Hoje, seus produtos já estão disponíveis para compra online em todo o mundo, em lojas físicas em todo o Brasil e em farmácias. As calcinhas ainda são vendidas em importantes lojas estrangeiras – como em uma pop-up store na Galeries Lafayette, em Paris.
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Negócio feito por e para pessoas que menstruam
A norte-americana Emily Ewell estudou engenharia química e trabalhava nos Estados Unidos antes de fundar a Pantys, e viu a oportunidade de trazer para o Brasil o mercado de calcinhas absorventes. “Nos EUA e em alguns países da Europa, a maioria das mulheres usam absorventes internos”, diz a CEO. “Quando entendemos que, no Brasil, os absorventes externos são os mais usados, vimos uma oportunidade porque eles também são os que geram lixo mais e os que são menos confortáveis.”
Com o aperfeiçoamento das calcinhas absorventes de marcas já existentes fora do Brasil e o desenvolvimento de uma tecnologia mais avançada, o objetivo das fundadoras, Ewell e Maria Eduarda Camargo, era gerar um objeto de desejo. “Sabíamos que a marca deveria ser ‘cool’, desejável e com um design legal, porque as mulheres brasileiras valorizam lingeries de qualidade”, diz a finalista do prêmio da Cartier.
“Quando lançamos, não imaginávamos o tamanho do impacto que os produtos iam ter nas vidas das pessoas. Esgotamos todo o estoque nas primeiras vendas e, no mesmo ano, abrimos nossa primeira pop-up store na Oscar Freire”, diz Ewell. Apesar disso, ela reconhece que o tabu em relação à menstruação foi e ainda é um dos desafios para a marca. E elas buscam combater isso com uma produção de conteúdo voltada para a educação sexual e a promoção de projetos do mesmo tema – como o Cycle Foundation, que levou informação sobre menstruação, sexualidade e relacionamentos para escolas públicas brasileiras.
Atuação contra a pobreza menstrual e o impacto no meio ambiente
Essa atuação da marca faz parte de um esforço para mostrar que produtos reutilizáveis também têm vantagens econômicas. “Produtos menstruais reutilizáveis e duráveis acabam sendo financeiramente melhores do que doar absorventes descartáveis que vão suprir as necessidades delas por um ou mais meses”, diz a CEO. “Com uma calcinha da Pantys, você tira a pessoa da situação de pobreza menstrual por anos.”
No âmbito da sustentabilidade, essa reutilização dos produtos menstruais diminui o uso e o descarte de plásticos presentes nos absorventes descartáveis. Um relatório do Instituto Akatu, que estuda o consumo consciente, mostra que uma pessoa que menstrua e consome somente absorventes descartáveis produz cerca de 200 quilos de lixo durante sua vida. “É raro ter um produto que atende a tantos objetivos sociais e ecológicos ao mesmo tempo, o que acho que chamou atenção da Cartier para escolher a Pantys como finalista.”