Conheça as mulheres que fazem parte da história do carnaval brasileiro

De Carmem Miranda e Dona Ivone Lara a Tia Ciata e Madrinha Eunice, as mulheres estão nas origens da festa popular, mas não podiam ter seu nome ligado ao samba

Redação
Compartilhe esta publicação:
Silver Screen Collection/Getty Images

Carmem Miranda eternizou a fantasia de baiana estilizada e também a marchinha “Taí”, que entrou para a história do carnaval

Acessibilidade


As mulheres fazem parte da história do carnaval, mas seu legado foi apagado ao longo do tempo e nomes como o de Madrinha Eunice ou Tia Ciata, que estão nas origens da maior festa popular no Brasil, são pouco conhecidos. Foi uma mulher quem compôs a primeira marchinha de carnaval no país. E até mesmo Dona Ivone Lara, uma das maiores compositoras brasileiras, não podia assinar as músicas que escrevia para a Império Serrano, apenas pelo fato de ser mulher. 

Leia também:

Conheça as mulheres que deixaram seu nome na história do carnaval:

  • 1. Carmem Miranda

    Carmem Miranda (1909-1955), foi cantora, atriz e dançarina, além de ter criado a fantasia que se transformou em símbolo do carnaval. O turbante com as frutas inspirado na indumentária das baianas quituteiras da Praça Onze é também marca registrada da “pequena notável”. Atuou em musicais na Broadway, fechou contrato com o estúdio Fox, em Hollywood, e ajudou a difundir a música brasileira ao redor do mundo. Foi a primeira a gravar “Para Você Gostar de Mim”, mais conhecida como Taí, uma das marchinhas de carnaval mais cantadas de todos os tempos.

  • Wikimedia Commons

    2. Madrinha Eunice

    Deolinda Madre (1909-1995) fundou a escola de samba mais antiga de São Paulo ainda em atividade, a Sociedade Recreativa Beneficente Esportiva da Escola de Samba Lavapés Pirata Negro. Sambista e ativista do movimento negro, ficou conhecida como Madrinha Eunice porque batizou muitas crianças. Em 2022, ganhou uma estátua de bronze em tamanho natural no bairro da Liberdade, em São Paulo, onde a escola começou.

  • Wikimedia Commons

    3. Tia Ciata

    Tia Ciata, ou Hilária Batista de Almeida (1854-1924), foi uma sambista, cantora, mãe de santo e curandeira, figura central no surgimento do samba carioca. Sua casa, na famosa Praça Onze, onde se firmaram figuras como Pixinguinha e Heitor dos Prazeres, era parada obrigatória dos sambistas a caminho dos primeiros desfiles de carnaval. Ali, ela servia refeições e reunia artistas, já que as rodas de samba eram proibidas no início do século 20. “Pelo Telefone”, de autoria de Donga e Mauro de Almeida, considerado o primeiro samba gravado no Brasil, em 1916, foi composto em sua residência.

  • Wikimedia Commons

    4. Dona Ivone Lara

    Nos anos 1960, a cantora e compositora carioca Dona Ivone Lara (1922-2018), considerada a grande dama do samba, foi impedida de assinar as músicas que compunha para a escola Império Serrano. Nos anos 1960, não era socialmente aceito uma mulher compondo sambas-enredo. Cursou enfermagem e trabalhou com a psiquiatra Nise da Silveira, como terapeuta ocupacional. Mais tarde, foi uma das primeiras assistentes sociais do Brasil e atuou para a humanização do tratamento de doentes mentais. Em 1965, tornou-se a primeira mulher a fazer parte da ala de compositores da Império, escola que a homenageou em 2012. Suas composições já foram gravadas por Maria Bethania, Clara Nunes, Gal Costa, Caetano Veloso, Zeca Pagodinho.

  • Anúncio publicitário
  • 5. Chiquinha Gonzaga

    Chiquinha Gonzaga (1847-1935), uma das principais compositoras da história da musica popular brasileira, além de instrumentista e maestrina, compôs a primeira marchinha carnavalesca do país, “Ô Abre Alas”, para o cordão Rosa de Ouro, em 1899. Os cordões eram um embrião do que são as escolas de samba atuais. Naquele ano, o Rosa de Ouro foi ganhador do carnaval carioca e a marchinha virou um patrimônio da festa.

1. Carmem Miranda

Carmem Miranda (1909-1955), foi cantora, atriz e dançarina, além de ter criado a fantasia que se transformou em símbolo do carnaval. O turbante com as frutas inspirado na indumentária das baianas quituteiras da Praça Onze é também marca registrada da “pequena notável”. Atuou em musicais na Broadway, fechou contrato com o estúdio Fox, em Hollywood, e ajudou a difundir a música brasileira ao redor do mundo. Foi a primeira a gravar “Para Você Gostar de Mim”, mais conhecida como Taí, uma das marchinhas de carnaval mais cantadas de todos os tempos.

Compartilhe esta publicação: