Se adaptar a diferentes situações é o princípio básico do conceito de resiliência, que foi usado à exaustão durante a pandemia. Afinal, praticamente todas as pessoas tiveram que migrar da noite para o dia para o home office, conciliando trabalho e vida pessoal em um mesmo ambiente. O medo do vírus, os desafios no trabalho, a insegurança pessoal e profissional exigiu mais resiliência para atravessar esse momento. No ambiente corporativo, essa ação consiste em entender o momento, demonstrar mais flexibilidade para atuar em circunstâncias de crise ou ser mais desafiadores, buscar conhecimento e resultados que sejam adequados para a equipe e, consequentemente, para a empresa e seus clientes.
No mundo corporativo atual, em que as empresas tiveram que aprender a lidar com o desafio constante da disseminação de informações, é critério essencial ao colaborador resiliente apurar os fatos, avaliar diferentes cenários e buscar novas alternativas para fazer um trabalho melhor ou alcançar resultados mais significativos. A resiliência também pode ser encarada como proatividade para assumir desafios, alterar a rota, dar opiniões e agir na busca contínua de melhorias.
Muitas empresas ou seus líderes só percebem suas fragilidades quando são colocadas diante de adversidades. As empresas precisam se preparar para os constantes desafios. A resiliência é algo que faz parte do autoconhecimento para encontrar maneiras de lidar com situações difíceis e assim manter o equilíbrio emocional. Como performar em momentos adversos, por exemplo, e atingir as metas determinadas?
É sabido que planejamento e capacidade de adaptação estão entre as características de uma empresa resiliente. O planejamento deve ocorrer, independentemente de uma situação adversa. A organização que consegue se antecipar aos fatos e adotar medidas preventivas tem muito mais chances de aceitar as mudanças e de transformá-las em oportunidades.
As pessoas resilientes têm mais facilidade de transpor obstáculos por mais complicados que eles sejam e, ainda, de antecipar crises, prevendo-as e se preparando para elas. Considerada uma das principais competências do século XXI, a resiliência não é baseada apenas em ações objetivas, mas em mudanças de comportamento e quebras de paradigmas que poderão contribuir para que a empresa se torne resiliente.
O ambiente colaborativo incentiva esse conceito na medida em que permite as pessoas se sentirem seguras. Várias organizações estão em busca de profissionais capazes de administrar situações de conflito e estresse, ao mesmo tempo que buscam formas de ampliar a produtividade.
Colaboradores com perfil flexível têm um espaço considerável no mundo corporativo e, por isso, estão sendo demandados por empresas de todos os setores. Pessoas resilientes enfrentam situações difíceis com equilíbrio e serenidade. Tendem a agir de forma mais flexível com elas mesmas e com as equipes. A resiliência é uma das características que permitem que um time atinja alto desempenho.
A empresa pode até orientar, mas adquirir a resiliência é um processo mais pessoal. É a capacidade que o indivíduo desenvolve para superar dificuldades, angústias ou estresse com uma visão diferente sobre cada situação. Não existe um manual para ensinar essa virtude, mas há caminhos para que os profissionais reflitam sobre o momento e como transformar dificuldades e sentimentos em comportamentos mais flexíveis e resilientes.
Para desenvolver a resiliência é importante ter consciência de qual é sua principal busca, focar e valorizar as ações e sensações que promovam confiança, dar novos significados às suas crenças (deixar que sejam tão rígidas) e mudar o comportamento diante de situações que fogem do controle.
A resiliência aumenta a capacidade de inovar, e consequentemente, de se destacar no mercado, afinal, é o que permite se adaptar a situações imprevistas. Inovar tem pela própria natureza da reinvenção o componente da resiliência. Para inovar devemos aprender a desaprender. Devemos nos jogar a circunstâncias que não conhecemos, sempre atento aos olhares diversos, que nos possibilita buscar novas lógicas.
E hoje, num mundo em que buscamos utilizar boas práticas de Costumer Experience (CX), que atua como chave desse movimento, adaptar processos, produtos, canais na visão da experiência é um elemento crítico para a sobrevivência.
Marcelo Ciasca é CEO da Stefanini Brasil
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