Nesta sexta-feira (21), a Bybit foi vítima de um dos maiores hacks de criptomoedas já registrados, com hackers supostamente roubando mais de US$ 1,4 bilhão (R$ 7,98 bilhões) em Ethereum (ETH) da carteira fria da corretora. Segundo o cofundador e CEO da Bybit, Ben Zhou, o invasor explorou uma interface e uma URL “mascaradas”, enganando os assinantes da carteira para que aprovassem, sem perceber, uma transação maliciosa.
Isso permitiu que o hacker alterasse a lógica do contrato inteligente e assumisse o controle da carteira fria de ETH, esvaziando seus fundos. Enquanto o incidente segue sob investigação, Zhou tranquilizou os usuários afirmando que as outras carteiras frias continuam seguras e que os saques permanecem operacionais.
A Reação do Mercado
Após o anúncio do episódio, o mercado de criptomoedas reagiu com forte volatilidade. Inicialmente, especulou-se que a Bybit precisaria recomprar ETH na proporção de 1:1 para compensar os usuários afetados, o que poderia impulsionar significativamente o preço da criptomoeda. Essa especulação fez com que o ETH se recuperasse momentaneamente após uma queda inicial. Dados do CMC mostram que o ETH caiu de US$ 2.828 (R$ 16.119) para US$ 2.708 (R$ 15.435), uma queda de 4,2%, antes de se recuperar 3,36%, atingindo US$ 2.759 (R$ 15.722) em apenas 10 minutos.
No entanto, mais tarde, Zhou esclareceu em uma transmissão ao vivo que a Bybit havia garantido um empréstimo-ponte cobrindo 80% do ETH perdido e não tinha planos imediatos de comprar grandes quantidades de ETH no mercado à vista. Isso levou a uma rápida mudança de sentimento, tornando o mercado pessimista em meio a preocupações com a pressão de venda por parte do hacker e uma maior aversão ao risco entre os investidores. O Bitcoin, no entanto, tem queda de cerca de 5% após o ocorrido.
Vendas do Hacker?
O crimonoso agora possui mais de 500 mil ETH — mais do que o cofundador da Ethereum, Vitalik Buterin, que tem 240 mil. O ETH roubado foi distribuído em 53 carteiras, que estão sendo monitoradas ativamente por equipes de segurança blockchain e auditoria de contratos inteligentes. Dado o grande destaque do ataque, vender uma quantidade tão grande de ETH representa um desafio. As carteiras estão sendo rastreadas em tempo real, tornando difícil para o hacker se desfazer dos fundos sem ser detectado.
Além disso, as condições atuais do mercado não são favoráveis para liquidar uma quantia tão grande de ETH. Se o hacker vendesse em larga escala, isso provavelmente desencadearia uma grande queda no mercado — semelhante ao que aconteceria se Vitalik Buterin despejasse seus ativos, mas em uma magnitude duas vezes maior. No entanto, como o hacker adquiriu a criptomoeda essencialmente a custo zero, obter o preço mais alto de venda pode não ser sua prioridade.
Consequências para o ETH
O hack aconteceu no mesmo período do ETHDenver, uma das maiores conferências anuais do ecossistema Ethereum, onde projetos normalmente anunciam atualizações importantes e novos lançamentos. Historicamente, o ETHDenver tem sido um evento otimista para o mercado, com projetos do ecossistema revelando seus mais recentes avanços.
No entanto, o sentimento na comunidade Ethereum tem sido fraco nas últimas cinco semanas, agravado por controvérsias internas, críticas a Vitalik Buterin e preocupações sobre o futuro da Ethereum Foundation. O hack piora ainda mais esse cenário, lançando um tom pessimista sobre um evento que normalmente impulsionaria um movimento positivo para o ETH.
Mais Volatilidade Vem Aí
O mercado de criptomoedas está atualmente em um estado hipersensível, com os traders reagindo de forma acentuada a qualquer notícia—seja factual ou especulativa. Rumores, como a falsa suposição de que a Bybit compraria ETH para cobrir as perdas, já demonstraram seu potencial de provocar grandes oscilações nos preços.
Com a incerteza em alta, os traders devem ter cautela, especialmente ao utilizar alavancagem. À medida que mais detalhes sobre o hack surgirem e os participantes do mercado avaliarem os possíveis efeitos colaterais, é provável que ocorram movimentos significativos nos preços nos próximos dias.
