Vendas no varejo do Brasil sobem mais que o esperado em janeiro

14 de março de 2024

A consolidaçã0 do varejo é impulsionada pela expectativa de melhoria gradual nas condições macroeconômicas, pela baixa inflação e pela redução das taxas de juros

Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil

Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil

O setor de varejo do Brasil iniciou 2024 com o maior aumento no volume de vendas em um ano e bem acima do esperado, recuperando o ritmo após a fraqueza vista do final do ano passado, em meio a um cenário econômico mais favorável.

As vendas varejistas avançaram 2,5% em janeiro na comparação com o mês anterior, depois de uma queda de 1,4% em dezembro, resultado mais forte desde janeiro de 2023 (+2,5%).

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O dado do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado nesta quinta-feira ficou bem acima da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,2%.

Em relação ao mesmo mês do ano anterior, as vendas apresentaram avanço de 4,1%, contra expectativa de alta de 1,3%.

Em janeiro, o setor operava 5,7% acima do patamar pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020, e 0,8% abaixo de seu nível recorde, alcançado em outubro de 2020

O setor varejista fechou 2023 com alta das vendas. Segundo os dados do PIB, o consumo das famílias teve no ano passado aumento de 3,1%.

Para este ano, especialistas avaliam que o mercado de trabalho ainda aquecido e uma inflação comportada devem favorecer as vendas, embora os juros elevados ainda pesem, mesmo diante do afrouxamento monetário promovido pelo Banco Central.

Entre as oito atividades pesquisadas, cinco apresentaram aumento das vendas em janeiro. Os destaques foram os ganhos de 8,5% de tecidos, vestuário e calçados e de 6,1% de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, que exerceram as principais influências sobre o resultado total do comércio varejista.

“Setorialmente, os resultados vieram com muita amplitude de crescimento em setores que tiveram queda grande no Natal, depois de concentrar as vendas na Black Friday”, explicou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

O setor de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que tem o maior peso na pesquisa, apresentou alta de 0,9% nas vendas e marcou o terceiro mês seguido no azul.

“Há uma influência do componente inflacionário e também do maior consumo das famílias, especialmente de alimentos e bebidas”, disse Santos.

O comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, cresceu 2,4% em janeiro sobre o mês anterior, com alta de 2,8% em veículos.