Para garantir a imunização, estão sendo utilizadas quatro variedades de vacinas no país: CoronaVac, do Instituto Butantan; Janssen, do grupo Johnson & Johnson; AstraZeneca, cuja produção no Brasil é feita pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz); e Pfizer, da farmacêutica de mesmo nome, em parceria com o laboratório BioNTech. Mas, em breve, uma nova alternativa pode ser disponibilizada para os brasileiros: a primeira vacina do mundo contra o novo coronavírus desenvolvida à base de plantas.
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A vacina, desenvolvida pela biofarmacêutica canadense Medicago e pela britânica GSK, utiliza plantas Nicotiana benthamiana (espécie nativa da Austrália, prima dos tabacos e amplamente utilizada para a produção de vacinas, com resultados promissores no combate de doenças como o Ebola) para produzir moléculas que se parecem com o vírus e apresentam todas as proteínas externas do invasor. Segundo o especialista, a grande vantagem do imunizante é a possibilidade de produção em escala, pela facilidade de plantar a matéria-prima em todo o mundo e, assim, replicar a partícula do vírus.
Para comprovar a eficácia do imunizante, a Medicago vai contar com 30 mil voluntários sadios nos testes clínicos em todo o mundo. As pesquisas de fase 1 e 2 começaram globalmente em 2020 e foram aprovadas para a reta final de testes em março deste ano. No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou a realização de testes clínicos em abril, e as análises estão ocorrendo desde maio no Hospital do Rocio, na cidade de Campo Largo, no Paraná, liderado pela Science Valley.
A ideia da empresa é encerrar os estudos até setembro, quando concluir os testes em 700 voluntários do Paraná, todos adultos a partir de 18 anos, que não tiveram Covid-19 e não foram vacinados. A amostra já conta com mais de 540 pessoas. Além do Hospital do Rocio, outros seis centros de pesquisas brasileiros também estão realizando os estudos fase 3 da vacina: Instituto de Pesquisas Clínicas L2iP (Brasília), Santa Casa de Misericórdia (Belo Horizonte), Hospital Moinhos de Vento (Porto Alegre), Instituto Brasil de Pesquisa Clínica (Rio de Janeiro), Fundação Faculdade Regional de Medicina de São José do Rio Preto (São Paulo) e Azidus Brasil Pesquisa e Desenvolvimento (Valinhos), todos sob responsabilidade dos outros institutos. A expectativa é que o Brasil conclua, no total, cerca de 3.500 testes em todo o país.
“Quando a vacina é aplicada, o organismo começa a produzir anticorpos contra as proteínas do vírus. Caso a pessoa entre em contato com o Sars-CoV-2, já está imunologicamente preparada para impedir a infecção nas células humanas”, diz o executivo. Segundo Agati, a escolha do Hospital do Rocio para liderar a realização dos testes clínicos no Brasil foi feita pela Medicago em parceria com a própria Science Valley. “A ideia era lançar o estudo em diferentes regiões do país. Como a pesquisa já está rodando em outras cidades brasileiras, escolhemos trabalhar no Paraná, onde os testes ainda não estavam sendo realizados. O Hospital do Rocio já é estruturado para estudos de vacinas, tem um grande volume de atendimento e muitos especialistas em termos de pesquisa clínica.”
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Quando a vacina estará disponível?
Eduardo Ramacciotti concorda: se os resultados mostrarem uma imunização significativa, principalmente contra variantes mais perigosas, como a Gama e a Delta, a perspectiva é que as agências regulatórias liberem o uso mais rapidamente. “É fundamental que as pessoas saibam que as vacinas estão sendo cuidadosamente testadas para garantir a segurança. Se forem aprovadas, é porque são seguras para o uso”, conclui. Caso autorizada, a vacina da Medicago/GSK será realizada em duas doses, com intervalo de 21 dias.</span
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