Em visita ao Brasil, David Farrell, vice-presidente sênior global para as Américas na Red Hat, empresa de software conhecida por oferecer operações de código aberto, adquirida pela IBM em 2019 por US$ 34 bilhões, falou com exclusividade à Forbes Brasil sobre os negócios da companhia no país.
“Eu lidero os negócios nas Américas e o Brasil é um dos nossos maiores e mais promissores mercados no mundo. Isso, por si só, já é um ótimo motivo para estar aqui. No entanto, também vim para interagir com três áreas: clientes, colegas e parceiros de negócios”, explica Farrell
A inteligência artificial generativa foi destaque da conversa, principalmente pela discrepância de investimento da tecnologia na América Latina. De acordo com dados da CEPAL, o investimento combinado de todos os países da região em IA não ultrapassava 1,7% do investimento dos EUA ou 5% da China no final de 2023.
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“No Brasil, a possibilidade de tornar os negócios mais inovadores e flexíveis a partir de open source (código aberto) tem animado os clientes. Porém, é um desafio transmitir todo o potencial para as lideranças. É como a demanda crescente por IA, embora os clientes busquem por soluções, precisamos começar aos poucos e depois escalar”, comenta o executivo.
Leia a seguir os destaques da entrevista com David Farrell:
FB: Quais são os principais objetivos da sua visita ao Brasil?
DF: “Eu lidero os nossos negócios nas Américas e o Brasil é um dos nossos maiores e mais promissores mercados no mundo. Isso, por si só, já é um ótimo motivo para estar aqui. Mas também vim para interagir com três áreas: clientes, colegas e parceiros de negócios.
É importante estar aqui para aprender mais sobre o que nossas equipes fazem, o que nossos clientes dizem e o que nossos parceiros buscam de nós. Com essas informações, alinhamos nossa estratégia e pensamos no desenvolvimento de novos produtos.”
FB: Como a Red Hat está ajudando empresas brasileiras a inovar e gerenciar seus negócios?
DF: “O Brasil é um mercado avançado e inovador, temos muitos exemplos de aplicações práticas das nossas ferramentas no país. Por aqui, as empresas buscam apresentar as melhores soluções para os clientes, criar experiências atraentes e construir lealdade, independentemente da indústria.
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Os líderes também desejam crescer, aumentar as receitas de seus negócios e gerenciar seus custos de maneira responsável. Além disso, eles procuram construir uma plataforma dinâmica. É aí que entra a Red Hat, nossa plataforma permite que os clientes inovem, construam aplicativos e gerenciem-os de maneira responsável e eficiente. Afinal, vivemos em um mercado muito competitivo, diferentes forças globais agem sobre nossos negócios.”
FB: Quais são as aplicações práticas da IA e como elas impactam o Brasil?
DF: “A inteligência artificial está em uma fase de exploração e experimentação. Porém, sabemos que a IA preditiva existe há anos. Inclusive, temos alguns clientes aqui no Brasil que começaram a usar essa tecnologia nas áreas de atendimento ao cliente anos atrás.
Só que, agora, vemos mais empresas trabalhando com IA e de maneira mais avançada, por exemplo nas áreas de TI, segurança e detecção de fraudes, gerenciamento de ataques cibernéticos, construção de aplicativos e códigos, bots e assim por diante.
Na Red Hat, implementamos IA em toda a nossa plataforma de automação. Desta forma, mesmo pessoas que não são técnicas podem gerenciar determinadas tarefas dentro de um data center, ela só precisará ser capaz de usar as ferramentas de linguagem natural. Isso é uma vantagem para os negócios, porque todos sabemos que é difícil encontrar e reter talentos técnicos nesse mercado.”