram as preocupações dos investidores sobre o impacto nos credores do aumento das taxas de juros.
O índice de bancos europeus recuava nesta sessão, embora distante da mínima, quando caiu mais de 1%, um dia após registrar sua maior perda percentual em mais de um ano.
As ações do Credit Suisse recuavam cerca de 2% depois que o banco disse que as saídas de clientes “se estabilizaram em níveis muito mais baixos, mas ainda não foram revertidas” em seu relatório anual de 2022.
E o britânico HSBC perdia cerca de 1% em seu quarto dia consecutivo de perdas. O HSBC comprou o braço britânico do SVB, resgatando um importante credor para start-ups de tecnologia no Reino Unido.
Mais cedo na Ásia, as ações do setor bancário estenderam suas quedas, com as empresas japonesas particularmente atingidas, depois que a ansiedade sobre o risco sistêmico provocou uma derrocada mais ampla nos mercados.
Os esforços de Biden para tranquilizar os mercados e depositantes após medidas emergenciais dos EUA para fortalecer os bancos, dando-lhes acesso a financiamento adicional, não conseguiram dissipar as preocupações dos investidores sobre o potencial contágio para outros bancos em todo o mundo.
“As corridas aos bancos começaram (e) os mercados interbancários ficaram estressados”, disse Damien Boey, estrategista-chefe de ações do banco de investimentos Barrenjoey, com sede em Sydney. “As medidas de liquidez deveriam ter parado essas dinâmicas, mas a Main Street está observando as notícias e as filas – não a engenharia financeira”.
Uma corrida para reavaliar as expectativas das taxas de juros também afetava os mercados, já que os investidores apostam que o Federal Reserve dos EUA relutará em aumentar na próxima semana.
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Os rendimentos de curto prazo na zona do euro caíram novamente, com os investidores apostando que o Banco Central Europeu vai moderar sua política de aperto na reunião de quinta-feira, com chances de um aumento do Banco da Inglaterra na próxima semana também diminuindo.
Yunosuke Ikeda, estrategista-chefe de ações da Nomura Securities, disse que a mudança para expectativas de aumentos do Fed muito menos agressivos também moderou a perspectiva de uma eventual mudança no Japão das taxas de juros ultrabaixas.
Analistas dizem que investidores continuam extremamente preocupados com a saúde dos bancos globais menores, a perspectiva de regulamentação mais rígida e a preferência por proteger os depositantes em detrimento dos acionistas caso outros bancos quebrem.
Uma onda de clientes solicitou a transferência de suas contas de bancos menores para grandes instituições dos EUA, como JPMorgan Chase e Citigroup, após o colapso do SVB na semana passada, informou o Financial Times nesta terça-feira.
Importantes bancos dos EUA perderam cerca de US$ 90 bilhões em valor de mercado de ações ontem (13), elevando sua perda nos últimos três pregões para quase US$ 190 bilhões.