As e-bikes poderão ser alugadas pelos entregadores independentes por meio de uma assinatura de R$ 99,00 por mês. O Rappi irá subsidiar o restante do valor junto à locadora por meio da parceria realizada entre as empresas. Segundo Osmar Queiroz, diretor de Operações do Rappi Brasil, a intenção é que esse projeto se amplie pelas verticais do app e ganhe espaço em outras regiões do Brasil.
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À Forbes Brasil, Tijana Jankovic, presidente do Rappi Brasil, fala sobre a estratégia, a importância das bikes elétricas e o desafio de fazer frente à concorrência com o iFood.
Forbes Brasil – Já existe um movimento forte dentro do ecossistema com uso de bikes elétricas que é fruto de uma parceria do iFood com a Tembici, por que esse modal tornou-se tão importante?
Tijana Jankovic – As e-bikes são mais do que apenas um meio de transporte sustentável. Hoje, esses veículos são responsáveis por criar novas oportunidades de negócios em diversos setores e revolucionar os serviços de entrega em todo o mundo. A e-bike pode ser usada para melhorar o processo geral de entrega. Além dos já conhecidos benefícios como menores custos por km (em comparação a veículos que utilizam combustíveis fósseis) e redução da pegada de carbono, elas possibilitam que as empresas de entrega atraiam um grupo mais amplo de candidatos a entregadores parceiros, já que não é necessária uma carteira de motorista para operá-las, como ocorre com motos e carros. Mas talvez o benefício mais importante seja a forma positiva que as e-bikes impactam o dia a dia dos entregadores por exigir menos esforço físico deles, além de aumentar a rentabilidade, evitando gastos com combustíveis e com a manutenção das motocicletas.
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Tijana – Os entregadores parceiros são os intermediadores da experiência do cliente com o ecossistema do aplicativo. Ao ajudar que os mesmos tenham uma experiência mais agradável na entrega, temos por consequência o aumento da satisfação de ambos. Quanto aos principais desafios para escalar as bicicletas elétricas para todo o Brasil hoje são dois. O primeiro é a viabilidade econômica, devido ao ainda alto custo do ativo, sobre o qual ainda recai grande quantidade de componentes importados e impostos. O outro desafio é a necessidade de locais físicos espalhados pelas cidades para a retirada e a devolução das bicicletas ou troca de baterias, o que também depende do modelo utilizado.
FB – Pode dar algumas referências da experimentação deste modal em outros mercados como na Colômbia, por exemplo?
Tijana – Na América Latina, o Brasil está sendo o pioneiro na experimentação das bicicletas elétricas no mercado de entrega entre os países onde o Rappi atua, mas tem capacidade de rollout para atingir a América Latina. Quando olhamos para o mercado internacional, temos um mercado mais maduro na Ásia e Europa, tendo a Alemanha como líder absoluta do movimento, com 36% do mercado europeu utilizando essa modalidade de veículo. Uma característica comum destes países é a adoção de políticas públicas e incentivos para acelerar a utilização da bicicleta elétrica.