Valor da Produção Agropecuária de R$ 1,1 trilhão é recorde para 2021 e continua subindo

14 de junho de 2021
RafaPress/Gettyimages

Valor Bruto da Produção Agropecuária mede toda a renda que passa pelas fazendas do país, em 26 diferentes cadeias

Desde o mês de fevereiro, quando o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) começou a divulgar o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) para o ano de 2021, ele vem batendo recordes sucessivos. Apresentado hoje (14), o VBP para o ano, tomando maio como base, é de R$ 1,111 trilhão. O desempenho é 11,8% superior a 2020, que foi de R$ 993,9 bilhões.

O VBP estima o valor real da produção, descontada a inflação, através do IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna) da Fundação Getúlio Vargas. Significa, trocando em miúdos, toda a riqueza que passa pelas fazendas do país em uma safra agrícola e pecuária, tomando por base os preços recebidos pelos produtores, considerando as 26 maiores cadeias produtivas. A periodicidade é mensal, com atualização e divulgação até o dia 15 de cada mês. Em fevereiro, na primeira estimativa para 2021, o VBP era de R$ 1,002 trilhão. Em março subiu para R$ 1,032, em abril foi de R$ 1,076 trilhão e agora avança mais uma casa. Desde a primeira previsão, ela já subiu 10,8%.

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Para a estimativa de maio, as maiores contribuições no crescimento do VBP vieram do arroz, milho, soja e carne bovina. Essas commodities apresentam forte aumento real de preços nos últimos dois anos. Em relação a 2020, as lavouras tiveram um aumento do VBP de 15,8% e a pecuária, 3,8%. Na série histórica, para o ano de 2021, as duas atividades apresentam o mais elevado valor nos últimos 32 anos.

O crescimento do VBP pode ser atribuído, como destacado em relatórios anteriores, ao excepcional desempenho das exportações de soja em grãos e carnes, preços favoráveis e a safra de grãos, que apesar de problemas de falta de chuvas ocorridos, mesmo assim as projeções da Conab (Companhia Brasileira de Abastecimento) e do IBGE são de uma safra expressiva. Os dados regionais do VBP continuam mostrando a liderança de Mato Grosso com participação de 17,2% no valor, Paraná 13,2%, São Paulo 11,2%, Rio Grande do Sul 10,8%, e Minas Gerais 10%.

Para algumas lavouras, como milho e feijão, por conta da estiagem que afetou a produtividade, os bons preços aos produtores têm contribuído para reduzir esse impacto. Os efeitos foram sentidos, principalmente, no Paraná e em Mato Grosso. O milho foi particularmente prejudicado. A segunda safra, que é a mais importante, teve uma redução em relação a 2020 de 5 milhões de toneladas e menor produtividade de grãos. Outras culturas impactadas foram a batata-inglesa, café, feijão, laranja, tomate, uvas e na pecuária, leite, suínos e ovos. Mas nesses casos o VBP foi impactado porque os produtores tiveram menores ganhos com a produção ou produziram em menor quantidade.

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