“Com alta demanda, infraestrutura é prioridade no Brasil”, diz CEO global da Volvo

Em março de 2022, assim que assumiu a liderança global da Volvo Cars, o executivo Jim Rowan publicou uma carta aberta deixando clara sua principal meta: “tornar a empresa líder em mobilidade de última geração”. Considerado um outsider da indústria automotiva, já que vem de outras experiências associadas à tecnologia – em mercados distintos, é verdade –, Jim ressaltou o que pensa sobre o mercado: “a Volvo está repleta de pessoas que conhecem a indústria automotiva de dentro para fora e têm todas as habilidades relevantes. Vocês não precisam de mim para isso.”

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• Novo Volvo EX30, por dentro e por fora

Pouco mais de um ano depois, Jim acelerou alguns compromissos de eletrificação assumidos pela companhia. Um dos mais relevantes é a promessa de, depois de 2030, não vender nenhum automóvel a combustão. Essa meta, inclusive, foi assumida um ano antes de sua chegada. “Para permanecermos bem-sucedidos, precisamos de crescimento lucrativo. Portanto, em vez de investir em um negócio que está encolhendo, optamos pelo futuro elétrico e digital”, disse, à época, Håkan Samuelsson, então presidente-executivo da Volvo Cars.

Veja as primeiras imagens do EX30:

Na semana passada, em Milão, o executivo lançou seu principal projeto até então: o EX30. Em uma conversa com jornalistas de várias partes do mundo, onde a Forbes Brasil esteve presente, Jim ressaltou o que significa a chegada do modelo, como a empresa conduz seus projetos e, questionado sobre infraestrutura, destacou como enxerga os avanços da América Latina, e em especial do Brasil. Em maio deste ano, a Volvo Cars reportou um crescimento de 14% em suas vendas globais de elétricos nos primeiros cinco meses do ano chegando a 275,3 mil unidades. Na região, a Volvo Cars é liderada pelo brasileiro Luis Resende.

Marca 100% elétrica

“Nosso objetivo é ousado, mas não vamos mais investir em uma tecnologia que se tornará ultrapassada. Pelo contrário, nosso foco é ser totalmente elétrico e estamos avançando cada vez mais para alcançá-lo”, disse Jim. O CEO reforçou que, caso em um primeiro momento essa mudança represente impacto nas vendas, em longo prazo os ganhos são indiscutíveis.

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Infraestrutura na América Latina

Questionado por Forbes Brasil sobre os desafios de infraestrutura elétrica na América Latina, em especial no Brasil e com a chegada do EX30, Jim ressaltou que “naturalmente, nosso público premium vem se adaptando muito bem com estruturas de recarga em seus escritórios e casas, no entanto, entendo que, com o aumento da demanda, nossa velocidade por infraestrutura também aumenta, isso tem refletido os investimentos que estamos fazendo em mercados como o brasileiro”. No Brasil, a marca encerrou 2022 com mil postos de recarga e 9 pontos de carga rápida em estados como São Paulo, Paraná e Minas Gerais.

EX30: modelo de entrada

“O custo do carro elétrico ainda é um impasse para a evolução da eletrificação e o EX30 contribuirá muito neste sentido. Além disso, o modelo representa um momento de negócios muito importante para a companhia”, destacou Jim. Questionado sobre a popularização da marca por meio do EX30, Jim foi taxativo: “A Volvo Cars segue sendo sinônimo de automóveis premium, seguros e altamente tecnológicos. A confiança na nossa marca está acima de tudo, mas as expectativas dos novos públicos e gerações quanto ao automóvel precisam ser consideradas.” O executivo ressaltou o desafio de atrair novas gerações como clientes da marca.

O papel dos governos na eletrificação

Grande parte dos questionamentos vindos de jornalistas de várias partes do mundo foram os subsídios do governo como incentivo aos carros elétricos. Principalmente nos Estados Unidos. Jim reforçou que isso não acontece com a indústria de informática e não deve ser diferente na indústria automotiva. “O que precisamos é do equilíbrio nos custos de motores a combustão e os elétricos, creio que em 2025 isso estará resolvido.”