Plug and Play quer agronegócio e criar plataforma para startups no Brasil

4 de setembro de 2019
Getty Images

Aceleradora do Vale do Silício afirma que também planeja aumentar os seus investimentos de venture capital

Peça uma recomendação a qualquer executivo brasileiro que tenha participado de uma “missão” ao Vale do Silício sobre lugares a visitar por lá e a Plug and Play invariavelmente aparecerá na lista.

Uma das plataformas de inovação mais antigas do Vale do Silício, a Plug and Play é frequentemente procurada por empresas que buscam montar programas de corporate innovation. Com cerca de 280 clientes em 20 cidades no mundo, a empresa acelerou mais de 10 mil startups desde 2006 e tem um fundo de venture capital com investimentos em nomes como PayPal e Dropbox.

A empresa, que atuava no Brasil por meio da Oxigênio, aceleradora da Porto Seguro, tem o Banco do Brasil, Braskem e Gerdau entre seus 10 clientes brasileiros com operações no Vale. Nos últimos anos, o interesse de outras empresas do país tem aumentado:

“Todas as semanas temos visitas de brasileiros. Visitar a Apple ou Google no Vale é incrível, mas nós mostramos a inovação acontecendo e, por isso, viramos uma parada obrigatória,” diz Andrea Sanchez, diretora de fintech da Plug and Play.

A necessidade de estar antenado com as tendências em mercados desenvolvidos, combinada ao apetite cada vez maior no Brasil para programas de inovação corporativos e trabalho estruturado com startups fizeram com que a Plug and Play decidisse lançar sua operação local em São Paulo, a primeira da América Latina, neste mês.

“Trazemos os diferenciais [em relação a outros centros de inovação] da metodologia e possibilidades de conexão internacional,” diz Andrea. “Nosso objetivo não é servir como um instrumento de marketing, e sim causar real impacto, ajudar clientes a reduzir custos e aumentar receita por meio de inovação,” aponta.

Com um investimento aproximado de US$ 2 milhões, o escritório brasileiro da Plug and Play vai focar em programas de inovação corporativa nas áreas de fintech e de alimentação e bebidas. Segundo Andrea, nos próximos meses, o escopo deve expandir para áreas como agronegócio, seguros, embalagens e sustentabilidade, além de mobilidade e mercado imobiliário. O Cartão Elo e a Klabin são dois dos membros fundadores do espaço.

A Plug and Play também pretende expandir o atual portfólio de 40 investidas brasileiras por meio de seu braço de venture capital. Andrea prevê investimentos entre US$ 50.000 e US$ 100.000 em pelo menos 20 startups em 2020.

A primeira turma de startups a ser acelerada pela empresa terá 16 participantes. Deste grupo, metade serão brasileiras e metade latinas, com interesse em lançar suas ofertas no Brasil. Os meses iniciais serão de preparação dos clientes corporativos para trabalhar com as startups, e o programa de aceleração começará no ano que vem.

A empresa ainda busca um escritório para chamar de seu, que certamente será na região da Vila Olímpia. Uma expansão para polos de agritech como Curitiba ou Cuiabá é uma possibilidade, bem como trazer para o Brasil a Plug and Play University, iniciativa de bootcamps de inovação da empresa.

 

Angelica Mari é jornalista especializada em inovação há 18 anos, com uma década de experiência em redações no Reino Unido e Estados Unidos. Colabora em inglês e português para publicações incluindo a FORBES (Estados Unidos e Brasil), BBC, The Guardian e outros.

 

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