Tesouro Selic: um investimento simples e para as mulheres do amanhã

29 de maio de 2020
D3sign/Getty Images

A porta de entrada para muitas mulheres no mundo dos investimentos é o Tesouro Selic

O que eu considero mais incrível no mundo dos investimentos é que ele não traz apenas crescimento do nosso patrimônio. Investir nos obriga também a buscar novas informações e aprendizados. É nessa hora que, muitas vezes, travamos no economês o “idioma” do mercado financeiro, que desperta dúvidas e insegurança na hora de aplicar as economias.

Este artigo se propõe a ajudá-la a entender de uma vez por todas “o que são, onde vivem e do que se alimentam” os principais produtos da reserva de emergência: Tesouro Selic, CDB e Fundos DI.

O número de mulheres que tem tomado a direção das suas vidas financeiras segue em ascensão. Na Bolsa de Valores (B3), chegamos a 500 mil neste ano, segundo informações divulgadas em maio. Este dado retrata mais do que um crescimento feminino no mercado de capitais, ele significa poder de escolha e autonomia para mais mulheres. Mas efetivar todo esse poder que a prática de investir nos oferece demanda entendimento sobre as ferramentas que operam a mágica dos juros compostos.

A porta de entrada para muitas mulheres no mundo dos investimentos é o Tesouro Selic, o pretinho básico da carteira de investimentos de toda mulher que toma conta do seu dinheiro.

O Tesouro Selic é um dos títulos públicos negociados na plataforma do Tesouro Direto e, por isso, um dos investimentos mais seguros do mercado. Ele tem sua rentabilidade atrelada à taxa Selic. Logo, se a Selic cai, a rentabilidade do Tesouro Selic também será menor e vice versa.

Como funciona o Tesouro Selic?

Ao investir em um Tesouro Selic, você está emprestando dinheiro para o Tesouro Nacional e, em troca, o governo irá devolver esse dinheiro acrescido do pagamento de juros. Sim, você deixa de ser uma simples pagadora de impostos e passa a emprestar dinheiro para o governo.

Atualmente, o Tesouro Selic disponível para negociação na plataforma do Tesouro Direto tem vencimento para 01/03/2025 e irá render a taxa Selic acumulada no período + 0,03%.

Suponhamos que você já possui conta em uma corretora de valores e queira fazer o seu primeiro investimento no Tesouro Selic. A aplicação mínima em 27 de maio de 2020 é de R$ 106,12 e, todos os meses, você deve planejar investir o mesmo valor.

No vencimento em 2025, os seus depósitos terão acumulado R$ 6.154,96, mas o seu retorno líquido (já com o desconto automático de imposto de renda e taxa da B3) será de R$ 6.845,42, ou seja, o juros pago pelo governo pela sua aplicação será de R$ 690,42.

Eu fiz essa simulação na própria plataforma do Tesouro Direto e recomendo que você também simule com o valor que planeja aplicar todos os meses. Na plataforma, você encontrará outros produtos financeiros, mas lembre-se de que apenas o Tesouro Selic é recomendado para a sua reserva de emergência, porque você pode sacá-lo antes do vencimento sem deságio. Com outros títulos, caso faça o resgate antecipado, você irá perder dinheiro.

Diferença entre Tesouro Selic e taxa Selic

O Tesouro Selic é o produto, o título do Tesouro em que você investe. Já a taxa Selic é a mãe de todas as taxas da economia, ela é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) e funciona como um instrumento de ajuste da inflação pelo Banco Central.

O rendimento do seu Tesouro Direto irá depender da taxa Selic. Logo, a simulação mostrada acima leva em conta as expectativas que o Banco Central tem para a Selic até 2025. No entanto, se até o vencimento do seu título, a taxa Selic subir acima desta expectativa inicial, o seu investimento também irá render mais. Caso a Selic caia, apenas o rendimento (e não o seu dinheiro) também será reduzido.

O importante é lembrarmos que, para a sua reserva de emergência, o objetivo não é ter lucro e, sim, proteger o seu dinheiro das flutuações da inflação e ainda garantir tranquilidade para situações inesperadas ou uma grana extra para as oportunidades que possam surgir.

A fórmula para a liberdade financeira é simples: consuma à vista e invista a prazo, libertando-se, mesmo que em poucos passos, da escassez e do jugo financeiro. Há poder verdadeiro quando uma mulher investe seu dinheiro. Cuidar do nosso dinheiro também é um autocuidado. O seu maior bem é a sua liberdade financeira.

Francine Mendes é educadora financeira para mulheres, economista pela Universidade Federal de Santa Catarina, com mestrado em psicanálise do consumo pela Universidade Kennedy. Apresentadora do canal Mary Poupe, no YouTube, e comunicadora na RiCTV Record.

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