De acordo com a plataforma JustWatch, em 2024, a Netflix perdeu 1% de sua fatia de mercado no Brasil — e passou de 26% para 25%. Por outro lado, a Amazon Prime Video cresceu de 19% para 20%.
No entanto, a disputa cada vez mais acirrada, com Prime (20%), Disney+ (16%), Max (13%), Globoplay (12%) e Apple TV+ (7%) no radar, é um sinal positivo para o streaming. “A concorrência é muito bem-vinda, ela nos estimula a melhorar”, diz Elizabetta Zenatti, vice-presidente de conteúdo da Netflix Brasil.
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Em 2024, a plataforma atingiu o marco de 300 milhões de assinantes mundo afora e US$ 40 bilhões em valor de mercado, com uma previsão de receita de US$ 44,5 bilhões para 2025. Os números são resultado do investimento da plataforma em produções locais e para “todos os gostos”.
Confira os principais lançamentos da Netflix Brasil em 2025:
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Os Donos do Jogo
Série de ficção com ares de melodrama. A produção aborda a máfia da contravenção carioca (jogo do bicho) e conta com um elenco estrelado — Juliana Paes, Chico Díaz. Otávio Müller, André Lamoglia, Mel Maia, Bruno Mazzeo, Xamã e Giullia Buscacio.
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Baila, Vini
Nascido em São Gonçalo, Rio de Janeiro, Vini Jr. saiu da base do Flamengo para conquistar o prêmio de melhor jogador do mundo pela FIFA em 2024, aos 24 anos. Neste documentário, o brasileiro explora suas raízes e sua posição como símbolo da luta antirracista no futebol.
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Larissa: o Outro Lado de Anitta
Neste documentário, a Netflix acompanha a cantora brasileira nos últimos três anos e conta detalhes de sua vida pessoal para além do estrelato.
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Congonhas – Tragédia Anunciada
O documentário acompanha de perto os desdobramentos do acidente no Aeroporto de Congonhas em 2007 e revela informações inéditas sobre o caso.
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Pssica
Ambientada na Amazônia e com direção de Fernando Meirelles e Quico Meirelles, a minissérie baseada no livro do paraense Edyr Augusto narra histórias de mulheres traficadas pelo crime local.
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O Filho de Mil Homens
Estrelado por Rodrigo Santoro, o filme conta a história arrebatadora de Crisóstomo, um pescador que inventa sua própria família, baseado no livro homônimo de Valter Hugo Mãe.
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Sintonia
O maior sucesso nacional da Netflix, Sintonia chega a sua quinta e última temporada. Na trama, os personagens precisarão tomar decisões importantes para o futuro
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Caramelo
Com Rafael Vitti e Paola Carosella, Caramelo é o primeiro filme brasileiro dedicado ao icônico vira-lata.
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Casamento às Cegas Brasil
Com 100% dos participantes com mais de 50 anos, a quinta temporada de Casamento às Cegas Brasil prova que nunca é tarde para amar.
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DNA do Crime
A série volta para uma segunda temporada com ainda mais ação e novos conflitos para a dupla Suellen e Benício.
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Família Pero No Mucho
Em mais uma comédia de Leandro Hassum para a Netflix, o filme abordará um tema comum para os brasileiros: as dinâmicas que envolvem um novo relacionamento na família.
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Spin-Off de Irmandade
Um filme spin-off que expande o universo da aclamada série Irmandade (o nome não foi divulgado)
Os Donos do Jogo
Série de ficção com ares de melodrama. A produção aborda a máfia da contravenção carioca (jogo do bicho) e conta com um elenco estrelado — Juliana Paes, Chico Díaz. Otávio Müller, André Lamoglia, Mel Maia, Bruno Mazzeo, Xamã e Giullia Buscacio.
“Os brasileiros gostam de produções brasileiras, os franceses de produções francesas e assim por diante”, afirma Bela Bajara, diretora global de conteúdo da Netflix. Assim surgiram sucessos como Round 6, Dark e The Witcher, cita a executiva.
No Brasil, a estratégia se aplica há algum tempo. Em 2016, a série 3% e o filme O Matador inauguraram o nicho de produções nacionais da plataforma. Em seguida, sucessos como Sintonia e Irmandade, além de novos formatos, como documentários, novelas e reality shows, consolidaram os conteúdos “originais Netflix” no país.
Quase dez anos depois do primeiro lançamento brasileiro, em 2024, a série Senna, maior investimento nacional da plataforma, alcançou novos patamares. “Fazemos conteúdos para os brasileiros, quando uma produção fura essa bolha é um bônus. Senna, por exemplo, superou todas as expectativas, foram cerca de 16 milhões de visualizações e tivemos a primeira indicação para uma premiação internacional [Critics Choice Awards]”, comenta Zenatti.
“Seguimos construindo nossa base, aprendendo com o sucesso e com os erros. Nós chegamos até aqui pautados pela inovação, não em um sentido tecnológico, mas de formatos e narrativas. Quando alguém apresenta uma ideia maluca, todo mundo diz: ‘Eba!’.”
Ferramentas de inteligência artificial no mercado audiovisual
Nas últimas semanas, o uso de inteligência artificial no filme Emilia Pérez, da Netflix, tomou conta das discussões sobre produções audiovisuais na era da IA. A ferramenta foi utilizada para aumentar o alcance vocal da personagem principal, interpretada pela espanhola Karla Sofía Gascón, indicada ao Oscar de Melhor Atriz.
Ao ser questionada sobre o assunto, Elizabetta Zenatti enfatiza que o compromisso da plataforma no Brasil é com os talentos humanos. “Enxergamos a IA como parte da evolução tecnológica, e o audiovisual faz parte disso. Utilizamos a tecnologia nas recomendações, por exemplo. Mas a Netflix precisa de gente, de criadores.”
Quantidade e qualidade andam juntas?
Durante a apresentação global, Bela Bajara fez questão de responder às críticas sobre a falta de “prestígio” nas produções originais Netflix. “Existe um mito de que não fazemos conteúdos de prestígio, mas a verdade é que fazemos de tudo e não viramos as costas para nenhum gênero”, diz a executiva, que cita os exemplos de Ozark, House of Cards, The Crown e Dark. “2024 foi o ano que recebemos mais indicações para prêmios”, finaliza.
No Brasil, não é diferente. “O que é prestígio? A gente define qualidade como o que os nossos assinantes querem ver, não potencial para premiações. Somos uma plataforma de entretenimento. Para nós, Ilhados com a Sogra [reality] tem prestígio”, enfatiza Zenatti.