10 mulheres mais poderosas do mundo de 2018

4 de dezembro de 2018

1. Angela Merkel, Chanceler da Alemanha Angela Merkel conseguiu superar várias crises na zona do euro, mas o voto britânico para deixar a UE representa agora seu maior desafio.

Você sentiu o mundo tremer? O poder mudou em todo o globo neste ano, quando as mulheres derrubaram os muros e galgaram posições mais significativas. Com isso, vimos uma nova classe de líderes disruptivas tomando lugares na nova edição do ranking As Mulheres Mais Poderosas da FORBES. Mas também vemos várias mulheres no topo cujo poder está sendo desafiado. O meio do caminho é onde a coisa está se tornando mais interessante. Elas estão dando passos largos e pavimentando suas trajetórias para o escritório da esquina – ou o seu próprio escritório – em posições mais altas de liderança.

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Nunca houve tanta luz sobre as líderes do sexo feminino e a necessidade de diversidade. De #MeToo e #TimesUp a ‘We Too’, um termo usado recentemente para descrever a ascensão das vozes das mulheres nas Nações Unidas em 2018, elas estão se mobilizando para que mudanças ocorram. As mulheres dessa 15ª lista estão entre as mais duronas e inteligentes que o mundo tem hoje. Elas estão criando soluções para alguns dos maiores problemas do mundo e deixando sua marca na humanidade.

A chanceler alemã Angela Merkel mantém o 1º lugar pelo oitavo ano consecutivo. Embora tenha renunciado recentemente como chefe da União Democrata-Cristã (CDU) e não esteja concorrendo à reeleição em 2021, sua liderança na maior economia da Europa faz dela a líder feminina do mundo livre. E, apesar de os próximos três anos serem marcados pela incerteza, ela pode tanto ser um patinho manco quanto uma líder determinada a deixar um legado – o que é mais provável. Com seu futuro decidido, Angela pode focar na tenacidade que demonstrou ao navegar na turbulência econômica e política para curar as fissuras e criar uma União Europeia mais integrada.

Theresa May herdou a turbulência Brexit do ex-primeiro-ministro David Cameron, quando ele renunciou após o referendo do Reino Unido para deixar a UE foi decidido. Ela passou incansavelmente os últimos dois anos negociando a saída, enfrentando uma reação de facções pró e anti europeias em seu próprio partido e na oposição. Com o seu plano de saída aprovado pelos líderes europeus, a mudança histórica está um passo mais próxima da realidade. May agora está trabalhando para obter a aprovação do Parlamento, prometendo lutar por uma Grã-Bretanha unificada e, em suas próprias palavras, “um Brexit que cumpre o resultado do referendo”.

Christine Lagarde, diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), ficou em 3º lugar na lista contra o 8o no ano passado e se consolida como uma força estabilizadora que defende a redução dos conflitos comerciais globais. Completando o Top 5 estão a CEO da GM, Mary Barra (4º lugar), e a presidente e CEO da Fidelity, Abigail Johnson (5º).

Destaque, ainda, para a saída de Hillary Clinton da lista, dona da 65ª posição em 2017. Enquanto sua surpreendente derrota para Donald Trump na eleição presidencial dos EUA em 2016 estimulou um aumento de mulheres candidatas a cargos públicos, sem um papel político ativo ou uma turnê de livro para mantê-la no cenário, Hillary perdeu seu lugar este ano. Nikki Haley (42º lugar em 2017), embaixadora que deixou Trump pela ONU, também perdeu seu lugar, causando uma lacuna entre os líderes políticos nos EUA, apesar do recorde de 110 mulheres eleitas para o Congresso nas eleições de novembro de 2018.

Em uma dramática queda política, a líder de Mianmar, Aung San Suu Kyi (33º lugar no ano passado), foi excluída da lista. Com seu insondável apoio à crise dos refugiados do povo muçulmano Rohingya, ela perdeu o respeito e o apoio dos líderes globais.

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Ao mesmo tempo, há acontecimentos brilhantes, como nomeações significativas de mulheres líderes em países conservadores, que enviam uma mensagem de que é hora de levar a igualdade de gênero a sério. Este movimento traz à lista as recém-chegadas Ana Brnabic (em 91º lugar), a primeira mulher e primeira ministra abertamente gay da Sérvia, e Zewde Sahle-Work (97º lugar), a primeira mulher eleita como primeira-ministra da Etiópia. Enquanto isso, a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, continua sendo uma nova voz na defesa das famílias e na regulamentação da paternidade e da maternidade no trabalho – seu companheiro fica em casa para cuidar da filha pequena do casal e ela está levando o tema às assembleias da ONU.

