Nubank investe R$20 milhões para combater o racismo estrutural

12 de novembro de 2020
Divulgação

David Vélez, CEO do Nubank: ações do compromisso pela inclusão racial englobam iniciativas internas e externas, como o mapeamento de executivos negros e um hub em Salvador

O banco digital Nubank anunciou hoje (12) um investimento de R$ 20 milhões e uma série de iniciativas dentro e fora da empresa para o combate ao racismo e promoção da inclusão racial.

Segundo a empresa, o valor se refere a um investimento inicial para apoiar os primeiros passos da estratégia, mas pode aumentar.

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Segundo carta compromisso assinada pelos fundadores, o pacote de ações tem “envolvimento completo de todos os níveis hierárquicos” e conta com a ajuda de parceiros, como especialistas em diversidade e inclusão, o Instituto Identidades do Brasil (ID_BR) e o próprio grupo de afinidade da empresa, o NuBlacks.

“Ao longo da nossa história, avançamos muito pouco na pauta racial. Certamente não nos movemos na velocidade e intensidade que gostaríamos e nos é exigido pela sociedade e, em especial, pelos grupos subrepresentados”, diz a carta assinada pelo CEO e fundador da empresa, David Vélez, e pelos cofundadores, Cristina Junqueira e Edward Wible.

A empresa diz que as últimas semanas trouxeram a oportunidade de reflexão sobre o quanto a empresa precisa “não só aprender, mas também agir para combater as barreiras impostas pelo racismo estrutural”.

Dentro de casa, o Nubank disse ter iniciado um mapeamento de profissionais e executivos negros e negras no mercado brasileiro para atrair talentos para as posições de liderança abertas atualmente e que surgirão futuramente. “Seguimos focados na contratação de novos executivos negros e negras para nossa diretoria e conselho”, diz o comunicado.

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Além disso, a fintech diz já ter iniciado uma revisão de todas as suas práticas de RH, desde a seleção e o recrutamento até a avaliação de performance, de modo a eliminar vieses e barreiras que contribuam para a sub-representação. Isso está sendo feito em parceria com o ID_BR. Além de estratégias para a inclusão, retenção e desenvolvimento de talentos negros, o compromisso reúne “programa de treinamento em diversidade e inclusão com conteúdos para todos os níveis da organização”.

Já no que diz respeito a ações externas, a empresa relatou que está presente, com um novo centro de engenharia, design e experiência de cliente, o “NuLab”, em Salvador, e que criou um fundo de capital semente para investir em startups brasileiras fundadas ou lideradas por pessoas negras.

Para assegurar a transparência no processo, a empresa ainda se compromete com uma frente voltada a métricas e dados. O Nubank irá monitorar e analisar seus indicadores de diversidade e inclusão, e o primeiro passo é o lançamento hoje de uma página sobre impacto social e compromisso com a diversidade e inclusão racial.

Em 2014, grandes empresas do Vale do Silício começaram a divulgar os recortes demográficos de suas populações e o setor começou a ensaiar um movimento para endereçar o racismo evidente na folha de pagamento. Nos anos que se seguiram, porém, a mudança foi inexpressiva: relatórios de diversidade de grandes empresas como a Google, Microsoft e Apple mostram que a presença de negros no quadro não chega aos dois dígitos e o avanço em 2019 foi de menos de 1%.

O anúncio do Nubank segue a polêmica gerada após a participação de Cristina Junqueira no programa “Roda Viva”, da TV Cultura, sobre a diversidade na fintech. Dias depois, a empresa publicou um compromisso antirracista, prometendo que iria desenvolver uma estratégia para endereçar suas limitações nesse campo.

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“Aprendemos muito nas últimas semanas em conversas que tivemos dentro e fora do Nubank. Entendemos a nossa responsabilidade de acelerar as mudanças e estamos felizes de dar os nossos primeiros passos nessa agenda tão importante e urgente de combate ao racismo estrutural”, afirma David Vélez. “Sabemos que o caminho é muito longo, e que nossa contribuição é modesta. Mas estamos cientes da importância de acelerar.”

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