Liderada pelo fundo de venture capital Baillie Gifford, conhecido por ter um número considerável de ações em empresas como Alphabet, Mercado Livre e Tesla, a “segunda parte” da série D também eleva o valuation da Loft, que passa a ser de US$ 2,9 bilhões (R$ 15,9 bilhões), ante os US$ 2,2 bilhões (R$ 12,1 bilhões) negociados no final do mês passado. Com isso, a proptech acelera seu crescimento em valor de mercado, que quase triplicou desde janeiro de 2020, quando a companhia virou unicórnio, avaliada em US$ 1 bilhão (R$ 5,5 bilhões) após sua série C.
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Em entrevista à Forbes, o CEO e cofundador da Loft, Mate Pencz, avalia a importância de ter investidores de renome apoiando a companhia. “Nos aproximamos daqueles que não só estão dispostos a investir recursos, mas também querem ser grandes parceiros de negócios da Loft no longo prazo”, diz.
RELAÇÕES COM INVESTIDORES
A maioria dos investidores que se juntaram ao grupo de 15 fundos que hoje apoiam a companhia focam em organizações de capital aberto, o que faz diferença na preparação da empresa para fazer sua própria Oferta Pública Inicial (IPO). “Queremos que [os investidores atuais] nos acompanhem nessa jornada de transformação do mercado imobiliário e nos ajudem, quem sabe, até numa possível abertura de capital,” aponta.
“Estes fundos têm o mesmo perfil de fundo que faria um follow-on na Loft se estivéssemos na bolsa. Conseguimos trazer o melhor dos dois mundos com essa nova rodada”, aponta o cofundador. “Nossas interações com [investidores] são muito parecidas com o que teríamos se fôssemos uma empresa de capital aberto.”
A arrecadação de US$ 425 milhões, no final do mês passado, levantou questões sobre por quais razões a Loft não decidiu por um IPO, ao invés de recorrer ao mercado privado de capitais. Com a adição de mais US$ 100 milhões, provavelmente a dúvida persistirá, mas, segundo Pencz, a proptech continuará como uma empresa privada, pelo menos por enquanto. “Ser uma empresa privada te permite ser mais rápido e ágil em muitos aspectos”, afirma. “Com a velocidade que o mercado imobiliário tem mudado, e o quão rápido queremos investir em novas soluções, decidimos manter como está.”
PLANOS PARA 2021
A estratégia da empresa, no entanto, não irá mudar. A Loft ainda quer aumentar o número de serviços digitais disponibilizados em sua plataforma, assim como o portfólio de imóveis disponíveis dentro de seu marketplace. Agora, o momento é de pisar o pé no acelerador. “Vamos fomentar diversas iniciativas já planejadas, mas agora com mais intensidade e agressividade”, diz Pencz. “O momento é mais de acelerar a estratégia existente do que aumentá-la.”
A expansão geográfica do marketplace é outra estratégia que receberá muita atenção nos próximos meses. Além de se fortalecer nos mercados em que já atua, nas cidades do Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP), ampliando o número de ofertas de imóveis – hoje, são mais de 15 mil na plataforma -, a proptech quer chegar a pelo menos mais três capitais até o final do ano. De acordo com Pencz, Brasília, Porto Alegre, Belo Horizonte e Curitiba são algumas das candidatas.
COPO MEIO CHEIO
A pandemia de Covid-19 no Brasil trouxe consigo, em uma perspectiva econômica, duas faces de uma mesma moeda. Ao mesmo tempo que forçou a digitalização dos negócios, também inflamou a desigualdade social, a pobreza e o desemprego. Para Pencz, a Loft quer pensar no copo meio cheio. “Eu sou um eterno otimista, talvez não seja a melhor pessoa para falar sobre isso [a crise sanitária], mas tanto nós, os fundadores, como os investidores estamos cientes da situação e das dificuldades”, afirma.
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