A inteligência artificial está transformando a computação em nuvem como a conhecemos, conforme mostrado pela lista mais recente da Forbes, a Cloud 100, sobre as melhores empresas privadas do setor. Este ano, a IA está em toda parte: a nova número 1, OpenAI, e a número 2, Databricks, estão fornecendo ferramentas para ajudar as empresas a criar recursos de IA. A empresa número 3, Stripe, uma fintech, adotou a tecnologia para combater fraudes. Quem ocupa o quarto lugar é a Canva,  que incorporou recursos de IA em seu software de design. A número 7, Grammarly, lançou um assistente de redação que usa IA para produzir parágrafos de texto quase instantaneamente.

Leia também:

• Os 15 maiores riscos da inteligência artificial
• Identificação de conteúdo criado por IA chega às redes sociais
• Do Chief AI Officer ao ChatGPT como CEO, entenda como a IA está mudando o trabalho

Rivais do ChatGPT

A Anthropic, com sede em São Francisco, que lançou um rival do ChatGPT chamado Claude, é uma das sete das recém-chegadas que crescem rapidamente​​. Provedores de infraestrutura como Databricks e a número 44 da lista, Dataiku, também estão se beneficiando. “A IA é um ponto brilhante no setor de tecnologia”, disse Mary D’Onofrio, sócia da Bessemer Venture Partners, que trabalha com a Forbes para criar a lista.

Conheça as 10 maiores empresas de cloud do mundo:

A Anthropic foi fundada por egressos da OpenAI há dois anos e começou a vender serviços para clientes empresariais em fevereiro de 2023. Mas a empresa disse à Forbes que já tem “centenas de clientes pagantes” para casos de uso que vão desde questões legais como análise de documentos para tradução de linguagem baseada em fala. Em maio, a empresa disse que levantou US$ 450 milhões (R$ 2,2 bilhões) em financiamento liderado pelo fundo de capital de risco Spark Capital, com contribuições do Google e da Salesforce. De acordo com o provedor de dados PitchBook, sua avaliação atingiu US$ 5 bilhões (R$ 24,5 bilhões).

Anthropic e a número 85 da lista, Midjourney, a empresa por trás do popular gerador de imagens, também representam a promessa de uma nova onda de empresas nativas de IA prontas para refazer o cenário do software. Enquanto a maioria das empresas Cloud 100 deste ano tem pelo menos 10 anos e emprega mais de 1.000 funcionários, essas duas startups foram fundadas em 2021 e têm cerca de 200 funcionários ou menos.

“Minha previsão é que em cinco anos, talvez metade da lista Cloud 100 seja de empresas com 250 funcionários ou menos”, disse Elliott Robinson, sócio da Bessemer. As empresas que antes precisavam de 100 funcionários para chegar ao estágio de financiamento da Série B agora às vezes alcançam o impulso de crescimento necessário com 20 pessoas ou menos, disse ele.

Recursos generativos de IA

Somente nos últimos oito meses, 55% das empresas Cloud 100 relatam que lançaram recursos generativos de IA, de acordo com dados da Bessemer. Alguns recém-chegados estão obtendo sucesso com produtos centrados em IA, incluindo a número 100, DeepL, que parece enfrentar o ChatGPT e o Google Tradutor. Stripe e Grammarly estão entre as principais empresas de nuvem que integraram os modelos da OpenAI em seus produtos existentes.

Leia também:

• O que é inteligência artificial generativa?
• 5 bilionários da tecnologia que só falam de inteligência artificial
• 5 profissões que serão criadas pela Inteligência Artificial

E o número 35, o Notion, usou os modelos da Anthropic para ajudar a construir seu assistente de produtividade e escrita com inteligência artificial. A empresa agora classifica o produto de IA como sua própria linha de negócios e diz que reforçou a taxa geral de crescimento da receita, de acordo com o cofundador Akshay Kothari.

“Este ano, houve uma revolução completa na conscientização”, disse Ali Ghodsi, cofundador e CEO da Databricks, que fabrica software para empresas armazenarem e analisarem seus dados. A empresa anunciou em junho que gerou mais de US$ 1 bilhão (R$ 4,90 bilhões) em receita para o ano fiscal encerrado em janeiro, e Ghodsi disse que o interesse só aumentou desde então. Ghodsi disse que nunca conversou com tantos CEOs de grandes empresas como em 2023. Ele credita seus filhos por usarem o ChatGPT em casa: “A IA deixou de ser abstrata para se tornar concreta”.