A Rural Clima informou hoje (20) em boletim que importantes áreas produtoras de cana e café foram atingidas pelo fenômeno climático, nos estados de São Paulo e Minas Gerais. No Paraná, que acaba de concluir o plantio de trigo, também houve impacto que ainda será mensurado.
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Segundo ele, a massa de ar polar vai começar a perder força a partir de amanhã (21), mas no próximo sábado, uma nova frente fria deve avançar pelo Rio Grande do Sul – onde também há trigo em fases iniciais de desenvolvimento.
O meteorologista da Somar Celso Oliveira disse que as atenções estariam no café, já que o ápice do frio seria visto nas áreas de cultivo do grão hoje.
“O produtor está quieto nas vendas, apostando no frio”, acrescentou o analista da consultoria Safras & Mercado Gil Barabach, estratégia que contribui para impulsionar as cotações da commodity.
Para a cana-de-açúcar, o efeito das geadas só será precisamente sabido em alguns dias, quando as usinas e produtores apurarem as áreas afetadas, afirmou a analista da IHS Markit Leydiane Brito. Ela acredita que, a princípio, Paraná e Centro-Oeste foram as regiões mais atingidas.
“A percepção nesse primeiro momento é de que poderá sim, acentuar uma já prevista redução de moagem da atual safra (2021/22), à medida que compromete índices de produtividade e de teor de açúcar da cana”, disse a analista.
CEREAIS
“Para a safrinha, uma área ou outra que não pegou a geada do fim de junho e que foi atingida agora deve ter perdas, principalmente se a lavoura estiver ainda em enchimento de grãos”, afirmou o analista da AgRural Adriano Gomes.
Ele disse que as lavouras que ainda não estão em fase de maturação são as que sofrem maior dano por geada, dependendo da intensidade do fenômeno.
No Paraná, dados do Deral (Departamento de Economia Rural) divulgados hoje indicam que pouco mais de 40% das áreas de milho safrinha estão nestas etapas mais suscetíveis a perda pelo frio, sendo 4% em floração e 37% em frutificação.
Já para o trigo, o analista do Deral Carlos Hugo Godinho ressaltou que 9% das lavouras do Paraná – principal estado produtor da cultura – estão em fase de floração, período em que a planta está mais exposta a danos pelo frio.
“Desses 9%, uma boa parte está na faixa norte do estado, que foi menos castigada com essas primeiras geadas. Deve ter muitas áreas ainda que escapam de ter problemas”, estimou.
“Mas indo para o sul, centro-oeste e sudoeste [paranaense], tinham algumas lavouras adiantadas e essas devem ter algum problema. Com certeza haverá alguma interferência na produção, mas fica limitada a essas áreas por enquanto.” (Com Reuters)
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