Até o momento, estima-se que a terminação intensiva deve chegar à máxima histórica de 6,3 milhões de cabeças de bovinos em 2021 no país, disse o gerente da categoria Confinamento da DSM, Marcos Baruselli, à Reuters, com base em dados de uma pesquisa preliminar finalizada pela companhia neste mês.
LEIA MAIS: Poder de compra de bezerros pelo pecuarista atinge pior patamar da história, diz Cepea
“Mesmo com o cenário de milho em torno de R$ 90 por saca, e da arroba a R$ 315, o boi cobre os custos do confinador e deixa lucro”, afirmou Baruselli, embora as margens positivas tendam a ficar restritas aos grandes confinadores.
Ele calcula que é possível trabalhar com custo de R$ 250 por arroba. “O pequeno e médio têm mais dificuldade de lidar com esse preço do milho, e o grande não”, acrescentou. A DSM é líder em nutrição alimentar de confinamentos e para o mercado de bovinos, em geral, no Brasil.
No primeiro trimestre de 2021, as vendas da companhia na categoria de suplementos vitamínicos utilizados para complementar a ração durante a terminação intensiva do gado cresceram 19% ante o mesmo período do ano anterior.
VEJA TAMBÉM: Impasse no orçamento do Brasil ameaça plano safra atual e o próximo
Crise entre pequenos
O diretor da Scot Consultoria, Alcides Torres, disse que o cenário, de fato, é promissor para os confinadores de maior porte, que têm escala de produção economicamente viável para conseguir resultados positivos ante a alta de preços do milho, mas os pequenos não devem conseguir fechar as contas.
No mesmo intervalo, o boi também avançou de preço, mas em proporções menores. Na quinta-feira, a arroba bovina alcançou R$ 316,65, aumento de 57% no comparativo anual, conforme o índice do Cepea.
Torres também lembrou que a despesa com o animal de reposição é mais um ofensor para os custos da terminação. Na primeira quinzena de abril, o poder de compra do pecuarista brasileiro atingiu o pior patamar da história para a aquisição de bezerros, segundo o Cepea.
Considerando que as despesas com o milho podem crescer ainda mais, na hipótese de uma quebra na segunda safra – que já marca perdas pelo clima – a tendência é que os confinamentos de pequeno porte entreguem os animais a grandes terminadores ou boiteis, disse o consultor em gerenciamento de risco na pecuária da StoneX, Caio Toledo.
Ele disse ainda que a falta de utilização de ferramentas financeiras para mitigar os riscos contribui para este cenário. “Falta hedge. Hoje, o uso das ferramentas está muito mais atrelado a fazer especulação e tentar ganhar dinheiro do que efetivamente se proteger”, completou Toledo.(Com Reuters)
Siga FORBES Brasil nas redes sociais:
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn
Siga Forbes Money no Telegram e tenha acesso a notícias do mercado financeiro em primeira mão
Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.
Tenha também a Forbes no Google Notícias.