Ainda no longínquo ano de 2019, uma pesquisa do Institute For The Future, encomendada pela Dell, intitulada “Projetando 2030”, apontava que 85% dos empregos que existirão nos próximos oito anos serão novos. Além disso, 30 milhões de vagas pelo mundo serão modificadas pelo impacto de tecnologias como inteligência artificial. Mesmo que as projeções apontem para um futuro não tão distante, o presente já é composto de funções, ou ao menos escopos de posições antes impensáveis.
Para a Forbes Brasil, o publicitário, consultor de tendências e fundador da 16 01, Edu Paraske, indicou cinco profissões que já são realidade, ao menos como conceito, no mundo da inovação e dizem mundo sobre o que está por vir. “Para ser um profissional de inovação nos dias de hoje, é preciso aceitar uma situação de dicotomia entre estar constantemente atualizado com todas as informações que acontecem rapidamente no mercado e, ao mesmo tempo, aceitar que você nunca estará atualizado. É humanamente impossível estar a par de tudo que acontece em inovação e é preciso lidar com isso” explica Paraske, reforçando que o futuro das posições dentro da área de inovação nas empresas deverão ter duas coisas em comum: colaborativas e integradoras.
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“Colaborativas por que ainda será preciso assumir uma interdependência para fazer com que a mentalidade de inovação ande lado a lado com as capacidades de cada área que fazem a empresa funcionar. E integradora por que cada vez mais as tecnologias serão diferentes, específicas e singulares, e dentro da empresa é preciso fazer com que cultura, estrutura e estratégia andem juntas, do contrário, a inovação não acontece, ela se enfraquece e falha”, explica.
DESIGNER DE MODELO DE NEGÓCIOS
“Este é um título de trabalho que será comum em um futuro próximo. Um designer que cria e desenvolve modelos de negócios adequados para encontrar fluxos de receita e estratégias de preços para novos produtos ou serviços. Eles apoiam as equipes de inovação corporativa em sua busca por novas oportunidades de negócios desejáveis, viáveis que possam agregar valor e resultados de negócios. Hoje em dia, muitas marcas tentam inovar e se deparam com uma necessidade de atuar em outro modelo, mas não sabem como fazer por que ficam apenas no core business”
ESPECIALISTA EM METAVERSO
“Assim como hoje temos profissionais que entendem de mídia, planejamento, criação e outras disciplinas, para o mundo virtual de convivência, todos estes atributos precisarão convergir pois não acontecerão de forma sinótica, e sim, em uma simbiose invisível. Será preciso entender e compreender o que é possível fazer. Como acontece hoje em dia no mundo dos games: poucos profissionais realmente entendem todas as possibilidades que esse ecossistema oferece”
ESPECIALISTA EM NFT / BLOCKCHAIN
“Uma olhada nas estatísticas recentes revela o quão rápido a popularidade do NFT está crescendo. Em 2020, o valor total de vendas de tokens não fungíveis foi de US$ 250 milhões, enquanto o primeiro trimestre de 2021 teve um valor total de vendas de US$ 2 bilhões. Ainda não alcançamos nem 10% de todo o potencial de negócios com NFTs, blockchain e criptomoedas. Isso significa dizer que muitos negócios encontrarão oportunidades muito rentáveis de utilizar tecnologias agregando valor com uma nova unidade de negócios. Entre games, coleções licenciadas, artes ou peças do mundo fashion”
PROTOTIPADOR BASEADO EM DADOS
“Os dados e a maneira de visualizá-los estão cada vez mais acessíveis e intuitivos. Em breve, as tecnologias chegarão no estado da arte para promover um acesso amigável aos dados em todas as plataformas e para todas as áreas. Ou seja, a habilidade mais importante não será conseguir dados e analisá-los, mas sim, ter as ideias de que ações serão tomadas, que testes serão feitos, quais experimentos serão testados e quais protótipos teremos que colocar em prática. Os profissionais mais valorizados serão aqueles que integrarem sua capacidade de analisar dados, mas de colocar ações em prática, gerar negócios e fazer diferença para a companhia”
AGENTE DE MUDANÇA DA INOVAÇÃO
“Por mais rápidas e dinâmicas que sejam as mudanças tecnológicas e a inovação que consumimos, as empresas precisarão de pessoas que deverão assumir a responsabilidade de transformação da cultura de inovação. Isso acontece hoje parcialmente em empresas que tem áreas de inovação, ou até dentro do próprio RH, mas diante de um mundo tão caótico, essas posições serão consideradas essenciais muito em breve, Hoje, ainda tem sua atuação como os chamados “double hat” ou seja, alguém acumula esta função de treinar e aculturar a empresas, mas isso ainda é visto como despesa e também como uma simples iniciativa de treinamento e desenvolvimento, e não como algo estratégico e que gera negócios”