15 healthtechs que estão revolucionando a saúde para ficar de olho em 2021

30 de julho de 2021
KDP/Getty Images

O número de healthtechs no Brasil passou de 248 para 542 empresas na comparação de 2020 e 2018

O mercado de healthtechs é um dos mais promissores do ecossistema de inovação: segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), os gastos no setor da saúde já representam 10% do Produto Interno Bruto do mundo e, no Brasil, suas despesas representam 9,2% da soma de todos os bens e serviços produzidos, ou R$ 608 bilhões em 2017, de acordo com a Agência IBGE de Notícias.

Durante a pandemia, o segmento disparou, com um salto de 118% no número de healthtechs no Brasil na comparação de 2020 e 2018, passando de 248 para 542 empresas do setor, conforme o relatório “Distrito HealthTech Report 2020”. Essas empresas tornaram-se protagonistas na luta contra a Covid-19, por meio de soluções inovadoras de assistência à distância, realização de exames, compra de medicamentos online e até exercícios a distância.

Siga todas as novidades da Forbes Tech no Telegram

“O setor das healthtechs tem uma grande abrangência. Estamos falando de startups que atuam em assuntos diversos como marketplaces de saúde, devices médicos, telemedicina, wearables, gestão do paciente e prontuário médico, entre vários outros”, afirma Luzia Sarno, diretora corporativa de TI do Grupo Fleury.

A tendência é de crescimento contínuo. De acordo com a Abstartups (Associação Brasileira de Startups), os usos da inovação no setor de saúde são, aparentemente, intermináveis. “A tecnologia está sendo implementada em tudo, desde os processos administrativos do hospital até a pesquisa e a cirurgia do câncer, a fim de melhorar a eficiência em todo o setor e tornar a experiência do paciente o mais indolor possível”, diz Ana Flávia Carrilo, parte da equipe de comunicação no blog da instituição.

Nesse contexto, a Forbes conversou com especialistas do setor sobre algumas das healthtechs mais promissoras em 2021, com atuação no território brasileiro. Confira, na galeria abaixo, as 15 startups apontadas, em ordem alfabética:

