Por Satoshi Sugiyama
TOYOTA, Japão (Reuters) – A Toyota rebateu os críticos que dizem que a montadora japonesa demorou para incluir veículos elétricos a bateria (BEV), argumentando que precisava oferecer uma variedade de opções de carros para atender a diferentes mercados e clientes.
Além de tratar das preocupações sobre sua estratégia de eletrificação, os executivos da Toyota abordaram uma série de questões, incluindo planos de sucessão de presidentes-executivos e a atual escassez de chips.
Outrora uma das favoritas dos ambientalistas por seu popular modelo híbrido Prius, a Toyota foi criticada por não eliminar gradualmente os carros movidos à gasolina e por fazer lobby na política climática.
“O objetivo é a neutralidade de carbono”, disse o diretor de tecnologia da Toyota, Masahiko Maeda, na reunião, respondendo a perguntas enviadas pelo fundo de pensão dinamarquês AkademikerPension, que também pediu à Toyota que se abstenha de fazer lobby para minar a transição para os BEVs.
“A Toyota usou o pretexto das escolhas do cliente para evitar responder à pergunta sobre atividades de lobby… para retardar a transição para carros livres de combustível fóssil”, disse a AkademikerPension em comunicado após a assembleia de acionistas.
A Toyota argumenta que os híbridos ainda fazem sentido em mercados onde a infraestrutura não está pronta para suportar uma mudança mais rápida para os BEVs e está explorando a viabilidade de combustíveis verdes para carros com motor de combustão interna, incluindo hidrogênio.
No ano passado, a empresa se comprometeu a gastar 8 trilhões de ienes (60 bilhões de dólares) até 2030 para eletrificar seus carros, metade dos quais para o desenvolvimento de veículos totalmente elétricos. Ainda assim, espera que as vendas anuais desses carros atinjam apenas 3,5 milhões de veículos até o final da década, ou cerca de um terço das vendas atuais.
No Brasil, a companhia aposta em carros com motorização híbrida flex, capaz de funcionar a bateria, gasolina e etanol.
PRÓXIMO CEO
Questionado sobre o planejamento de sucessão, o presidente-executivo Akio Toyoda, que liderou a empresa por 13 anos, disse que estava “pensando no momento e na escolha de um sucessor”.
Toyoda, 66 anos, neto do fundador da empresa Kiichiro Toyoda, conduziu a empresa quando as vendas da Toyota caíram após o recall de milhões de veículos e a empresa registrou bilhões de dólares em perdas.
“Eu escolheria alguém que entenda a filosofia da empresa como meu sucessor”, acrescentou.
(Reportagem de Satoshi Sugiyama)