A ideia surgiu em um momento difícil para o executivo, que trabalhava com consultoria na Bain & Company. Após passar por alguns burnouts, ele decidiu deixar a companhia. Seu chefe o aconselhou a tirar três meses de descanso para analisar a decisão. Nesse período, Santana não descansou. Ao contrário, criou coragem para tirar um velho projeto do papel, algo que tinha vontade de fazer há tempos. “Para mim, empreender é muito mais complexo do que fazer parte de uma corporação. Sem você o negócio não funciona e isso é assustador”, afirma.
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Em meio à pausa “forçada”, ele precisou ir a uma festa infantil, mas não fazia ideia do que dar de presente. “Eu não tenho filhos, não sei o que uma criança gosta e, sinceramente, sempre achei esse processo de dar presentes para as crianças muito falho. Porém, na época ainda não sabia como mudar isso”, diz Santana.
“Para descobrir se era viável o meu produto, eu ligava para buffets de festa, que me passavam sua lista de contatos de festas confirmadas. Ao ligar para esses números, eu entrei em pânico. Ninguém queria fazer listas de presentes e aquele foi meu primeiro balde de água fria como empreendedor”, afirma. “A minha opção foi mudar de direção.”
Assim, em 2018, com o mesmo site que usava para desenvolver as listas, Santana começou a fabricar convites com confirmação de presença para essas festas, formato que chamou a atenção da lista de contatos que ele havia construído. Assim, ele apostou na tecnologia, trouxe o seu primeiro funcionário, que logo se tornou sócio, e transformou o seu site no melhor ranqueado do Google para a pesquisa de “convites” e suas variações.
Com isso, o interessado entrava no site em busca de convites para sua festa e era recebido com um sistema de confirmação para auxiliar naquele evento. A empresa, na época apenas focada nisso, foi batizada de FestaLab.
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“Em menos de um ano, nós já estávamos fazendo 170 mil eventos todos os meses, sem gastar um centavo com marketing”, afirma Santana. “Foi nesse momento que recebemos proposta de investidores como o Canary, que queria aportar no nosso negócio.”
Com dinheiro para desenvolver o negócio de forma mais rápida, a empresa chegou em janeiro de 2020 fazendo 210 mil eventos. Dois meses depois, porém, veio outro balde de água fria: a pandemia. Os eventos caíram a zero. Porém, a ideia da plataforma de presentes, que não havia saído da cabeça do executivo, começou a parecer uma opção para fugir da falência, que parecia iminente.
A primeira tentativa foi criar um marketplace de presentes para casamentos, que eram maioria nos eventos da FestaLab. O projeto deu certo, mas na hora de captar investimentos, Santana percebeu que não era um recorte tão atrativo para os fundos de Venture Capital, principalmente por seu tamanho.
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“Imagina, você quer dar um presente para alguém. Você vai em um ecommerce, compra o produto e entrega em mãos. Se a pessoa não gostar, ela não tem como trocar, porque precisa te contatar para fazer o processo pela sua conta. Caso você queira enviar para a casa da pessoa, é preciso ter o endereço e todos os dados corretos. Ou seja, é um processo muito complexo. Com a Vinklo, a gente solucionou todas essas questões”.
De acordo com o executivo, a plataforma funciona de forma intuitiva. Você procura por “presente para crianças de dois anos”. Lá, vão aparecer as opções mais compradas pelos usuários. Ao selecionar o produto e comprá-lo, você envia o link por Whatsapp para a pessoa que, ao receber, tem a opção de receber em casa, adicionando o seu endereço, ou simplesmente trocar por outra coisa na hora, revertendo o valor em créditos.
Com pouco tempo de vida, a Vinklo já atingiu a lucratividade e espera faturar, em 2024, pelo menos duas vezes mais do que em 2023.