Esse questionamento tem nome. A síndrome da impostora, ou a sensação de ser uma fraude prestes a ser descoberta, atinge especialmente as mulheres. Não é incomum que profissionais em ascensão pensem que não são boas o bastante ou que não merecem a posição em que estão, apesar de serem qualificadas para isso.
Uma pesquisa feita pela Universidade da Geórgia mostrou que 70% das executivas entrevistadas se sentem uma fraude no trabalho. A síndrome abala a confiança de 75% das mulheres no mercado de trabalho, de acordo com um outro estudo feito em 2020 pela consultoria de gestão KPMG.
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Antes de entrar para a empresa atual, Renata Gomide já tinha uma trajetória como líder de marketing do Grupo Pão de Açúcar, mas, ao longo desse caminho, percebeu que as mulheres quase nunca se sentem prontas. “Sempre achamos que não estudamos o suficiente ou não temos experiência para tal cargo”, diz. Depois de seis anos no Boticário, ela atua como diretora de marketing, responsável por todas as marcas do grupo.
Líderes contra a síndrome da impostora
Como uma liderança feminina – e levando em conta sua própria experiência com o assunto -, Renata acredita que é importante que esse tema seja trabalhado com as funcionárias dentro das empresas. “Quem está na liderança tem que colocar esse tema na mesa”, diz. Ela defende a criação de um espaço seguro e transparente de trocas para elas crescerem e se colocarem. “Um ambiente com mulheres na liderança facilita muito que outras mulheres sejam encorajadas.”
Transbordando os limites do escritório, a síndrome da impostora virou tema de campanha da Eudora, uma das marcas do Grupo Boticário, numa estratégia de levar discussões importantes para as consumidoras, segundo Renata. A ação é protagonizada por Ivete Sangalo, além das atrizes Camila Queiroz e Erika Januza. As três abordam suas inseguranças, apesar da fama. “A gente procurou trazer mulheres bem diferentes dando exemplos de como elas vão adiante mesmo com todos esses sentimentos.”