As mulheres agora representam perto de 20% dos cargos de presidentes, ministros de governo e assentos parlamentares em todo o mundo. Claramente, ainda há um caminho a percorrer para alcançar maior representação, mas essa proporção é melhor do que os 5% de posições de CEO que elas detêm.

A CEO da PepsiCo, Indra Nooyi (11º lugar em 2017), deixou o cargo em outubro, após 12 anos de liderança na empresa. Esse desligamento a deixou fora do novo ranking. Meg Whitman também deixou sua posição de CEO da Hewlett Packard em fevereiro. Ambas as executivas foram substituídas por homens, aumentando o vazio das mulheres no comando das corporações globais. Mas em uma jogada empreendedora, Meg se juntou à nova startup de vídeos móveis de Jeffrey Katzenburg, Quibi, como CEO em março, o que a manteve na lista, na 80ª posição.

Gail Boudreaux, em 12º lugar, é destaque por ser a recém-chegada à lista mais bem colocada. Desde que foi nomeada CEO da Anthem, a segunda maior seguradora de saúde dos EUA, em 2017, concluiu as aquisições da 1st Choice, HealthSun e Aspire Health. Gail é outro caso de retorno ao poder, uma vez já esteve na lista anos antes como presidente da UnitedHealthcare.

O dínamo da indústria aeroespacial e de defesa Marillyn Hewson, em 9º lugar, aparece no Top 10 graças a sua liderança inovadora na Lockheed Martin. Como a maior fornecedora do governo, com US$ 1 bilhão em contratos em 2018, a empresa está pronta para o crescimento à medida que Trump pressiona por aumento nos gastos militares.

A vice-presidente de operações do Facebook, Sheryl Sandberg, na 11a posição, caiu do Top 10 este ano com as críticas sobre como a rede social lidou com a interferência eleitoral ganhando força e relatos de seu suposto envolvimento em um plano para desacreditar George Soros. A falta de transparência da empresa e de Sheryl ocorre em um momento em que outros líderes do setor de tecnologia abordam a privacidade de dados mais publicamente. No entanto, a reação a suas supostas táticas revela outro duplo padrão, segundo o qual as líderes do sexo feminino devem exibir apenas as habilidades sutis associadas à liderança.

Ainda no mundo da tecnologia, há várias representantes femininas nas diretorias executivas. A CFO da Microsoft, Amy Hood, em 28º lugar, ajudou no desenvolvimento de 57 negócios. Belinda Johnson, na 69a posição, ganhou 27 lugares na lista deste ano com sua promoção a COO do Airbnb. Ela agora está gerenciando o crescimento da plataforma de viagens de US$ 31 bilhões, que está se preparando para o tão aguardado IPO em 2019. A novata Anne Wojcicki, em 92º lugar, co-fundadora e CEO da startup de biotecnologia 23andme, junta-se a sua irmã Susan Wojcicki (7º lugar), CEO do YouTube, fazendo com que essa seja a primeira vez em que duas CEOs irmãs aparecem a lista.

Os investidores estão sendo cada vez mais reconhecidos por alimentar o ecossistema de tecnologia. A recém-chegada Kirsten Green (nº 89), fundadora da Forerunner Ventures, está mudando o cenário do capital de risco com o último aporte de US$ 360 milhões de sua empresa, um dos maiores já levantados por uma companhia fundada por mulheres. Solina Chau Hoi Shuen (nº 73) tem múltiplas esferas de influência de investimento. Como diretora da Li Ka Shing Foundation, ela investiu bilhões na região da Grande China. Ela também cofundou a Horizons Ventures, em 2002, com uma parceira. A empresa foi uma das primeiras a investir em startups de tecnologia, do Facebook ao Waze.

