O aporte série F foi liderado pelo CapSur Capital, fundo brasileiro liderado por Marcel Arins, e atraiu o fundo multimercado Verde, de Luis Stuhlberger, bem como os investidores existentes Monashees, GGV, Microsoft, Sunley House e SoftBank. Segundo Thibaud Lecuyer, chief financial officer da empresa, o aporte reflete uma percepção do potencial do segmento em que a Loggi opera, além da capacidade de execução da empresa, cujo volume de entregas cresceu 360% na pandemia, impulsionada pelo aumento de compras online.
Siga todas as novidades do Forbes Tech no Telegram
Segundo o CFO, a Loggi estava aberta a formas de acelerar sua expansão, mas tinha dúvidas sobre a necessidade de uma nova rodada – segundo Lecuyer, a empresa ainda conserva a maioria do capital da rodada anterior de US$ 150 milhões, fechada em junho de 2019. Porém, o conselho da empresa levou em consideração movimentos observados em momentos que, de certa forma, se assemelham à atual crise.
“Análises da primeira epidemia do SARS nos mostram que companhias chinesas que investiram pesadamente em tecnologia e automação antes dos outros tiveram um desempenho muito superior anos depois: estamos exatamente neste mesmo momento no Brasil”, ressalta o empreendedor, cuja empresa tem entre seus clientes a Amazon, Mercado Livre e Magalu.
LEIA TAMBÉM: BV investe R$ 100 milhões na fintech Trademaster
“Poderia ter sido um mega-round, mas tudo tem princípios: precisamos considerar o quanto precisamos [de capital], com margem de segurança, para executar o plano dos sonhos, e também precisamos ser responsáveis com o dinheiro dos nossos investidores”, aponta o CFO.
No que diz respeito à estratégia, o foco da Loggi é aumentar a cobertura nacional de seus serviços de logística e ampliar sua capacidade de entrega. Durante a pandemia, a empresa inaugurou dezenas de agências próprias e seis novos centros de distribuição. Neste ano, deve abrir sete outros em território nacional.
Para cumprir seus objetivos, a empresa também deve investir em maquinário e tecnologia, o que inclui o aperfeiçoamento da plataforma de inteligência artificial utilizada pela empresa que, segundo Lecuyer, foi recentemente premiada como a mais inovadora entre as investidas do SoftBank.
Nos próximos meses, Lecuyer espera atingir o que descreve como a democratização de serviços de logística, principalmente para pequenos e médios empreendedores. “Nossa maior frustração durante o estágio inicial da pandemia era ver lojas fechadas, comerciantes falando com clientes via WhatsApp, mas não podíamos atender o Brasil inteiro, entregando qualquer coisa”, ressalta.
“Se estivéssemos prontos naquela época, esta pandemia teria sido muito diferente para muitas destas pessoas”, aponta o empreendedor, cujo foco para 2021 é justamente endereçar esta lacuna, atendendo os cerca de 50% da população brasileira que ainda não tem acesso aos serviços da Loggi.
Angelica Mari é jornalista especializada em inovação e comentarista com duas décadas de atuação em redações nacionais e internacionais. Colabora para publicações incluindo a FORBES (Estados Unidos e Brasil), BBC e outros. Escreve para a Forbes Tech às quintas-feiras
YouTube
Siga Forbes Money no Telegram e tenha acesso a notícias do mercado financeiro em primeira mão
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.