Empresa americana capta US$ 70 milhões para ser banco dos influenciadores
Emmy Lucas, Forbes EUA
25 de julho de 2023
Divulgação
Cofundadores da Karat Financial, Eric Wei e Will Kim
A creators economy, também conhecida como a economia dos influenciadores, continua crescendo. De acordo com a estimativa do banco Goldman Sachs, o valor de mercado total endereçável do setor gira em torno de US$ 250 bilhões.
Apesar de sua escala, muitos criadores têm problemas para obter financiamentos, adquirir crédito pessoal e administrar suas finanças. Os bancos normalmente veem o trabalho autônomo como uma renda inconsistente. Pensando nisso, os cofundadores Eric Wei e Will Kim estão apostando que sua empresa Karat Financial pode ajudar as estrelas das mídias sociais a controlar suas finanças.
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“Você pode ser um YouTuber que literalmente ganha milhões de dólares, entrar em um banco e ser tratado como lixo”, diz Wei, que notou o problema pela primeira vez enquanto trabalhava com criadores como gerente de produto no Instagram.
Em 19 de julho, a Karat – que oferece cartão de crédito e serviços bancários para pessoas que vendem via mídia social – anunciou que captou US$ 70 milhões, incluindo uma rodada Série B de US$ 40 milhões liderada pela SignalFire e US$ 30 milhões em financiamento de dívida da TriplePoint Capital.
Além disso, celebridades como Will Smith, o streamer de videogame Ludwig Ahgren e o chef do YouTube Nick DiGiovanni também investiram no negócio. A rodada eleva o valor de mercado da Karat para mais de US$ 100 milhões.
Ao mesmo tempo, Wei e Kim anunciaram um novo cartão bancário em parceria com a Visa que ajudará os criadores a estabelecer melhor o histórico de crédito pessoal, em comparação com seu produto atual, que é um cartão de crédito comercial.
Trajetória
Fundada em 2019, a Karat, com sede em Los Angeles, remunera a popularidade. No lugar das pontuações de crédito tradicionais, a Karat oferece linhas de crédito com base na influência social de cada criador – levando em consideração a base de seguidores em aplicativos como Instagram, YouTube e Twitch. “Grandes bancos e empresas de cartão ainda não se mudaram para o espaço do criador porque ainda o veem como algo realmente de nicho e pequeno – não vale a pena desenvolver esse novo modelo de subscrição”, diz Wei.
Wei e Kim dizem que usarão a nova rodada de capital para aumentar o tamanho e as ofertas de produtos da Karat para tornar a empresa a única escolha para as necessidades financeiras dos criadores.
“Vivemos em um mundo que usa um banco para guardar dinheiro, outro cartão para gastar dinheiro, um sistema de gerenciamento de despesas para rastrear recebimentos – é uma bagunça completa e temos a oportunidade de construí-lo desde o início”, diz Kim, que foi listado na Forbes 30 Under 30 de 2022.
O novo cartão permite que os usuários criem crédito pessoal e tenham acesso a eventos de entretenimento e colaborações com marcas, além de proteção de compras e suporte fiscal. A nova arrecadação de fundos também ajudará a empresa a financiar um produto de empréstimo que dá aos criadores crédito avançado para pagamentos de patrocínio.
Embora Wei e Kim não compartilhem sua base de usuários, a dupla diz que seus clientes aumentaram cinco vezes desde sua Série A de US$ 4,6 milhões em 2021 e que os titulares de cartões têm mais de 1 bilhão de seguidores de mídia social combinados. “Estamos em um ponto em que cada pessoa que encontramos conhece um de nossos clientes”, afirma Wei.
Para eles, o objetivo em longo prazo é escalar a Karat além da economia do criador para se tornar o parceiro financeiro de artistas, criativos e freelancers dentro e fora das mídias sociais.
“Vimos, nos últimos 10 anos, toda essa peça do criador se desenvolver de um nicho para uma indústria que é a economia do criador”, diz Wei. “Vai ser apenas a economia, ponto final.”