No ano seguinte, ela quase igualou essa marca, faturando US$ 59,2 milhões (R$ 290,6 milhões) e ficando em 19º lugar no ranking. Mas com as lesões que a mantiveram fora das quadras de tênis durante grande parte do ano passado e a gravidez anunciada em janeiro deste ano, estendendo sua ausência, não apenas seus ganhos em dinheiro ficaram mais limitados, mas também sua receita de patrocínio. Assim, ela ficou fora da lista dos 50 atletas mais bem pagos este ano pela primeira vez desde 2019.
Isso deixa apenas uma mulher na lista: Serena Williams, que aparece em 49º depois de ganhar cerca de US$ 45,3 milhões (R$ 222,4 milhões) nos últimos 12 meses – valor bruto, calculado antes de impostos e parcelas de funcionários -, a grande maioria de acordos de patrocínio com mais de uma dúzia de marcas, incluindo Nike, Lincoln e Michelob Ultra.
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Essa é provavelmente a última aparição de Williams na lista depois que ela anunciou que estava pronta para se afastar do tênis para focar em sua família. E há duas semanas, no Met Gala, revelou que está grávida do seu segundo filho.
Williams tem sido um dos destaques da lista, ficando entre os 50 primeiros atletas seis vezes nos últimos nove anos e faturando mais de US$ 470 milhões (R$ 2,3 bilhões) ao todo desde que se tornou profissional em 1995.
Mas ela nem sempre teve companhia no ranking. Desde 2012, apenas três outras mulheres se classificaram entre as 50 primeiras: Osaka e as também tenistas agora aposentadas Maria Sharapova e Li Na. Em 2017, 2018 e 2019, não houveram mulheres na lista dos 50 atletas mais bem pagos.
Até agora, as atletas não tiveram as mesmas oportunidades fora de campo que os homens, embora isso esteja mudando. “As marcas estão começando a ver o valor dos esportes femininos como um impulsionador de seus negócios”, disse Cameron Wagner, que lidera o negócio de representação de marca da Elevate Sports Ventures como diretora de clientes, à Forbes no ano passado.
Em 2022, a ginasta Simone Biles e as craques do tênis Emma Raducanu e Venus Williams se juntaram a Serena Williams, Osaka e Gu e faturaram oito dígitos com seus patrocínios, aparições e outros empreendimentos.
A maior questão é a compensação em campo, de salários a prêmios em dinheiro, e isso se resume à receita da liga. Um relatório do ano passado da empresa de pesquisa National Research Group definiu o valor de todos os direitos de transmissão de esportes femininos nos EUA em US$ 47,7 milhões (R$ 234,2 milhões), um salto de 29% em relação a 2021. Mas este ainda é um valor microscópico perto dos US$ 2,66 bilhões (R$ 13 bilhões) que a NBA sozinha calcula em média em seus acordos de direitos com a ESPN e a Turner Sports. E a NBA espera pelo menos dobrar essa taxa em novos acordos que começariam na temporada 2025-26. Esse tipo de disparidade ajuda a explicar por que os salários da WNBA, a liga feminina de basquete dos EUA, atingem no máximo US$ 230 mil (R$ 1,1 milhão), enquanto o mínimo da NBA é superior a US$ 900 mil (R$ 4,4 milhões).
Os esportes femininos estão em alta, com novos proprietários na Liga de Futebol Feminino dos EUA e a audiência da TV aumentando para o basquete feminino. A WNBA capitalizou no mês passado ao atingir um novo acordo de transmissão além de seu contrato existente com a ESPN, e a NWSL, liga feminina de futebol dos EUA, abriu a licitação por seus direitos de mídia em janeiro, esperando que também possa traduzir maior atenção em dinheiro.
A Copa do Mundo Feminina deste ano também representará um passo importante, com a Fifa anunciando que a premiação do torneio chegará a US$ 150 milhões (R$ 736 milhões), dez vezes mais do que em 2015.
Mas isso ainda é cerca de um terço do que os homens ganharam na Copa do Mundo do Catar no ano passado. E até que esse abismo se feche, as atletas começarão atrás na corrida por dinheiro.