No ano passado, essa via de troca de mensagens dominou as manchetes, seja por instigar processos políticos, disseminar notícias falsas ou fomentar o debate sobre as vantagens e desvantagens da criptografia de ponta a ponta. Cerca de 87% dos usuários de smartphones usam mensagens instantâneas, apontou uma pesquisa da Statista. Só o WhatsApp tem 2 bilhões de usuários, enquanto o Messenger, do Facebook, atende 1,3 bilhão. Outras ferramentas – Wechat, QQ Mobile, Snapchat e Telegram – são responsáveis, juntas, por quase 2,5 bilhões de usuários.
Outras formas de comunicação ágil – como os smart speakers e assistentes de voz – também são peças essenciais nessa revolução que muda a maneira como nos comunicamos com as marcas. A Amazon foi a pioneira nessa tecnologia, com a Alexa, mas atualmente sofre a concorrência do Google, Baidu, Alibaba, Xiaomi e Apple, nessa ordem. De acordo com a Capgemini, 74% dos consumidores já usam assistentes de voz para pesquisar ou adquirir produtos.
Como diz o CEO da Zendesk, Mikkel Svane, os canais tradicionais como e-mail e telefone, são importantes, mas os consumidores estão se acostumando a interagir com as marcas por meio de um leque de opções – elas esperam isso das empresas e não há como voltar atrás (ver entrevista abaixo).
E há motivos para essa adoção em massa. As empresas gostam das mensagens instantâneas pelos mesmos motivos que os clientes: agilidade, conveniência, segurança. Segundo um levantamento da própria Zendesk, empresa especializada em ferramentas de suporte e vendas, esse tipo de solução reduz o tempo de resolução de casos em 30% e aumenta em 22% a eficiência dos agentes.
E a América Latina – onde o WhatsApp domina – saiu na frente. Na região, as empresas que conversam por meio dessas tecnologias já são 32%, contra 29% da Ásia-Pacífico, 28% da Europa, Oriente Médio e África e 19% das Américas.
Há um enorme apetite por serviços financeiros entregues por WhatsApp no Brasil, de acordo com a pesquisa. Cerca de 61% de todos os participantes da pesquisa querem usá-lo para fazer pagamentos e transferir dinheiro. Desses, 47% gostariam de uma conta bancária virtual criada no app para gerenciar dinheiro, enquanto 30% ainda preferem transferir dinheiro de suas contas bancárias tradicionais e 23% usavam cartão de crédito.
No que diz respeito a outros aplicativos do tipo, o levantamento revelou que o Facebook Messenger está instalado em 79% dos smartphones brasileiros, mas apenas 59% de sua base de usuários acessa o aplicativo todos os dias, ou quase todos os dias. Por outro lado, o uso do Messenger para publicação de histórias aumentou nos últimos seis meses, de 23% para 37% em seis meses.
Até o Telegram aumentou sua base de usuários no país. A ferramenta está presente em 27% dos telefones celulares – um aumento de 8% desde a última edição do estudo em agosto de 2019. No entanto, a lealdade do usuário não acompanhou o aumento da base de usuários: apenas 53% dos usuários do Telegram o abrem diariamente.
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Mikkel Svane: “Consumidores querem que as marcas sejam responsivas”
Ao falar com FORBES dois dias depois de cancelar o Relate, maior evento do ano para a Zendesk com uma audiência esperada de mais de 2.300 pessoas em Miami, Mikkel Svane (foto) se mostrou pragmático.
A Zendesk não foi a única companhia de tecnologia a sofrer com o impacto do Covid-19. Segundo a empresa de inteligência de mercado PredictHQ, o setor já teve um prejuízo de mais de US$ 1,1 bilhão com o cancelamento de eventos por conta do coronavírus.
“Temos que pensar em como [o vírus] impacta nosso negócio, nos adaptar a esse novo mundo e administrar a situação, pois as coisas serão um pouco diferentes”, aponta Svane. Assim como outras empresas, a Zendesk está realizando versões online de partes do evento que teria acontecido na semana passada.
“Faremos mais coisas virtualmente e viajaremos menos por um tempo, mas a tecnologia disponível hoje significa que podemos tocar o negócio sem precisar depender da presença física de todos no mesmo lugar”, acrescenta. “Felizmente, a maioria do nosso negócio é online e não dependemos tanto de reuniões presenciais.”
