A ideia surgiu há cerca de dois anos, dentro da área de inovação da multinacional de alimentos e bebidas no Brasil. “Estávamos mapeando possíveis atuações da companhia em mercados que tivessem relação com nosso core business e nos deparamos com um grande e informal setor de profissionais autônomas que fazem bolos e doces para vender”, conta Carolina Sevciuc, diretora de transformação digital da Nestlé.
Seis meses depois de estudar o mercado, a companhia lançou o marketplace, o primeiro do gênero no país, que atualmente oferece cerca de 400 produtos para delivery, entre bolos simples ou recheados, tortas, doces, veganos, funcionais e guloseimas para presentes, como cookies e pão de mel, de 600 profissionais. A fila de espera para fazer parte da plataforma, no entanto, passa de 500 pessoas e vem crescendo nas últimas semanas.
A multinacional, que tem uma equipe de seis pessoas para tocar a startup, duas delas totalmente dedicadas, não ganha nada com a iniciativa do ponto de vista financeiro. No entanto, a operação serve para a geração de insights. Um deles tem sido o aprendizado sobre o mercado de produtos veganos, área onde a Nestlé ainda não atua, mas com demanda crescente. Além disso, tem o caráter social. A grande maioria dos profissionais cadastrados na plataforma é de mulheres, com faixa etária entre 21 e 65 anos, que dependem dessa renda para sustentar suas famílias. “A informalidade é um cenário real e o que fizemos foi profissionalizar essas trabalhadoras. A plataforma não nasceu de um dia para o outro, foi um processo, e continuamos aprendendo”, diz Carolina.
Apesar da alta concentração feminina, um dos integrantes da plataforma é Marcel Serra da Fonseca. O engenheiro se dedica, desde 2018, a fazer doces com a mãe, que já trabalha com isso há mais de 20 anos. Ele explica que atendia bufês da capital paulista e entrou no marketplace para incrementar a renda. Em fevereiro, fechou 23 pedidos pela Vem de Bolo e, em março, 439. Com o salto, a plataforma passou a garantir 70% do faturamento da empresa e está sendo fundamental para pagar os salários dos 17 funcionários, já que, por causa da pandemia, o movimento dos bufês caiu drasticamente.
O marketplace funciona, por enquanto, apenas em São Paulo, mas a diretora promete para breve a expansão para o Estado.
Influencers entram na luta para ajudar populações vulneráveis
Alguns dos principais nomes da internet brasileira, como Julio Cocielo, Felipe Castanhari (foto), o canal Banheiristas, Igão, Ginga Street e Jukanalha, anunciaram uma campanha solidária para arrecadar recursos para os mais vulneráveis durante a pandemia de Covid-19.
A iniciativa, que tem estreia marcada para 2 de maio, partiu de Fred Furtado, CEO da Tubelab, empresa de marketing de influência. “Temos visto lives de cantores sertanejos aqui no Brasil que, com bastante sucesso, estão conseguindo arrecadar fundos e mantimentos para ajudar pessoas que, de alguma forma, estão sendo afetadas pela Covid-19. Antes disso, no entanto, eu já estava com a ideia de propor aos criadores de conteúdo da internet e influenciadores digitais que se unissem para uma causa humanitária”, conta.
A campanha pediu aos creators participantes que produzam um vídeo, que será postado com a hashtag #DoandoViews. Os lucros obtidos com views e Google AdSense destes vídeos serão doados. Cada influencer poderá escolher o destino da doação, prestando conta aos seus seguidores. A ideia é contemplar várias instituições.
O que a Covid-19 pode nos ensinar sobre a cadeia de abastecimento
A crise instaurada no mundo pela pandemia do novo coronavírus provocou interrupções e falhas nas cadeias de suprimentos de muitas empresas e setores. E, embora a prioridade seja resolver o problema imediato, há que se considerar analisar o cenário atual para evitar possíveis repetições no futuro.
Um recente relatório do IBM Institute for Business Value, intitulado “Covid-19 and Shattered Supply Chains” revelou que as cadeias de suprimentos devem ser dinâmicas, responsivas e interconectadas aos ecossistemas e aos processos de uma organização – e isso requer visibilidade de ponta a ponta, insights em tempo real e ações decisivas, principalmente em situações de escalada.
E é aí que entra a inteligência artificial. Por meio da tecnologia, as organizações podem transformar em tempo real dados não estruturados em insights que ajudam a prever interrupções e vulnerabilidades, fornecendo visibilidade em curto prazo. Com a IA, os profissionais de supply chain podem otimizar pedidos com base em fatores como realocação e priorização de estoque. Isso permite que as equipes reajam mais rapidamente e reduzam centenas de horas de trabalho manual de coleta de dados para que possam se concentrar nesse trabalho de maior valor.
Ainda segundo o levantamento, à medida que as organizações continuam avançando em direção a cadeias de suprimentos inteligentes e auto-ajustáveis, três estratégias devem ser consideradas: reavaliar a estratégia de fornecimento e redesenhar a rede de fornecedores; criar modelos mais inteligentes de cadeia de suprimentos e análise de cenários; e oferecer novos modelos de execução.
MAIS:
– Para ajudar artistas autônomos e pequenos empreendedores durante a pandemia de Covid-19, o coletivo carioca de artistas urbanos SOLTO acaba de lançar a plataforma ADIANTA, que permite que pessoas interessadas em serviços de artistas e profissionais criativos possam adquiri-los para execução após a quarentena. “A ideia é que os consumidores possam usufruir dos serviços quando as restrições de deslocamento terminarem. Ou seja, o pagamento é feito nesse período de quarentena e a entrega será em uma data a combinar. Tudo direto com os profissionais, sem intermediários”, explica Daniel Medeiros, um dos idealizadores do SOLTO. Os serviços vão de fotografia, vídeos e pinturas até performances ou criações exclusivas de linhas de produtos.
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