iFood lança assinatura para entregadores que contempla bicicletas elétricas e ponto de apoio

1 de outubro de 2020
Divulgação

Roberto Gandolfo, vice-presidente de logística do iFood: rodadas de pesquisa com entregadores que usam bicicletas

A plataforma de entregas iFood está lançando hoje (1), em São Paulo, o Pedal iFood, um projeto-piloto que pretende melhorar a vida dos entregadores que usam a bicicleta como meio de geração de renda. Em parceria com a Tembici, startup de microbilidade com atuação na América Latina, a empresa vai oferecer, por meio de planos de assinaturas, acesso a bicicletas elétricas, ponto de apoio para descanso e o Pedal Responsa, treinamento online desenvolvido pelo Instituto Aromeiazero.

“O iFood e a Tembici estão trabalhando neste projeto há mais de um ano. Nosso anúncio de hoje diz respeito ao lançamento da primeira fase do projeto-piloto, que tem o objetivo de melhorar as necessidades dos entregadores que usam a bicicleta para o delivery de alimentos. É o primeiro projeto voltado para esse público e inclui três pilares importantes: bicicletas elétricas exclusivas, a parada de descanso na rua Fradique Coutinho, em Pinheiros, um dos bairros com maior demanda de entregas na capital paulista, e um braço de segurança e conscientização viária”, conta Roberto Gandolfo, vice-presidente de logística do iFood.

O executivo conta que a empresa conduziu várias rodadas de pesquisa com entregadores que usam bicicletas e que a iniciativa tem caráter experimental para, em alguns meses de operação, conseguir monitorar diversos fatores e, assim, entender a aderência e o impacto no dia a dia dos colaboradores. “Os primeiros 60 dias serão muito importantes para identificar as necessidades de ajuste”, diz.

Siga todas as novidades da Forbes Insider no Telegram

Na prática, os entregadores terão acesso a dois planos de assinatura, a R$ 9,90 por semana. O primeiro inclui o uso das bicicletas mecânicas da Bike Sampa (via app do Itaú), com até duas retiradas por dia nas estações do serviço e viagens de até quatro horas. Se esse tempo for ultrapassado, há uma cobrança de R$ 5 para cada hora adicional.

Já no segundo plano, os entregadores podem optar, por uma diária adicional de R$ 2, às bicicletas elétricas e ao iFood Pedal Support Point, equipado com banheiros, água e pontos de recarga de celulares, além das medidas de higiene recomendadas, como totens de álcool gel e reforço constante da necessidade do distanciamento social. São duas viagens de até quatro horas, respeitando o intervalo de quatro horas entre elas. Se esse tempo for ultrapassado, haverá cobrança de R$ 5 para cada hora extra.

Os interessados devem acessar a área do iFood Pedal no aplicativo iFood para Distribuidores. Após realizar o cadastro, seleção e pagamento do plano, o entregador está apto a usar os serviços. A princípio, o plano só poderá ser adquirido com cartão de crédito, mas, em breve, outras formas de pagamento serão incluídas. “Nos primeiros meses de testes, os colaboradores participarão com feedbacks para tornar a experiência ainda melhor. A ideia é, gradativamente, expandir o projeto, que foi desenvolvido com o objetivo de contribuir com o ciclismo da cidade e valorizar o trabalho dos entregadores que usam o app”, diz Gandolfo.

EXCLUSIVO: Pandemia acelera área de atendimento a empresas do iFood

Segundo ele, até o fim de 2020 a intenção é aumentar a capacidade de atendimento do projeto. Nos próximos meses, são esperadas até 500 bicicletas elétricas em circulação por São Paulo. O potencial do piloto é até 1 mil. “Todas as próximas decisões serão tomadas com base nos aprendizados desse período.”

CONDIÇÕES DE TRABALHO

A medida chega num momento em que o país discute as condições de trabalho dos profissionais que atuam nas plataformas de entrega e de transporte. Na última semana, o governo do Distrito Federal sancionou uma lei que obrigada essas empresas a oferecerem centros – com vestiários, sanitários, sala de apoio, espaço de refeição, pontos de acesso à internet e recarga de celular – para entregadores e motoristas nas 33 regiões administrativas.

Um executivo do mercado, que não quis se identificar, diz que a medida pode representar um investimento, só no DF, de R$ 800 mil por ano para essas empresas. Em São Paulo, já existe uma lei que segue nessa direção e que, nos próximos dias, vai definir a data de entrada em vigor da obrigatoriedade dos pontos de apoio.

Para Daniel Guth, diretor executivo da Aliança Bike, associação que tem como missão fortalecer a economia da bicicleta e o seu uso pelos brasileiros, melhorar as condições dos entregadores e motoristas deveria ser uma questão humanitária. Um levantamento feito no ano passado em São Paulo pela entidade revelou que o perfil dos ciclistas que trabalham por aplicativo é formado por homens negros entre 18 e 22 anos de idade e com ensino médio completo, que estavam desempregados. Se trabalharem de nove a 10 horas todos os dias da semana, no final do mês o rendimento médio será de R$ 936.

“O problema atual é que esses profissionais trabalham muito nos horários de pico, em regiões de alta concentração de pedidos, e passam grandes intervalos de tempo parados. Se a solução proposta pelo iFood – com a ajuda dos algoritmos usados pela plataforma –, representar ganho de produtividade, ou seja, mais entregas nas mesmas horas trabalhadas, ela certamente influenciará positivamente do ponto de vista financeiro e de condições de trabalho. Caso contrário, será mais uma despesa para os ciclistas. Só conseguiremos analisar esse impacto na prática.”

Siga FORBES Brasil nas redes sociais:

Facebook
Twitter
Instagram
You-Tu~TY]be
LinkedIn

Siga Forbes Money no Telegram e tenha acesso a notícias do mercado financeiro em primeira mão

Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.

Tenha também a Forbes no Google Notícias.