“Consumidores estão cada vez mais acostumados a interagir com marcas através de diversos canais, as pessoas esperam isso. Empresas precisam se adaptar a essa abordagem e abraçá-la”, aponta Svane.
“Os canais tradicionais de comunicação como e-mail e telefone são importantes, mas poder enviar uma mensagem rapidamente por WhatsApp ou outras plataformas [de mensageria] é muito importante”, ressalta. “Clientes esperam que marcas sejam responsivas e não querem ficar 30 minutos no telefone até que seu problema seja resolvido.”
Neste mês, a Zendesk anunciou novos produtos que permitem às equipes de atendimento e de vendas se conectarem instantaneamente a clientes e continuarem as conversas pelo canal que for mais relevante. Também é possível visualizar as últimas interações com o cliente, o que é útil para um atendimento mais personalizado. Além disso, a empresa oferece uma plataforma de canais de comunicação com integração para aplicativos como o WhatsApp, que, segundo Svane, tem sido “incrivelmente popular” entre empresas brasileiras.
Falando especificamente sobre um de seus principais clientes atuais, o Nubank, Svane diz que o engajamento omnicanal traz um “empoderamento” do consumidor e uma experiência totalmente diferente do usual em relação ao produto.
“O produto pode ser um cartão de crédito, mas o que faz a diferença são os serviços associados: o método de engajamento, a facilidade no uso”, ressalta. “O que determina se um consumidor vai comprar novamente online, por exemplo, é a facilidade no uso do site. Quando começa a ficar complicado, ele desiste. Essa é a realidade que vivemos hoje.”
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Um estudo realizado pela IBM em nível global avaliou como as organizações usam a confiança no uso e no intercâmbio de dados para conquistar a liderança de mercado. O levantamento, chamado “Build Your Trust Advantage”, entrevistou executivos C-level em 98 países e 20 indústrias, e identificou que existe um conjunto de líderes que se destaca por entender que transparência e reciprocidade são fatores essenciais para ganhar a confiança do cliente, assim como gerar crescimento. No Brasil, esse grupo supera os seus pares em inovação e gerenciamento de mudanças, assim como em crescimento de receita e lucratividade, oferecendo resultados 47% mais altos.
Segundo o estudo, a liderança de mercado é alcançada com mais frequência quando uma organização estabelece um alto nível de confiança nos dados de seus clientes, em seus processos de negócios e com o ecossistema de parceiros. Veja, a seguir, algumas constatações:
• Dados dos clientes: 90% dos líderes brasileiros estão utilizando dados como uma vantagem estratégica para fortalecer o nível de confiança do consumidor, bem como seus resultados. Segundo o levantamento, esses dados estão sendo utilizados pelos líderes para identificar as necessidades não atendidas dos clientes (79%), definir e testar novos modelos de negócios (77%) e desenvolver ou entrar em novos mercados (75%);
• Ecossistema de parceiros: o estudo também revelou a importância da criação de ecossistemas confiáveis, com a maioria dos entrevistados esperando que suas redes de parceiros se expandam nos próximos anos. No Brasil, 50% dos líderes já estão adquirindo e compartilhando dados amplamente com sua rede de parceiros e 76% estão integrando novos modos de monetização em suas estratégias de dados.
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MAIS
– O Cubo Itaú anunciou que ficará fechado também até segunda-feira, já que um profissional do espaço, localizado na Vila Olímpia, em São Paulo, teve diagnóstico confirmado de covid-19. A decisão será reavaliada nos próximos dias, mas até 10 de abril, pelo menos, todos os eventos no prédio, assim como visitas, foram cancelados;
– O futuro da gestão das pessoas é o tema de um evento da Universidade Presbiteriana Mackenzie, que celebra a fundação do Ultimate HR International Tribe, um grupo internacional de executivos de recursos humanos e HR Tech liderado por Guilherme Cavalieri, presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos. Após a cerimônia haverá uma palestra ministrada pelo professor da Fundação Instituto de Administração, Pedro M. Martins, que falaria do futuro do trabalho no contexto dos avanços tecnológicos nos últimos anos. O evento começa às 8h30 do dia 26 de março e acontece no campus Alphaville da universidade.
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