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Um número considerável de mulheres subindo ou entrando na lista pela primeira vez mostra que elas estão criando suas próprias regras de poder. Taylor Swift, aos 28 anos, em 68o lugar, é a mais jovem da lista. Com seu novo contrato de gravação, a cantora pop está redefinindo a maneira como os músicos são pagos – tanto para ela quanto para os outros. Shonda Rhimes, novata na 74ª posição, levou “Shondaland”, seu blockbuster apresentado nas noites de quinta-feira na ABC para a Netflix, fazendo história ao se tornar uma das primeiras produtoras a assinar um um contrato exclusivo de oito dígitos com o serviço de streaming. Serena Williams entrou na lista no 79º lugar. Depois de conquistar seu 23º Grand Slam no ano passado, grávida, ela voltou forte em 2018, provocando a indústria de tênis com suas jogadas e vestimenta.

Para fazer o levantamento das Mulheres Mais Poderosas, FORBES utiliza quatro critérios: dinheiro (valor líquido, receitas da empresa, ativos ou PIB); presença de mídia; esferas de influência; e impacto, analisado tanto o contexto da área de cada uma delas (mídia, tecnologia, negócios, filantropia/ ONGs, política e finanças) quanto fora dele. Este ano, com a ajuda da plataforma de percepção social Captiv8, incluímos o poder da mídia social no critério que se refere a ela e na composição da pontuação da influência.

Os Números

As mulheres da 15ª lista anual de Mulheres Mais Poderosas da FORBES representam a liderança feminina em seis categorias: líderes empresariais, empreendedoras, investidoras, cientistas, filantropas e CEOs. 29 países estão representados, incluindo quatro novos: Holanda, Etiópia, Indonésia e Sérvia. Há 13 líderes mundiais e uma monarca, a rainha Elizabeth (nº 26), que também é a mulher mais velha da lista. No total, 20% é de recém-chegadas. Existem 13 fundadoras, 26 CEOs (cinco das quais também são fundadoras), cinco CFOs e três COOs. Juntas, elas exercem influência sobre mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo e controlam ou influenciam quase US$ 2 trilhões em receitas.

Veja, na galeria de fotos abaixo, as 10 mulheres mais poderosas da lista:

1. Angela Merkel, Chanceler da Alemanha Angela Merkel conseguiu superar várias crises na zona do euro, mas o voto britânico para deixar a UE representa agora seu maior desafio.
2. Theresa May, primeira-ministra do Reino Unido A primeira-ministra britânica fez uma turnê nacional para apoiar o Brexit, que dividiu a Grã-Bretanha.
3. Christine Lagarde, diretora do FMI Christine pediu aos governos que evitassem o protecionismo, acrescentando que não há vencedores em uma guerra comercial global.
4. Mary Barra, presidente e CEO da General Motors Com ela, a GM obteve um lucro de US$ 21,5 bilhões desde 2014.
5. Abigail Johnson, presidente e CEO da Fidelity Investments A Fidelity é o quarto maior gestor de ativos do mundo. Mas Abigail, uma administradora com MBA em Harvard que ingressou na Fidelity como analista em 1988, deve executar um complicado equilíbrio para proteger suas margens e participação de mercado.more
6. Melinda Gates, copresidente da Fundação Bill & Melinda Gates Durante o ano passado, a Fundação Bill & Melinda Gates construiu uma empresa de biotecnologia sem fins lucrativos em Boston com um orçamento de US$ 100 milhões. O Instituto de Pesquisa Médica Bill & Melinda Gates terá como objetivo o desenvolvimento de novos medicamentos e vacinas para malária, tuberculose e diarréia, que juntos respondem por 2,6 milhões de mortes por ano no mundo, muitas delas de crianças.more
7. Susan Wojcicki, CEO do YouTube De acordo com Susan, a chave para melhorar a diversidade é promover grupos liderados por funcionários dentro de uma organização, como mulheres e grupos étnicos, e garantir que eles tenham apoio.more
8. Ana Botin, presidente do Banco Santander SA Ana lançou recentemente o Santander X para apoiar o empreendedorismo universitário e ajudou a criar a primeira plataforma blockchain do país.more
9. Marillyn Hewson, CEO da Lockheed Martin Durante seu mandato de 20 meses, o preço das ações da Lockheed Martin dobrou para o seu nível mais alto já que os investidores responderam a uma estratégia cuidadosamente executada de recompensar os acionistas, melhorar as relações com os clientes e investir em novas oportunidades. more
10. Ginni Rometty, CEO da IBM A aquisição da Red Hat por US$ 33,4 bilhões pela IBM com o objetivo de criar uma usina de nuvem híbrida sinaliza uma grande mudança na indústria de computação em nuvem. Ginni classifica a tecnologia como "um mercado emergente de US$ 1 trilhão".more