Por que o CEO da OpenAI recuou de deixar a Europa?

Apresentado por
29 de maio de 2023
Getty Images

O CEO da Open AI, Sam Altman, testemunha em uma audiência de supervisão pelo Subcomitê do Judiciário do Senado em Privacidade, Tecnologia e a Lei para examinar a IA.

Sam Altman, CEO da OpenAI, dona do ChatGPT, voltou atrás e desistiu de deixar a União Europeia. Ele havia cogitado a possibilidade após expressar preocupação com as tentativas da União Europeia de regular a inteligência artificial e chegou a alertar que a empresa poderia retirar seus serviços da região se não conseguisse cumprir os regulamentos, uma mudança radical de tom em relação ao início deste mês, quando ele ligou para a regulamentação da IA ​​no Congresso dos EUA.

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Falando em um evento em Londres na quarta-feira, Altman disse a repórteres que estava preocupado com a Lei de IA proposta pela UE e disse que sua empresa “tentaria cumprir” se ela fosse aprovada, mas estaria preparada para “cessar de operar” na região se não fosse.

Altman disse à Reuters que acredita que o rascunho da Lei de IA “seria regulamentar demais”, acrescentando que ouviu dizer que será retirado. Porém, pelo Twitter ele reforçou que manterá as operações na região.

Altman está particularmente preocupado com a designação de aplicativos como o ChatGPT da OpenAI como um “Sistema de AI de uso geral” que, de acordo com a lei proposta, receberia a regulamentação mais rígida.

O CEO da OpenAI reconheceu as preocupações de desinformação em torno da IA ​​enquanto se dirigia a um público na University College London, apontando especificamente para a capacidade da ferramenta de gerar informações falsas que são “interativas, personalizadas [e] persuasivas” e disse que mais trabalho precisa ser feito nessa frente.

Apesar disso, Altman disse acreditar que a tecnologia terá um impacto positivo e ajudará a criar “muito mais empregos”.

As preocupações de Altman sobre os esforços regulatórios da Europa contrastam fortemente com sua insistência entusiástica dos legisladores dos EUA para regular a IA. Altman comparou o rápido crescimento da IA ​​com a invenção da imprensa e disse que sua empresa quer “trabalhar com o governo” para evitar que a tecnologia cause danos. Altman até reconheceu que a chegada da IA ​​teria um impacto nos empregos, e o governo terá que descobrir medidas para “mitigar isso”. No evento da University College London, Altman esclareceu: “A resposta certa é provavelmente algo entre a abordagem tradicional da Europa-Reino Unido e a abordagem tradicional dos EUA”, disse Altman. “Espero que todos possamos acertar juntos desta vez.”

Nicole Gill, diretora executiva e cofundadora do grupo Accountable Tech, escreveu um artigo para a Fast Company na semana passada, onde comparou Altman ao fundador e CEO da Meta, Mark Zuckerberg, escrevendo : “Os legisladores parecem prestes a confiar em Altman para autorregular sob o disfarce de ‘inovação’, mesmo quando a velocidade da IA ​​está soando o alarme para tecnólogos, acadêmicos, sociedade civil e, sim, até legisladores.”