Outro estudo, da Deloitte, o Tech Trends 2023, aponta que a expansão da IA, agora com aplicações práticas e ferramentas que materializam seu uso, como é o caso do ChatGPT, por exemplo, trará um impacto direto em ecossistemas e arquiteturas descentralizadas. O grande desafio mapeado pela Deloitte, no entanto, ainda é a falta de mão de obra especializada, sobretudo de profissionais que consigam aplicar o potencial da tecnologia aos negócios e processos de transformação digital.
Leia mais: O que é ChatGPT e como ele pode ser útil no dia a dia
Ariel Grunkraut, CEO da Zamp, master franqueada Burger King e rede Popeyes no Brasil, que vai investir R$ 60 milhões em tecnologia neste ano, afirma que a empresa já trabalha com IA em diversas áreas há alguns anos. “Na nossa estratégia de operação, fortemente acelerada pela transformação digital, a inteligência artificial vem contribuindo para que o marketing tome decisões ainda mais assertivas, por exemplo. Isso significa que nossa estratégia é baseada no comportamento do consumidor, por meio de machine learning, atuando na personalização da experiência com a análise de dados proprietários.”
Leia mais: Por dentro dos bastidores bilionários do ChatGPT
Ainda de acordo com Ariel, a partir da tecnologia, a companhia também tem melhorado as margens de receita e eficiência operacional. “Temos aplicado IA em logística, evitando o desperdício de alimentos e otimizando as compras dos restaurantes com a análise do consumo de cada unidade. Entramos de cabeça na transformação digital e estamos expandindo essa cultura de dados em todas as áreas, até mesmo em Gente & Gestão, com o People Analytics, para atrair e reter os melhores talentos. A chegada do ChatGPT coloca toda a inteligência artificial em outro patamar.”
Para o CEO da Zamp, o ChatGPT é uma importante evolução na inteligência artificial, agora com um nível de assertividade e a possibilidade de humanização do contato. “A estratégia de personalização continua sendo uma forte crença da companhia para seguir aperfeiçoando a experiência do consumidor e, por isso, continuaremos investindo nela para seguir à frente na experiência digital, oferecendo, por exemplo, cada vez mais ofertas hiperpersonalizadas e uma jornada digital sem atritos”, conclui Ariel.
Eduardo Peixoto, CEO do Cesar, hub de inovação que, dentre outros projetos mantém a Cesar School, afirma que a importância de IA na competição atual se reflete nos investimentos e produções científicas das big techs. “Hoje, Microsoft e Google já publicam mais artigos (e avançam na IA) do que a Universidade de Stanford, por exemplo. O ChatGPT é apenas mais uma das aplicações e a que se tornou mais visível fora do mundo da tecnologia. Mas não se iludam, ela já está presente de diversas formas no nosso dia a dia”
“O ChatGPT talvez seja a primeira aplicação de IA generativa com interface de uso amigável para uso pelo público em geral e com enorme potencial para setores que demandam construção e processamento de textos. A Microsoft saiu na frente, comprou e integrou a aplicação ao Teams, permitindo a automação de marcação de reuniões, transcrições, avançar ou retroceder gravação de reuniões em busca de falas específicas”, completa Eduardo.
Para muitas empresas que operam no Brasil, inteligência artificial não é um tema novo. A Vivo, por exemplo, desenvolve, há mais de uma década, plataformas de atendimento ao cliente automatizadas. Na semana passada, em entrevista ao jornal O Globo, Chistian Gebara, CEO da companhia, anunciou que uma nova versão do chat da empresa, inspirada no ChatGPT, está sendo testada. Segundo ele, não é apenas sobre aprimorar o atendimento ao cliente, mas aproveitar as inúmeras possibilidades que a tecnologia oferece.
Leia mais: Exclusivo: Bill Gates fala sobre ChatGPT e o hype da IA