Depois de uma previsão recorde para a safra global 2021/2022 de trigo, da ordem de 776,5 milhões de toneladas de trigo, o mais recente relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reduziu a estimativa de oferta do cereal em 15,5 milhões de toneladas após penalizações causadas pelo clima em países produtores. Porém, conforme avaliação do Itaú BBA, a situação no Brasil deve ser outra.
No relatório “Radar Agro”, a instituição reforça o parecer da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) que avaliou a safra de 2021 em 8,6 milhões de toneladas de trigo, a maior da história. Segundo o Itaú BBA, o aumento de 37,6% em relação à safra passada ocorreu por conta da “melhor perspectiva de margens ao produtor e a perda da janela do plantio do milho em algumas regiões”.
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O relatório também aponta a melhora na relação estoque/consumo. Após dois anos apertados, a oferta doméstica será 3,4% maior frente ao ano anterior, crescimento ligado à maior busca do trigo para a ração animal em substituição ao milho, encarecido após problemas climáticos.
Em relação ao produtor, “a procura pelo cereal deve manter o mercado aquecido tanto pela indústria moageira como pela de rações, além da oportunidade de escoar a produção para o mercado externo”, explica o relatório do Itaú BBA. “A negociação antecipada com bons níveis de margens com um desses agentes pode garantir capitalização para as safras de verão, que terá custos elevados.”
A seguir, confira outras notícias do AgroRound:
Basf investe mais em inovação aberta com startups
Segundo avaliação no ranking “TOP 100 Open Corps 2021”, organizado pela plataforma 100 Open Startups a Basf, global alemã de químicos, é a empresa da indústria desse setor que mais praticou inovação aberta com startups no Brasil no último ano. Além disso, a empresa subiu posições com relação ao ranking anterior e agora é a quarta colocada geral.
Dentre as iniciativas que auxiliaram a empresa a conquistar o título, uma das principais é o AgroStart, programa criado há cinco anos. A plataforma atua em quatro frentes: a aceleração de startups do agro, com interação com mais de 600 startups neste período; intraempreendedorismo para desenvolver ideias de colaboradores da Basf dentro da Garagem AgroStart; Ecossistema AgroStart em que são desenvolvidas parcerias com empresas de outros setores; e aportes do Basf Venture Capital, que realiza investimentos em startups e fundos de capital de risco e que em 219 destinou US$ 4 milhões ao fundo AgVentures II, administrado pela SP Ventures.
“Com o aumento da demanda por alimentos e por uma produção cada vez mais sustentável, o uso das tecnologias digitais já é uma realidade no campo. Observamos esta tendência de mercado, com o crescimento da agricultura 4.0”, diz Almir Araújo, diretor de digital, novos modelos de negócios e excelência comercial de soluções para agricultura da empresa na América Latina. “A Basf entende que o mais importante é levar a melhor solução para cada agricultor e que não resolvemos tudo dentro de casa.”
Mapa reforça campanha contra Peste Suína Africana
Em meio à reforços para evitar a chegada da PSA (Peste Suína Africana) no Brasil após casos na República Dominicana, o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) está ampliando suas ações preventivas através de uma campanha institucional em redes sociais.
A campanha de conscientização intitulada “Peste Suína Africana, aqui não!” chega às plataformas digitais do Mapa com conteúdos de orientação sobre as formas mais comuns de ingresso da doençca no Brasil e como diminuir essas ameaças.
“Nosso objetivo com essa campanha é alertar e, ao mesmo tempo, tranquilizar a sociedade, enfatizando que a doença não afeta seres humanos, mas lembrando que somos nós os responsáveis pela disseminação desse vírus, no momento em que ignoramos medidas sanitárias ao ingressar no Brasil com produtos de origem suína não autorizados”, destaca Geraldo Moraes, diretor do Departamento de Saúde Animal do Mapa.
A campanha é realizada em parceria com o Anffa Sindical, sindicato que representa os affas (auditores fiscais federais agropecuários), envolvidos diretamente na força-tarefa que já existe hoje para evitar a entrada da PSA pelos aeroportos.
