Foram exatos 21 dias entre a segunda-feira, (4), quando Elon Musk comprou o equivalente a R$ 13 bilhões (US$ 2,9 bi) em ações do Twitter, 9,2% da empresa, para o acordo definitivo de aquisição da plataforma por R$ 212,2 bilhões (US$ 44 bi) hoje (25). Com a aprovação por parte do Conselho de Administração, Musk pagou R$ 266,50 (US$ 54,20) por ação.
O desfecho do negócio envolveu declarações polêmicas, a desistência por parte de Musk, em 11 de abril, em compor o Conselho da empresa, mesmo após a confirmação do CEO Parag Agrawal de que isso ocorreria. Na semana passada, o próprio Twitter se utilizou de uma manobra conhecida como “poison pill” (ou “pílula de veneno”) para impedir a compra por parte do bilionário.
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A estratégia, que começou a ser empregada no mercado financeiro na década de 1980 e possui diferentes modalidades, consiste no aumento do número de ações ofertadas por uma empresa, reduzindo os seus preços e diluindo a participação do comprador indesejado. Criado em março de 2006 por Jack Dorsey, Evan Williams Biz Stone e Noah Glass, o Twitter conseguiu atingir US$ 1 bilhão em receita somente em fevereiro de 2020. Na ocasião, o crescimento no número de usuários também impulsionou os resultados positivos.
Atualmente, a plataforma tem mais de 217 milhões de usuários e no último relatório financeiro divulgado em fevereiro, a plataforma registrou um lucro de R$ 881 milhões (US$ 181 milhões) no quatro trimestre do ano passado, queda de 18,2%.
Veja quatro momentos emblemáticos da história recente do Twitter:
Elon Musk compra R$ 13 bi em ações do Twitter
Foi na segunda-feira, 4 de abril, que a relação entre Elon Musk e o Twitter começou a ficar séria. Naquele dia, o bilionário comprou o equivalente a R$ 13 bilhões em ações da plataforma. O movimento ocorreu após Musk ter criado polêmica ao criticar o fomento à liberdade de expressão pela plataforma e sugerir, inclusive, que criar uma rede social poderia ser uma saída. O registro dizia que Musk havia comprado cerca de 73,4 milhões de ações ordinárias, ou o equivalente a 9,2% de participação.
Sob nova direção, a era Parag Agrawal
Entre o final de novembro e início de dezembro de 2021, o então novo CEO da plataforma, Parag Agrawal, iniciou uma série de mudanças na plataforma. O executivo, que entrou no Twitter em 2011 após passagens pela Microsoft, AT&T e Yahoo, e atuava como CTO da empresa desde outubro de 2017. À época, ele iniciou um processo de reestruturação com mudanças envolvendo Kayvon Beykpour, Bruce Falck e Nick Caldwell. Beykpour passou a ser responsável por construir os recursos voltados para o consumidor, enquanto Falck e Caldwell, respectivamente, passaram a gerenciar as equipes de vendas e engenharia.
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Jack Dorsey deixa o comando do Twitter
O CEO e cofundador do Twitter, Jack Dorsey, renunciou, em novembro, ao cargo de executivo-chefe. Na época, Dorsey disse que o Twitter estava “pronto para seguir em frente sem ele” e com a liderança do substituto Parag Agrawal. Com a saída, as ações do Twitter dispararam até 12,5% no dia. No início de 2020, o Elliott Management, fundo investidor da plataforma, chegou a pressionar pela saída de Dorsey. Em 2008, ele chegou a ser afastado da liderança e retornou em 2015, neste período, a empresa foi comandada pelo cofundador Evan Williams.
Twitter Blue, o serviço pago do Twitter
Uma das grandes discussões em torno do Twitter foi a monetização. No ano passado, a plataforma começou a testar na Austrália e Canadá o Twitter Blue, serviço que, por meio de uma assinatura, permitia recursos exclusivos. Em dezembro do ano passado, novos rumores deram conta de que o serviço estaria próximo de ser lançado no Brasil.