Startup de mobilidade levanta US$ 100 milhões em rodada série B

18 de agosto de 2021
Pexels

A Kovi possui uma frota de mais de 12 mil carros e 10 mil motoristas

A startup de mobilidade Kovi, conhecida por oferecer planos de aluguel de automóveis para motoristas de aplicativo, está pronta para intensificar seu plano de expansão internacional para outras capitais da América Latina. Com operação no Brasil e no México, a companhia não descarta ir para outros países da região ainda este ano após captar US$ 100 milhões (R$ 520 milhões na cotação atual) em sua rodada série B, anunciada hoje (18). Os fundos Valor Capital e Prosus Ventures lideraram o investimento, que contou com a participação de mais sete outras instituições de capital de risco.

Fundada em 2019 pelos empreendedores João Costa e Adhemar Milani, ambos ex-executivos do unicórnio 99, a Kovi atraiu os novos investidores por conta do seu modelo “pay-per-mile”, no qual o usuário paga a tarifa com base nos quilômetros rodados em determinado mês. A taxa mínima é de R$ 289, para até 100 quilômetros percorridos, enquanto a máxima chega a R$ 469 para distâncias acima de 1.250 quilômetros. “A Kovi fornece soluções inovadoras e flexíveis que tornam o carro prontamente disponível para uma base mais ampla”, diz o sócio-fundador do Valor Capital, Scott Sobel. “A empresa certamente está liderando o movimento de mudança desse setor em toda a América Latina.”

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Como ferramenta de monitoração, a Kovi investiu em sensores, que são instalados em cada automóvel, gerando dados sobre os mais de 10 mil motoristas cadastrados na plataforma. Segundo o sócio e CRO da startup, Bruno Poljokan, essas informações trazem maior segurança para os usuários, assim como abrem possibilidades de novos modelos de negócio. “Conseguimos traçar todo um perfil de direção das pessoas e seus comportamentos no volante”, diz. “Com a nossa conectividade, temos, por exemplo, uma assertividade maior para oferecer um seguro com base no seu padrão de condução e não por características geográficas e etárias.”

Por conta exatamente da tecnologia e do banco de dados, a Kovi lançou o serviço, em março deste ano, com o cálculo em função do perfil do motorista. “Normalmente, o seguro leva em consideração fatores como idade, local de residência e se a pessoa tem garagem para precificar”, diz Poljokan. “Nós desenvolvemos uma solução que leva em consideração, por exemplo, que uma pessoa de 21 anos pode dirigir melhor que uma de 45.”

Além de investir no desenvolvimento de sua tecnologia, para criar outras soluções, a Kovi também pensa em expandir sua atuação. Com operação em cidades do Brasil e do México, a companhia quer ir para novos locais na América Latina. “Não achamos que o nosso negócio resolve um problema local. Essa falta de acesso ao automóvel é uma dor global”, diz Poljokan. “Sabemos que não podemos ir para qualquer lugar. Nossa tecnologia tem apelo para alguns países específicos.” Segundo o executivo, locais com alta densidade demográfica e disparidades econômicas elevadas, onde a compra de automóveis são dificultadas, são alvos da startup.

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Na América Latina, por exemplo, a companhia tem observado com interesse uma expansão para Colômbia, Peru, Chile e Argentina. Fora dessa região, países como África do Sul e Turquia também aparecem em uma lista de possíveis geografias a serem exploradas. “Não temos uma sequência definida, não sabemos por onde começaremos exatamente”, afirma Poljokan. “Sabemos que esses locais se encaixam com a nossa ideia de negócio, mas tudo isso será avaliado internamente.”

Para cumprir esse plano de expansão, a Kovi pretende aumentar o seu quadro de funcionários e a sua frota. Com 12 mil veículos e um time de 700 pessoas, a pretensão é chegar a 20 mil carros e 900 colaboradores até o final deste ano. “Como dependemos muito da produção de automóveis, a crise de semicondutores gera muita incerteza, então a velocidade de nosso crescimento pode variar”, diz o executivo. “Mesmo assim, queremos expandir nossas equipes de tecnologia, produto e atendimento ao cliente.”

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