Porém, foi fora das quadras que Jordan se destacou e se tornou muito mais rico do que qualquer outro atleta do planeta, ganhando estimados US$ 2,4 bilhões (antes de impostos) ao longo de sua carreira com marcas como McDonald’s, Gatorade, Hanes e, é claro, a Nike, onde seu mais recente cheque anual de royalties foi de cerca de US$ 260 milhões.
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Isso o coloca em um patamar raro. Com um patrimônio líquido estimado de US$ 3 bilhões, Jordan entrou para a lista The Forbes 400, marcando a primeira vez que um atleta profissional é classificado entre as pessoas mais ricas dos Estados Unidos.
“Michael é uma das poucas pessoas que tiveram sucesso três vezes”, diz Ted Leonsis, proprietário do Washington Wizards, Mystics e Capitals, que já fez parceria com Jordan em vários investimentos e propriedades esportivas no passado. “Muitos empreendedores têm sucesso uma vez. Eles têm uma grande vitória, pegam seus ganhos, se aposentam e [nós] nunca mais ouvimos falar deles, ou tentam algo pela segunda vez e não dá certo. Ele teve três mega sucessos”, referindo-se ao impacto de Jordan como jogador, proprietário e ao crescimento da marca Air Jordan na Nike.
A perspectiva de um atleta profissional se tornar bilionário ainda é baixa; apenas três indivíduos já conseguiram isso. Jordan foi o primeiro a alcançar esse marco em 2014, e LeBron James e Tiger Woods seguiram desde então, fazendo isso enquanto suas carreiras ainda estão ativas.
No entanto, entrar no clube dos bilionários requer uma combinação perfeita de circunstâncias favoráveis. Ou, como Mark Cuban, bilionário proprietário do Dallas Mavericks, coloca: “[os atletas] precisam ter muita sorte”. Mas isso parece estar longe de ser o caso para Jordan, que teve sucesso desde seu primeiro momento na NBA.
Trajetória
Quando o primeiro tênis Air Jordan foi lançado no final de sua temporada de estreia em 1985, a Nike esperava vender US$ 3 milhões em mercadorias, segundo um estudo de 2023 da Temple University. Dois meses depois, a marca tinha US$ 70 milhões em vendas e US$ 100 milhões até o final do ano.
Jordan inicialmente assinou um contrato de cinco anos, ganhando US$ 500 mil anualmente mais royalties. Em seu último relatório anual, a Nike informou US$ 6,6 bilhões em receita atacadista anual para a marca Jordan, um aumento de 28,6% em relação ao ano anterior.
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Logo após sua segunda aposentadoria da NBA em 1998, Jordan começou a se afastar da vida de garoto-propaganda. Segundo a ESPN, ele fez ofertas falhas para comprar o Hornets (que mais tarde se tornou o New Orleans Pelicans) e o Milwaukee Bucks. Jordan eventualmente se juntou a um grupo de proprietários liderado por Leonsis que comprou o Washington Capitals da NHL e 44% do Washington Wizards, e ele assumiu o cargo de presidente de operações de basquete sob o então proprietário majoritário, Abe Pollin.
“Ele era uma esponja”, diz Leonsis, que lembra de Jordan sendo muito curioso e fazendo muitas perguntas. Desde a venda de patrocínios até anúncios, Leonsis compartilhou o que sabia sobre o negócio dos esportes. “No final das contas, ele estava mais certo do que eu, que era se você tem um grande time e jogadores estrelas, é fácil vender ingressos, camarotes e patrocínios.”
Em 2006, Jordan adquiriu uma participação minoritária no Charlotte Bobcats e, quatro anos depois, tornou-se o primeiro ex-jogador da NBA a se tornar proprietário majoritário em um acordo financiado principalmente por dívida, que avaliou a franquia em US$ 175 milhões, uma queda considerável em relação aos US$ 300 milhões iniciais que o fundador da BET, Robert L. Johnson, pagou pela equipe de expansão em 2003.
Apesar de sua natureza ultra competitiva, o sucesso em quadra nunca veio para os Hornets de Jordan (a equipe abandonou o nome Bobcats em 2014), perdendo na primeira rodada dos playoffs da NBA três vezes nos últimos 13 anos.
Porém, isso não impediu Jordan de surfar na onda de valorização acelerada das franquias esportivas. Em 2019, ele vendeu 20% para o fundador da Melvin Capital, Gabe Plotkin, e o fundador da D1 Capital Partners, Daniel Sundheim, a uma avaliação de US$ 1,5 bilhão. A equipe eventualmente foi vendida pelo dobro desse preço quando Jordan cedeu o controle majoritário para Plotkin e outro fundador de hedge fund, Rick Schnall, há dois meses.
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No que diz respeito às equipes da NBA, apenas o Phoenix Suns foi vendido por um valor maior – quando o CEO da United Wholesale Mortgage, Mat Ishbia, comprou a franquia por uma avaliação de US$ 4 bilhões no início deste ano.
“Agora as pessoas pensam: ‘Bem, se Charlotte foi vendida por X, e estou em um mercado maior e faço mais receita, isso deve significar que minha equipe vale Y'”, diz Leonsis. “Ele fez um acordo realmente bom e isso ajuda a todos. Se ele tivesse feito um acordo de liquidação, as pessoas não estariam felizes com ele.”
Jordan manteve uma pequena participação nos Hornets, o que o deixará conectado ao basquete, enquanto busca por seu próximo empreendimento comercial.
Outros investimentos
Para o próximo desafio de Jordan, Leonsis espera que a NASCAR ocupe um lugar maior em sua vida comercial. Em 2020, Jordan cofundou a equipe da Cup Series 23XI Racing com o piloto da Joe Gibbs Racing, Denny Hamlin. “Aposto que isso vai acabar sendo um ótimo negócio para ele também”, diz Leonsis. “É sua competitividade e desejo de vencer”.