Um dos perfis que mais me chama atenção é o de mulheres, na casa dos 50 anos, que resolvem acelerar suas carreiras justamente no momento em que a maioria das pessoas começam a pensar em pisar no freio.
Para este perfil de mulheres, a combinação de ninhos recém-vazios, uma ampla experiência profissional e a liberdade financeira tornam a meia-idade, o momento perfeito para finalmente impulsionar suas carreiras.
No entanto, muitas vezes é mais fácil falar do que fazer. Como uma mulher de 50 e poucos anos pode se motivar e se reenergizar na carreira para aproveitar ao máximo esse novo momento? É importante se fazer alguns questionamentos que podem ajudar qualquer profissional a traçar seus novos objetivos.
• Como seria sua carreira se nada estivesse em seu caminho?
Os 50 anos significam investir na segunda metade da vida. É importante refletir e, de maneira tranquila se perguntar coisas como: o que está faltando na sua vida? No seu trabalho? Que tipo de diferença quer fazer? Como é o seu emprego dos sonhos? Que mudança de carreira faria se soubesse que não podo falhar? Pelo que quer ser lembrada?
Muitos dos casos dessas mulheres acima dos 50 anos são de mães que viram seus filhos se formarem e saírem de casa em busca dos próprios objetivos e sonhos. Neste momento percebem que passam a ter mais tempo, energia, foco e liberdade para reinvestir em sua vida profissional e querem sair de sua zona de conforto técnico e se concentrar em liderar os outros, inclusive em oportunidades fora de suas cidades, estados e até países.
• Quais permissões precisa conceder a si mesma para se tornar quem deseja ser?
Muitas mulheres se apegam a definições muito rígidas de um eu singular que não permite que elas se envolvam e desenvolvam outras identidades potenciais como uma liderança ou habilidades como networking. Isso faz com que muitas não se permitam pedir ajuda, sentindo que isso iria contra seus valores fundamentais de independência, autonomia e força. Enquanto isso, há quem se orgulhe de simplesmente fazer o trabalho sem buscar holofotes. É importante interrogar e enfrentar essas crenças limitantes para expandir sua identidade e enriquecer seu conjunto de habilidades.
Pode parecer simplório, mas é importante pegar papel e caneta e anotar quantos nomes puder para cada uma das categorias abaixo:
– Campeões de carreira: quem vai o apoiar a qualquer custo?
– Fontes de feedback: Quem lhe dará feedback honesto sobre seu desempenho e o desafiará a melhorar?
– Sábios organizacionais: quem vai o ajudar a entender os meandros da organização?
– Mentores: Quem vai o ajudar a pensar nas decisões pessoais e profissionais?
– Conectores: Quem tem uma rede grande e diversa e deseja o apresentar a outras pessoas?
Dessa forma, cria-se uma lista de colegas fundamental para que se possa identificar novas oportunidades e conexões com os principais tomadores de decisão. Além disso, o exercício é valioso pois ajuda as mulheres a enxergarem seu papel dentro das organizações de maneira mais transparente, fazendo com que se sintam mais à vontade e confiantes com o processo todo.
Importante: Quando você inventariar seus apoiadores, não se esqueça de se incluir. Você é a sua aliada mais forte.
• O que precisa aprender?
Se você está há algumas décadas em sua carreira e quer impulsioná-la, pense no que você quer ser, fazer e sentir, reconheça as crenças e suposições que podem estar em seu caminho e identifique quais novos conhecimentos ou habilidades a ajudarão a alcançar seu objetivo. A partir disso, avance com ousadia pois o pior arrependimento é aquele pelas coisas que não fizemos enquanto havia tempo.
Camila Farani é um dos “tubarões” do “Shark Tank Brasil”. É Top Voice no LinekdIn Brasil e a única mulher bicampeã premiada como Melhor Investidora-Anjo no Startup Awards 2016 e 2018. Sócia-fundadora da G2 Capital, uma butique de investimentos em empresas de tecnologia, as startups.
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