Terreno virtual, uma nova opção de investimento imobiliário

25 de novembro de 2021

Na foto, intervenção artística que mescla espaços reais com os elementos da plataforma Decentraland por meio do uso de realidade aumentada (Crédito: Getty Images)

Imobiliária especializada em ativos virtuais, a Metaverse Group pagou o equivalente a R$ 13 milhões por um terreno dentro da plataforma imersiva Decentraland. A criptomoeda utilizada na transação foi a Mana. De acordo com a Reuters, o terreno fica localizado em uma área chamada Fashion Street e será arquitetado para receber eventos de moda, além de lojas de roupas e avatares.

Esse é mais um, entre os casos recentes de investimentos em estratégias virtuais associadas ao conceito de metaverso. Na semana passada, a Nike anunciou a criação da Nikeland dentro do jogo Roblox. Neste caso, foi recriada a sede da companhia em 3D com o objetivo de atrair novos talentos e permitir que os fãs vejam uma outra faceta da marca. Semanas antes, a empresa já havia solicitado ao Escritório de Marcas e Patentes dos EUA o registro de ativos virtuais que levam seus logos: Nike, Jordan e o slogan Just do It.

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Quem impulsionou a discussão sobre o tema nos últimos meses foi Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, que mudou a marca corporativa de sua empresa para Meta e anunciou investimentos de mais de US$ 10 bilhões para desenvolver um metaverso próprio. No início da semana, a Gemini, empresa de criptomoedas, captou US$ 400 milhões, também com a premissa de desenvolver um metaverso que, segundo os fundadores, funcione de forma aberta, ou o oposto do que a Meta propõe.

Segundo a IHS Markit, o mercado global de realidade virtual e aumentada deve ultrapassar US$ 100 bilhões em 2022. Ana Raquel Hernandes, Head do Yahoo Creative Studios, explica que esses movimentos serão cada vez mais comuns e abrem novas possibilidades para negócios, eventos e investimentos. “Especialmente em mecânicas de ativação de experiências híbridas. Também acredito que as ferramentas de criação em 3D, como Unity e Unreal Engine, vão se tornar ainda mais populares porque a demanda corporativa pela criação de experiências imersivas e uso de gamificação em produções vai aumentar”, explica.

Em junho deste ano, a marca italiana Gucci vendeu uma carteira virtual no game Roblox. O jogador a comprou por um valor de US$ 4.115, sendo que este mesmo produto real era vendido por US$ 2.400 na loja física. Não há dados específicos sobre quanto o metaverso deve movimentar, mas indústrias correlacionadas fazem esses números serem promissores. Somente a de games deve ultrapassar US$ 200 bilhões até 2023.