Ainda na adolescência, Morais decidiu que queria um futuro promissor e que precisava batalhar por ele. Com R$ 300 emprestados, fundou uma loja de discos na Galeria do Rock, também no centro da capital paulista. Ele passou dos vinis para os CDs. Em 2005, quando a música havia se tornado independente de meios físicos, ele percebeu que precisava colocar outro produto nas prateleiras.
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O movimento chamou a atenção da marca internacional. Um representante da Nike notificou Igor que ele precisava de uma autorização para ser autorizado a vender os tênis da marca. Depois de muita conversa, acabou se tornando parceiro da empresa norte-americana. “Em 2005, o streetwear representava menos de 1% das vendas da Nike e hoje ele responde por 80% só no Brasil”, diz Morais. “Foi um crescimento bem relevante e gosto de pensar que fiz parte disso.”
Expansão
De uma loja na Galeria do Rock com o nome de Kings, Morais cresceu para seis unidades, mas o fluxo de caixa sempre foi um grande problema. Para avançar no número de lojas, era preciso ter mais do que o capital de giro. Então ele se perguntava, como crescer sem dinheiro?
“Eu precisava abrir uma loja no shopping para conseguir avançar, mas pra mim isso era um sonho muito distante. Se hoje já é difícil, imagina em 2010 quando tudo era ainda mais caro”, diz o empresário.
Sua estratégia foi entrar em contato com alguns conhecidos da Galeria do Rock, como os cantos Projota e Emicida, na época menos famosos que hoje, propondo fazer uma tarde de autógrafos na unidade. “No primeiro dia de autógrafos apareceram duas mil pessoas e a loja se tornou a mais conhecida do shopping”, diz Morais. “Consegui me capitalizar e comprar minha primeira loja na Zona Leste, onde a marca é muito forte até hoje.”
Em pouco tempo, o empresário já estava fazendo o seu plano de franquia, buscando ter ainda mais capital para tocar os seus negócios já existentes. Hoje, a empresa conta com dez unidades próprias e 130 franqueados, dos quais 50 foram inaugurados durante o ano passado e devem maturar neste ano.
Para ele, o segredo do sucesso é o microgerenciamento que a empresa faz com cada um dos seus franqueados, seja ele de São Paulo ou de Manaus.
Em sua visão, o faturamento de R$ 220 milhões no ano passado, cerca de R$ 3 milhões por unidade no conceito SSS (Same Store Sales), ficou abaixo do ideal. Para 2023, a projeção é crescer 25%, para cerca de R$ 275 milhões e abrir lojas para outros 30 franqueados pelo menos.