Afinando o Cérebro O aplicativo Afinando o Cérebro oferece mais de 140 jogos interativos que estimulam habilidades cerebrais de processamento auditivo, memória, atenção e linguagens oral e escrita. A plataforma pode ser usada por professores, idosos, pais de crianças e terapeutas, auxiliando no desenvolvimento dos pacientes de forma lúdica e educativa. Segundo Natália Beraldo, coordenadora de inovação e startups do Hospital Israelita Albert Einstein, um dos diferenciais da startup é o AudBility, plataforma de triagem online das habilidades auditivas, ideal para fonoaudiólogos e outros profissionais da área.more
Anestech “O centro cirúrgico é a próxima fronteira do hospital a ser digitalizada, e a Anestech está fazendo justamente isso, a começar pelo registro anestésico”, diz Thiago Julio, gerente executivo de inovação aberta da rede de saúde integrada Dasa. Fundada em Florianópolis (SC), a startup faz a integração, rastreamento, análise e entrega de dados em tempo real, por meio de business intelligence em nuvem de dados e aplicações dedicadas para mobiles na sala de cirurgia. A healthtech possui a solução AxReg, uma ficha anestésica descomplicada, completada por um dashboard de performance de centro cirúrgico com o objetivo de facilitar ainda mais as informações para o anestesista e aumentar a segurança do paciente. Segundo o especialista, o ato operatório é um dos momentos mais críticos da jornada hospitalar. Por isso, ter acesso aos dados de monitoramento dos pacientes é fundamental para garantir a segurança do procedimento e a eficiência e qualidade do processo assistencial. “Soluções como a da Anestech permitem melhor gestão e controle financeiro do setor”, considera Julio. Em 2017, a empresa foi a vencedora do CBA Shark Tank Mentorship, que ocorreu durante o Congresso do Comitê Brasileiro de Acreditação Hospitalar, e foi escolhida como startup do ano no prêmio Líderes da Saúde.more
Brain4Care Criada em 2009 no estado de São Paulo, a Brain4Care desenvolveu uma tecnologia de monitoramento não-invasivo de variações de volume e pressão intracraniana. A solução promete reduzir os riscos neurológicos dos pacientes e os custos assistenciais, sendo indicada nos casos de trauma, hidrocefalia, pós-cirúrgico de cardiopatias e hepatopatias complexas, AVCs e doenças infecto-contagiosas do sistema nervoso central. “Este é um exemplo de healthtech brasileira com grande tecnologia e ciência embarcada. Esse importante parâmetro clínico é fundamental em situações de pacientes críticos, e a maneira tradicional de se obter essa medida é muito invasiva”, pontua Thiago Julio, da Dasa. De acordo com a startup, o monitoramento da complacência cerebral melhora a pertinência dos cuidados e a segurança do paciente, fornecendo informações adicionais que qualificam o diagnóstico, orientam a terapêutica e indicam a evolução dos distúrbios neurológicos.more
Biologix “É uma healthtech que tem o objetivo de revolucionar o diagnóstico da AOS [apneia obstrutiva do sono], caracterizada por paradas respiratórias ao dormir, causadas por interrupções das vias aéreas superiores”, diz Natália Beraldo, coordenadora de inovação e startups do Hospital Israelita Albert Einstein. Com sede na cidade de São Paulo, a Biologix desenvolveu um sensor proprietário sem fio capaz de captar a saturação de oxigênio e frequência cardíaca dos pacientes, permitindo o monitoramento dos movimentos durante o sono. Em instantes, o sistema gera gráficos e laudos médicos em formato PDF, que podem ser acessados pelo profissional via aplicativo de celular para gerenciarem seus pacientes com mais facilidade. “A AOS não tratada compromete seriamente a qualidade de vida e pode ter complicações cardiovasculares importantes. Com a plataforma, o médico consegue acompanhar a evolução dos tratamentos, o que era impossível até então.”more
Doc24 “A plataforma de telemedicina tem como diferencial aplicações que usam inteligência artificial [o WellnessTest] capaz de capturar, por meio da câmera do dispositivo, a pressão, saturação e frequências cardíaca e respiratória”, explica Lilian Quintal Hoffmann, diretora-executiva de tecnologia e operação da BP (Beneficência Portuguesa) de São Paulo. A ferramenta permite que o especialista tenha informações sobre o estado de bem-estar do paciente, podendo traçar estratégias de prevenção e promoção de uma melhor qualidade de vida. Com escritórios nas cidades de Rosário, na Argentina, e em São Paulo, a startup também desenvolveu consultórios inteligentes, cabines que permitem realizar exames médicos em tempo real e consultas online com especialistas em um espaço futurista. A estrutura permite que o paciente realize um auto-check-up de sua saúde com os painéis e dispositivos médicos integrados e, em alguns casos, fazer uma videoconsulta com um especialista. Podem ser instaladas em indústrias, grandes empresas, centros comerciais e de entretenimento, terminais de transporte de passageiros, entre outros espaços.more
GlucoGear “Esta startup brasileira é focada em diabetes e utiliza a ciência de dados para uma maior adesão do paciente ao tratamento”, explica Luzia Sarno, do Grupo Fleury. O aplicativo é capaz de prever a curva glicêmica futura de cada usuário e alertar para possíveis eventos de hiper ou hipoglicemia. A análise é feita com base na rotina dos usuários, com dados de alimentação, atividades físicas e tempo de sono, entre outros. A partir dos resultados, a plataforma oferece recomendações de ações preventivas.more
Health ID LAB Com a proposta de empoderar as pessoas na autogestão da saúde, esta startup permite que o paciente realize exames laboratoriais sem sair de casa, recebendo resultados didáticos e sugestões de prevenção. Ele compra o kit de check-up, com entrega domiciliar, para fazer a autocoleta. Depois do exame, agenda a retirada do kit para que a empresa envie as amostras ao laboratório. Os resultados são enviados de forma 100% digital. “É uma solução inovadora, pois alia os conceitos de prevenção, análise de dados, consumo digital, auto-atendimento e modelo de negócios diferenciado”, diz Lilian Quintal Hoffmann, da Beneficência Portuguesa de São Paulo.more
