Preços ao consumidor nos EUA têm leve desaceleração em fevereiro

14 de março de 2023
REUTERS/Lucy Nicholson

Inflação ao consumidor dos EUA desacelera ligeiramente em fevereiro

Os preços ao consumidor nos Estados Unidos subiram em fevereiro em meio aos salgados custos de aluguel de moradias, mas economistas estão divididos sobre se o aumento da inflação será suficiente para pressionar o Federal Reserve a aumentar a taxa de juros novamente na próxima semana, após a falência de dois bancos regionais.

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,4% no mês passado, após avanço de 0,5% em janeiro, informou o Departamento do Trabalho hoje (14). Isso reduziu o aumento na base anual para 6,0% em fevereiro, o menor ganho nessa base de comparação desde setembro de 2021. O índice havia subido 6,4% nos 12 meses até janeiro.

O índice atingiu um pico de 9,1% em junho na comparação anual, maior nível desde novembro de 1981.

Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o núcleo do CPI subiu 0,5%, após alta de 0,4% em janeiro. Nos 12 meses até fevereiro, o chamado núcleo da inflação ao consumidor avançou 5,5%, após alta de 5,6% em janeiro.

Economistas consultados pela Reuters projetavam alta de 0,4% tanto para o índice cheio quanto para o núcleo no mês. A inflação mensal está subindo ao dobro da taxa que os economistas dizem ser necessária para levar a inflação de volta à meta de 2% do Fed.

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O relatório de inflação foi publicado em meio à turbulência no mercado financeiro desencadeada pelo colapso do Silicon Valley Bank e do Signature Bank, o que forçou os reguladores a tomarem medidas emergenciais para fortalecer a confiança no sistema bancário.

Também foi divulgado antes da reunião de política monetária do Fed na próxima terça e quarta-feiras, e depois um relatório na sexta-feira passada mostrando que o mercado de trabalho ainda está apertado, mas desaceleração da inflação salarial.

Economistas disseram que o relatório desta terça-feira continua sendo importante para as autoridades, apesar do nervosismo nos mercados financeiros.

O presidente do Fed, Jerome Powell, disse aos parlamentares na semana passada que o banco central dos EUA provavelmente precisaria aumentar os juros mais do que o esperado, levando os mercados financeiros a esperar uma alta de 0,5 ponto percentual na próxima semana.

Mas essa expectativa foi reduzida para 0,25 ponto percentual após o relatório de emprego.

Embora os mercados financeiros ainda esperem nesta terça um aumento de 0,25 ponto percentual, conforme a ferramenta FedWatch do CME Group, o medo de contágio da crise bancária levou alguns economistas, incluindo os do Goldman Sachs, a esperar que o Fed faça na próxima semana uma pausa em seu ritmo mais forte de aperto monetário desde a década de 1980.

O Fed aumentou sua taxa de juros de referência em 4,50 pontos percentuais desde março passado, do nível próximo a zero para a faixa atual de 4,50% a 4,75%.