Cientistas do Japão conseguiram cultivar com sucesso embriões de camundongos a bordo da Estação Espacial Internacional (EEI), de acordo com uma pesquisa publicada na sexta-feira (27) na revista científica iScience.
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O experimento, relatado pela New Scientist, foi projetado para testar se o ambiente de baixa gravidade e alta radiação da estação espacial prejudicaria o desenvolvimento inicial dos embriões, que foram retirados em estágio inicial de camundongos na Terra, antes de serem congelados, embalados em um dispositivo especial que permitiria aos astronautas descongelá-los e cultivá-los quando chegassem à estação espacial.
De volta à Terra, os pesquisadores examinaram os embriões e não encontraram sinais de danos ao DNA — os níveis de radiação são mais altos no espaço, uma vez que não há proteção do campo magnético e da atmosfera da Terra — e um desenvolvimento estrutural normal, em comparação com embriões cultivados sob a gravidade padrão da Terra.
O experimento “demonstrou claramente que a gravidade não teve um efeito significativo” no desenvolvimento inicial dos embriões e sugere que os mamíferos poderiam potencialmente “prosperar no espaço”, escreveram os pesquisadores.
O que ainda não sabemos?
Embora seja um estudo promissor, os pesquisadores destacaram que só foram capazes de estudar uma parte pequena, embora crucial, do desenvolvimento de mamíferos, e não está claro se um filhote de camundongo poderia ser levado com sucesso até o fim da gestação ou sem consequências negativas. Os pesquisadores disseram que planejam testar se embriões de camundongos enviados para a EEI e retornados à Terra podem ser implantados em camundongos e se desenvolver em descendentes saudáveis, bem como enviar espermatozoides e óvulos para a EEI para verificar se os cientistas podem criar um embrião de camundongo usando fertilização in vitro.
Por que precisamos deste estudo?
Possibilidades para o futuro
Diante dos crescentes esforços para explorar o espaço com fins turísticos e do entusiasmo renovado dos governos por missões espaciais tripuladas, com planos audaciosos de estabelecer postos humanos na Lua e visitar Marte, tornou-se cada vez mais importante para os cientistas entenderem se pessoas podem se reproduzir no espaço.
Como as condições longe da Terra não são particularmente compatíveis com uma vida longa e saudável — astronautas têm mais probabilidade de ficar doentes no espaço e enfrentam uma infinidade de problemas de saúde — especialistas temiam que qualquer feto em desenvolvimento pudesse ser prejudicado por uma viagem ao espaço.
Como ninguém relatou ter feito sexo no espaço até agora e as mulheres — que já são minoria entre os exploradores — são proibidas pelas agências espaciais de participar de missões durante a gravidez, o problema ainda não surgiu, mas se torna mais provável à medida que o espaço se abre, especialmente para turistas.