João Branco: McDonald's está a um passo de ser todo personalizado

24 de setembro de 2019

João Branco, chief marketing officer da Arcos Dorados Divisão Brasil, diz que tecnologia vai permitir customização total dos produtos

Até recentemente, personalização e customer experience eram termos exclusivos a empresas nativas digitais. Mas, aos 79 anos (40 deles no Brasil), o McDonald’s tem apostado em inovações para conhecer, aumentar e satisfazer sua clientela.

Segundo João Branco, chief marketing officer da divisão Brasil da Arcos Dorados, operadora dos restaurantes McDonald’s na América Latina, a atual estratégia sinaliza que a empresa está há “meses, e não anos”, de oferecer customização total de seus produtos.

Segundo Branco, a empresa caminha “a passos largos” em direção a essa visão de evolução apoiada por tecnologia. Evidência disso são as aquisições feitas pela matriz da israelense Dynamic Yield em abril e da norte-americana Apprente neste mês, empresas especializadas em, respectivamente, sistemas de personalização e inteligência artificial.

Em paralelo às recentes compras da empresa-mãe, a operação brasileira segue com um update de R$ 750 milhões para os quase mil restaurantes da rede, que inclui a introdução de menus digitais e Wifi e deve terminar em um ano e meio.

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A modernização dos restaurantes é um elemento importante no plano de personalização e transformação da experiência do cliente, que também traz melhores resultados para a empresa. Outro instrumento-chave da estratégia é o aplicativo da rede de fast-food, já instalado em larga escala, com 14 milhões de downloads.

“[O aplicativo] será crucial para que possamos identificar os clientes e aprender quais são as ofertas mais atrativas para eles”, afirma.

Com base nessa massa crítica de usuários do aplicativo, a empresa já consegue entregar ofertas com base em micro localizações e segundo variáveis que incluem a previsão do tempo, trânsito e performance de vendas, o que resulta em “promoções dinâmicas”. Segundo Branco, a operação está bem próxima de um e-commerce.

“Já está claro que por meio do aplicativo conseguimos mudar o resultado da empresa: a base é grande o suficiente para fazer um dia ruim de vendas se tornar um dia bom”, aponta.

Mas o Santo Graal da personalização será atingido quando a McDonald’s puder aprimorar a combinação dos dados das compras, que a empresa sempre teve, com a informação demográfica, preferências e hábitos dos usuários.

“Os próximos passos desse processo são, com transparência e a anuência dos consumidores, enriquecer a base de dados com informações que nos permitam personalizar produtos e fazer com que as pessoas venham aos restaurantes com mais frequência.”

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Branco separa o progresso dessa personalização em fases. Em um primeiro momento, a empresa entende suas grandes divisões de público e variáveis, como o tipo de consumo de famílias, de quem gosta mais de frango, de quem compra no período da tarde.

Em um segundo nível, a personalização é entregue por grandes segmentos, que é onde o McDonald’s atualmente está, antes de chegar ao objetivo final da customização de forma individual.

Aumentar a base de usuários do app é relevante no processo, mas Branco argumenta que isso será uma consequência da aproximação que o “Méqui” tem procurado fazer com seus consumidores e de um aspecto evidente em sua atual campanha de marketing.

“Baixar o aplicativo é natural para pessoas que gostam tanto da marca que querem estar com ela o tempo todo, pois sabem que receberão o que gostam e querem, como promoções e conteúdos, quase como em um fã clube da marca”, aponta.

Para Branco, o grande indicador de sucesso das iniciativas de inovação é o nível de preferência que consumidores têm pela marca, que se reflete nos dados de vendas e tráfego nos restaurantes.

“Se personalizarmos os pedidos, entregarmos uma maior variedade, restaurantes mais modernos, e as pessoas não gostarem e não nos retribuírem voltando mais vezes, nada valeu a pena”, diz. “Adotamos tecnologia não por estar na moda, mas para satisfazer as necessidades do cliente.”

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Vitta lança plano de saúde para startups

A Vitta, startup de João Gabriel Alkmim, que fez parte da lista Forbes Under 30 de 2018, lançou o primeiro plano de saúde exclusivo para startups do marcado brasileiro. O produto foi lançado em parceria com a Omint e a Unimed Seguros. O plano conta com telemedicina, médicos disponíveis 24 horas por dia, 7 dias por semana, por aplicativo, telefone e WhatsApp. A health tech assume o risco de inadimplência e sinistro das empresas, aceita pessoas jurídicas como beneficiárias e diz oferecer uma redução de preço de até 20% em comparação a planos tradicionais.

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Gupy fecha parceria com GPA para recrutamento com IA

A startup de recrutamento com inteligência artificial Gupy fechou com o GPA, dona das redes Assaí, Compre Bem, Extra e Pão de Açúcar, para robotizar os processos seletivos da varejista. O robô Gaia será usado na empresa, que emprega mais de 99 mil pessoas no Brasil, para combinar mais de 250 características de vagas e currículos e fornecer um ranking dos candidatos mais aderentes.

Angelica Mari é jornalista especializada em inovação há 18 anos, com uma década de experiência em redações no Reino Unido e Estados Unidos. Colabora em inglês e português para publicações incluindo a FORBES (Estados Unidos e Brasil), BBC, The Guardian e outros.

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