“O Banco Central, quando comparado com outros bancos centrais em outros países, trouxe a inflação para baixo com um custo muito pequeno de PIB, um custo muito pequeno de crescimento e um custo muito pequeno de desemprego”, disse em audiência pública no Senado.
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“A gente tem uma desancoragem gêmea. Eu digo que inflação vai ser baixa na frente, mas o mercado nem sempre acredita. Por outro lado, o governo diz que vai fazer um fiscal melhor na frente, mas o mercado não coloca isso no preço”, afirmou.
Para o presidente do BC, o avanço de medidas prometidas pelo governo para ampliar receitas públicas tendem a melhorar o quadro fiscal, impactar positivamente a inflação e, por consequência, reancorar as expectativas monetárias.
“Isso significa que vamos ter juros menores lá na frente, a gente vai poder cair mais os juros à medida em que isso vá acontecendo”, destacou.
Na apresentação aos senadores, ele ponderou que a inflação do setor de serviços ainda preocupa, que não tem caído como em outras áreas da economia e ainda apresenta elevados núcleos (elementos menos sujeitos à volatilidade).
Segundo Campos Neto, a autarquia tem atuado de forma autônoma e técnica para cumprir suas missões.
Na semana passada, o Comitê de Política Monetária do BC deu início ao processo de redução da taxa básica Selic, com corte de 0,50 ponto percentual, para 13,25% ao ano. Ao mesmo tempo, sinalizou a intenção de promover novas reduções de meio ponto percentual nos próximos encontros.
Campos Neto também criticou o nível do crédito direcionado no país, hoje na casa dos 41% do total dos financiamentos, o que reduz a potência da política monetária.
“Em momentos em que o crédito direcionado baixou, a taxa de juros estrutural foi mais baixa”, disse.
Extinção do rotativo do cartão de crédito
A solução para o problema dos juros elevados e da inadimplência do cartão de crédito no Brasil deve passar pela extinção do crédito rotativo, disse Roberto Campos Neto.
Segundo ele, a solução deve ser apresentada em até 90 dias.