Intuitive Care “O ciclo de receita do setor de saúde é bastante complexo, com ineficiências, redundâncias e atritos. Empresas do segmento de todos os portes investem muito em times, ferramentas e processos financeiros para garantir eficiência no sistema de faturamento. A Intuitive Care usa tecnologia de dados para resolver alguns desses problemas, facilitando a extração, consolidação e análise dos processos de faturamento, glosa, autorização e elegibilidade”, diz Thiago Julio, da Dasa. Direcionada para médicos, consultórios, hospitais, clínicas e laboratórios, a startup fornece aplicações integradas ao ERP (sistema integrado de gestão empresarial) que digitalizam processos-chave do seu negócio. Para seguros de saúde e cooperativas, a healthtech ajuda a automatizar a comunicação com os prestadores, assim como o processo de auditoria colaborativa e workflow em equipe. “O resultado é mais controle para o gestor e, principalmente, melhoria das margens e dos resultados financeiros”, considera Julio.more
NeuralMed A startup paulistana usa inteligência artificial para otimizar a agilidade no atendimento e a assertividade diagnóstica no ecossistema de hospitais, aprimorando a análise de imagens e laudos médicos em tempo real. Para Luzia Sarno, do Grupo Fleury, a NeuralMed assume um papel importante para auxiliar médicos radiologistas, com soluções de tomografia computadorizada de tórax e crânio, eletrocardiograma e radiografia de tórax. Além do diagnóstico automatizado dos exames, a tecnologia ordena a lista de pacientes por prioridade clínica, em vez de organizar por ordem de chegada, e é capaz de extrair as informações mais importantes de um texto não estruturado.more
Safepill Fundada pelo enfermeiro Arlei Alves e pelo administrador apaixonado por tecnologia Felippe Carone, a Safepill faz a administração dos medicamentos para promover um tratamento seguro dos pacientes. A companhia organiza os fármacos por dose, dia e horário, em embalagens ordenadas cronologicamente dentro de uma box entregue a domicílio uma vez por mês. “A healthtech resolve um problema comum de pessoas que costumam precisar de vários medicamentos por dia: o de se organizar para tomar os remédios na hora certa e na dosagem prescrita”, explica Natália Beraldo, do Hospital Israelita Albert Einstein. A startup analisa a lista de medicamentos previamente e informa sobre combinações entre os remédios que devem ser evitados - como tomar anti-inflamatório com coagulante - para aumentar a eficiência do tratamento. “O serviço também gera maior comodidade ao cliente, pois dispensa a necessidade de idas até as farmácias convencionais.”more
Salvus Criada com a missão de ajudar hospitais, empresas de home care e operadoras a aumentarem sua eficiência, rentabilidade, qualidade e segurança no atendimento domiciliar, a Salvus desenvolveu uma solução HAI (Healthcare Assistive Intelligence) que otimiza toda a operação do serviço, integrando a indicação da desospitalização, avaliação, orçamento, planejamento, implantação, operação, assistência e gestão continuada em uma única plataforma. Segundo Natália Beraldo, do Hospital Israelita Albert Einstein, a ferramenta permite que todos os gestores profissionais de saúde, pacientes e familiares tenham acesso a uma nova experiência com a digitalização da sua jornada, necessidades e objetivos. Em 2018, a startup foi premiada no BNDES Pilotos IoT, programa do banco de fomento em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações para apoiar financeiramente projetos inovadores para teste e avaliação de soluções tecnológicas de Internet das Coisas. No último ano, a Salvus saltou de 200 para 3.000 pacientes monitorados.more
Saúde digital: demanda por formação cresceu durante a pandemia
Upflux Para Thiago Julio, da Dasa, a Upflux também é destaque no ecossistema das healthtechs. Fundada em Jaraguá do Sul (SC), a startup atua em 14 estados do país com soluções aplicadas em hospitais, clínicas, laboratórios, centros oncológicos, operadoras de planos de saúde, centros de serviços compartilhados, indústrias e instituições financeiras. Baseada na técnica de process mining - cujo objetivo é descobrir, monitorar e melhorar processos reais das instituições para, a partir disso, promover a melhoria contínua das operações -, a healthtech identifica ineficiências e desvios na jornada do atendimento para melhorar a qualidade e a segurança da jornada do paciente. “Hospitais e laboratórios têm uma infinidade de processos assistenciais, operacionais e de gestão que, muitas vezes, não estão devidamente desenhados, documentados e acessíveis aos gestores e líderes assistenciais, dificultando a implantação de melhorias e ferramentas de qualidade. A Upflux consegue, automaticamente, mapear os procedimentos dos diversos setores e serviços clínicos”, explica o especialista. Depois do diagnóstico, a startup oferece um software com interface gráfica amigável para que os gestores monitorem as operações, economizando tempo e permitindo a identificação rápida de gargalos ou ineficiências operacionais.more
Vittude “A saúde mental é um assunto crítico, principalmente nos últimos tempos. Uma startup que vem se destacando no segmento é a Vittude, abrangendo B2B e B2C com atendimentos psicológicos online e presencial”, diz Luzia Sarno, do Grupo Fleury. Fundada em 2016 por Tatiana Pimenta, a empresa é referência em educação emocional no Brasil. Sua plataforma conecta profissionais e pacientes, promovendo saúde e bem-estar. Os usuários escolhem seu psicólogo online de acordo com suas preferências de horário e localização e podem, facilmente, agendar sua sessão. No início do ano, a healthtech já recebia, mensalmente, mais de 3 milhões de pessoas em sua ferramenta e, no ano passado, impactou cerca de 30 milhões de brasileiros com seus conteúdos sobre saúde mental, psicologia e comportamento humano.more
Wecancer Ao unir a tecnologia ao cuidado médico, a plataforma permite que os profissionais da saúde acompanhem a evolução clínica de pacientes com câncer à distância, oferecendo uma assistência fora do centro de atendimento. “Isso cria uma experiência diferenciada para o paciente e para a equipe, facilita a comunicação e permite o armazenamento de dados - muito importantes para a análise preventiva”, afirma Lilian Quintal Hoffmann, da Beneficência Portuguesa de São Paulo. Diariamente, o paciente deve registrar os seus sintomas no aplicativo, para que os profissionais o acompanhem e previnam pioras e idas ao pronto-socorro. O sistema emite alertas de medicamentos e consultas para o usuário, e indica leituras confiáveis sobre a doença, além de oferecer um chat online para tirar dúvidas, orientar e acolher o paciente onde ele estiver. Para Lilian, o serviço é inovador, pois alia conceitos de uso de dados, monitoramento da saúde e cuidado digital.more

Siga FORBES Brasil nas redes sociais:

Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn

Siga Forbes Money no Telegram e tenha acesso a notícias do mercado financeiro em primeira mão

Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.

Tenha também a Forbes no Google Notícias.