“O café roubou meu coração”, diz Fernanda Rodrigues sobre sua nova empresa e futuro

23 de outubro de 2023

Fernanda Rodrigues conta como a maternidade se entrelaça com a sua carreira e o que busca nos seus próximos projetos

Fernanda Rodrigues tem quase o mesmo número de anos de carreira e de vida. Com apenas três, já participava de propagandas e clipes musicais. Aos 11, em 1991, estreou no mundo das novelas com “Vamp”, da TV Globo, e agora está na sua 20ª produção. Em “Fuzuê”, Fernanda vive Alícia, uma mulher obcecada por redes sociais e likes – muito diferente da atriz, que, apesar dos seus mais de dois milhões de seguidores somente no Instagram, diz ser mais reservada nas redes, que servem principalmente como ferramenta de trabalho. “A minha exposição é muito positiva. As pessoas me viram crescer, então a sensação que eu tenho é de que todo mundo me considera meio da família.”

Hoje, a atriz usa a influência para divulgar o mais novo elemento da sua carreira múltipla, a marca de café do tipo “da fazendo à xícara” FNV Cafearia, que fundou com o marido e um casal de amigos. “O café roubou meu coração”, diz ela, que deve ficar focada na empresa quando terminar as gravações da novela.

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Seguindo o sonho do marido, o diretor artístico da Rede Globo, Raoni Carneiro, eles compraram uma propriedade com um cafezal abandonado em Paty do Alferes, na região serrana do Rio de Janeiro, para onde vão sempre que as agendas permitem. Também têm trabalhado com o conceito de agrofloresta, reunindo diferentes espécies agrícolas. Segundo a atriz, já são mais de 120 mil pés de árvores plantados. “Era para ser um projeto de lazer, mas fomos estudando sobre café, sobre a região e nos apaixonamos.”

Depois de dois anos e meio, veio a primeira colheita. O e-commerce está no ar e, em breve, eles esperam estar também em lojas físicas. “É um projeto familiar, mas que a gente tem muitos sonhos de expandir.”

Dona da própria carreira

Fernanda está de volta às novelas depois de um hiato de cinco anos em que focou em trabalhos como apresentadora. “Passei metade da vida fazendo novelas e senti em alguns poucos momentos a necessidade de dar umas pausas” – como quando engravidou da primeira filha, Luísa.

Para viver Alícia, começou a seguir e acompanhar cerca de 50 influenciadores. “Confesso que tinha um certo preconceito, mas mudei de opinião. Tem coisas muito interessantes e que eu até estou tentando levar para as minhas redes.”

Com a carreira consolidada, a atriz agora quer produzir seus próprios projetos, como fez com o Como Será o Futuro, programa em que convida crianças para discutir temas relacionados ao futuro. “A gente tem o hábito de esperar as pessoas validarem e comprarem uma ideia. Mas percebi que eu posso me autoproduzir quando acreditar em um projeto”, diz ela, que chegou a apresentar o programa para algumas produtoras antes de decidir tocar sozinha.

Ainda pensa em projetos sobre a adolescência, momento que vive hoje com a filha mais velha, e envelhecimento. “Tudo que eu penso tem a ver com as relações humanas, familiares, de parentalidade.”

Aos 43 anos, tem lidado de forma cômica quando “cobrada” pelos fãs de “dormir no formol” ou “não aparentar ter essa idade”. “Acho engraçado que as pessoas queiram que eu envelheça e que essa seja uma grande questão porque para mim nunca foi”, afirma a atriz, que se considera uma pessoa “desencanada”, que pratica o autocuidado se alimentando bem e se atentando à saúde mental.

Maternidade se entrelaça com a carreira

Fernanda sempre sonhou ser mãe, mas nunca buscou ser uma referência no assunto. “Não fui atrás, não apresentei projetos de maternidade, caiu no meu colo”, diz ela, que foi chamada para apresentar o programa infantil Fazendo a Festa e incentivada pela irmã a compartilhar suas experiências no blog Cheguei ao Mundo, que está no ar há 10 anos e virou um portal com vozes de especialistas e relatos de outras mulheres. Com isso, foi convidada a escrever o livro “Meu jeito de ser mãe”. “Fui pioneira em falar desse assunto quando ainda não tinham livros, podcasts e blogueiras de maternidade.”

E as pessoas ouviam porque se identificavam e também pela reputação da atriz e a quebra da imagem de uma mulher irretocável. “Elas achavam que a minha vida era puro glamour e eu estava lá mostrando problemas, inseguranças e sofrendo porque estava com mastite.”

Depois de ver sua mãe equilibrar três empregos para sustentar as duas filhas, a atriz quis seguir a referência da figura materna forte que teve. Hoje, sua filha também quer seguir seus passos e ser atriz. “É uma carreira que exige dedicação, estudo. As pessoas têm a impressão de que é muito glamurosa, e obviamente também tem essa parte, mas tem muita gente talentosa e você precisa achar o seu diferencial.”