Com uma rede de 115 associados incluindo os maiores bancos do Brasil e também pequenas e médias instituições, a Febraban representa o segmento há três décadas. Em sua conferência anual, a organização forja “a ponte entre o passado, o presente e o futuro da inovação bancária,” segundo Sidney, que emendou a afirmação com uma série de comentários sobre a concorrência recém-chegada.
“Alguns players da nossa indústria surgem do nada e se intitulam modernos, baratos e inovadores. Nós, bancos, não nascemos agora e não atuamos fazendo marketing e publicidade,” disse Sidney, reclamando sobre o “tom de demérito, quase acusatório” dos bancos digitais em relação às instituições tradicionais.
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Com uma rede de mais de 18 mil agências físicas, a rede de bancos associados da Febraban tem diversas vantagens em relação aos players digitais, como a capacidade de atendimento presencial, ainda necessário para muitos brasileiros, disse o presidente da federação. “Não estamos apenas no 0800 e nos links e apps dos players digitais. Somos versáteis e plurais: presentes para quem precisa de amparo e virtuais para quem pode e quer”, frisou Sidney.
Ao olhar para o futuro dos bancos, o presidente da federação que representa nomes como Bradesco, Itaú, Santander e Caixa reforçou que bancos tradicionais não vão sair de cena. “Podem nos provocar à vontade. Somos transformacionais e geracionais”, disse o executivo, acrescentando que o segmento está avançando a passos largos rumo a movimentos como o real digital e open finance.
Em relação à bancarização dos brasileiros, um ponto que os neobancos tendem a tomar para si, Sidney reforçou que a tecnologia só faz sentido quando gera um impacto positivo para a sociedade. “Democratizar o acesso é estar mais próximo das pessoas, e os bancos nunca deram as costas aos seus clientes e ao Brasil. Sempre bancamos o que fazemos”, frisou.
Sustentabilidade e autorregulação
Em vigor desde 2014, as normas foram aprimoradas há três anos para aumentar o controle dos bancos no financiamento de empreendimentos situados em áreas de desmatamento ilegal, ou de conservação e terras indígenas. Este ano, a federação anunciou autorregulação para a cada de carnes na região da Amazônia Legal e Maranhão.
Na agenda ambiental, bancos são parte da solução e não do problema, disse Sidney. “Temos um papel importante para direcionar recursos a projetos e atividades que contribuam para o desenvolvimento sustentável”, pontuou o executivo. “Esse caminho não aceita atalhos.”
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