“É umas das palavras mais antigas da língua inglesa. Ela é fundamental não só para o nosso vocabulário, mas principalmente para nós como humanos. Apesar disso, é uma palavra que continua sendo fonte de importância social e de debates sociais. É um termo inseparável da história do ano de 2022”, registrou a companhia de dicionário digital sobre a sua escolha.
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As buscas pela palavra “mulher” tiveram recorde de um aumento de mais de 1400% no site em março durante o juramento da juíza da Suprema Corte dos EUA, Ketanji Brown Jackson. Mais especificamente, o crescimento ocorreu depois da senadora Marsha Blackburn questionar a juíza nomeada sobre a definição da palavra “mulher”. Esse crescimento foi considerado um salto massivo para uma palavra tão comum.
Durante a sabatina de Jackson em março, a senadora perguntou a ela: “Você pode me dar uma definição da palavra ‘mulher’?”
“Não consigo”, a juíza respondeu. “Não nesse contexto, não sou bióloga.”
“A proeminência dessa questão e a atenção que ela recebe demonstra como assuntos relacionados à identidade e aos direitos transgêneros estão agora no topo das discussões nacionais. Mais do que nunca, somos desafiados com perguntas de quem pode se identificar como mulher (ou como homem). As políticas trazidas por esses questionamentos vão além da importância de qualquer definição de dicionário – e impactam diretamente as vidas das pessoas”, divulgou a plataforma Dictionary.com em um anúncio à imprensa.
Apesar disso, o Dictionary.com oferece várias definições para a palavra “mulher” em seu site (aparentemente, ela também pode ser usada como um verbo). “Uma pessoa adulta feminina” é a primeira definição listada. “Não é o dicionário o responsável por dar a última palavra no que define uma mulher. A palavra é de todas e qualquer mulher – independente de como elas se definem”, afirmou o site sobre as conceituações deixarem de lado a identidade transgênero.
A organização Human Rights Campaign é mais explícita em como mulheres transgênero se encaixam na definição de ser mulher. “Quando dizemos o termo ‘mulher’, ele também inclui mulheres transgênero. Não há qualquer questionamento a respeito disso. A identidade de gênero de uma mulher é o sentimento mais pessoal do que significa ser feminina. A identidade de gênero de uma mulher trans não define ou diminui sua feminilidade; mas sim, simplesmente descreve sua jornada como mulher.”
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As sabatinas da Suprema Corte dos EUA não foram a única vez que definições do termo “mulher” foram questionados nas notícias neste ano. Mais cedo em 2022, questionamentos surgiram sobre quem deveria ser classificado como mulher para campeonatos esportivos universitários e se Lia Thomas, uma nadadora transgênero da Universidade da Pensilvânia, teria uma injusta vantagem biológica no esporte que pratica.
Algumas pessoas argumentam que não deveríamos discutir gênero de qualquer maneira, pelo menos em escolas. Em março, o governador da Flórida, Ron Desantis, promulgou uma lei que proíbe professores que lecionam desde o jardim de infância até a terceira série de discutir gênero e orientação sexual nas salas de aula. A lei também restringe o que professores podem dizer para alunos àquilo que seria apropriado para o desenvolvimento deles, mas não define o que isso seria para alunos mais velhos.