Sebrae e Correios lançam selos especiais “Queijos do Brasil”
Em uma parceria com o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), os Correios lançaram a série “Queijos do Brasil” de selos especiais. Selecionando oito iguarias, a coleção pretende valorizar os queijos produzidos artesanalmente e reconhecidos pela sua história e tradição.
Os produtos escolhidos foram: Queijo Minas Artesanal (MG), Queijo do Marajó (PA), Queijo Manteiga (RN), Queijo Coalho (PE), Queijo Cabacinha do Araguaia (GO), Queijo Artesanal Paulista (SP), Queijo da Região do Diamante (SC) e Queijo Artesanal Serrano (RS). No total, a coleção terá tiragem de 320 mil exemplares.
“Dentre os vários produtos que tornam a culinária brasileira admirada em âmbito global, os queijos nacionais certamente têm papel de destaque. Cada região desenvolve e difunde seu próprio método de preparo desse produto. Essa diversidade reflete com perfeição a pluralidade do povo brasileiro. Com o lançamento do selo especial Queijos do Brasil, os Correios e o Sebrae se unem para celebrar e reconhecer a importância de um produto genuinamente nacional, importante para nossa economia e cultura”, afirma o presidente dos Correios, Floriano Peixoto.
Abrapa e a Apex renovam convênio para promoção do algodão
A Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão) e a Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) renovaram até 2023 uma parceria para a promoção do algodão brasileiro no mercado externo por meio do programa Cotton Brazil.
Entre as ações programadas está a elaboração de protocolos de certificação de boas práticas nas operações de embarque. Além disso, serão realizados novos estudos mercadológicos nos nove maiores compradores do algodão brasileiro – China, Bangladesh, Vietnã, Turquia, Paquistão, Indonésia, Índia, Tailândia e Coréia do Sul – , visando medir o impacto da primeira fase do Cotton Brazil e definir estratégias comerciais para cada mercado.
Durante a cerimônia de assinatura do convênio, o presidente da Apex, Augusto Pestana, comemorou os resultados da primeira etapa e a continuidade do projeto conjunto. “O próprio setor já conquistou seu espaço internacional e, para a Apex, é um privilégio poder se associar, trazer um pouco da nossa expertise e contribuir para termos novas ambições e levarmos o algodão brasileiro para uma posição de liderança”, disse.
Kepler Weber investe em digitalização do pós-colheita
Na última sexta-feira (27), a Kepler Weber, empresa fundada em Panambi (RS) e que tem como foco de negócio a armazenagem de commodities agrícolas, anunciou a criação de uma nova área de negócio focada na digitalização da cadeia de pós-colheita. O objetivo é “agregar maior valor à cadeia de pós-colheita, através de inovações tecnológicas habilitadas pela plataforma sync, que conecta as unidades de beneficiamento e armazenagem e gera dados em tempo real sobre o desempenho das operações nas fazendas”.
A empresa afirma que conectará toda a jornada do grão após a colheita, desde a operação e logística até financiamentos e seguros agrícolas. “Esta área de negócio surge para ampliar os ganhos de eficiência e produtividade, transformando os dados coletados pela plataforma em um ativo para baratear custos e facilitar a vida dos produtores”, explica Tadeu Vino, superintendente comercial e de marketing da Kepler Weber. A plataforma sync, que está ganhando outras funcionalidade foi criada há dois anos.
Marfrig inclui mais de mil fazendas como fornecedoras regularizadas
A Marfrig, uma das maiores empresas de proteína animal no mundo, avançou em mais uma etapa do Plano Marfrig Verde Mais, iniciativa com o objetivo de acelerar a sustentabilidade na sua cadeia de valor. A companhia reincluiu 1.139 fazendas como fornecedoras regularizadas de bovinos, com relação aos compromissos socioambientais da companhia.
As propriedades abateram 193.660 animais, que representam cerca de 15% do volume de animais processados neste ano pela empresa. Segundo a Marfrig, a reinclusão só foi possível a partir de suportes técnicos e assessoria jurídica oferecidos gratuitamente aos produtores,
“Ao invés de excluir e afastar, nós trazemos o produtor para perto e damos apoio e orientação. Com isso, conseguimos aliar produção e sustentabilidade, gerando mais valor para toda a cadeia de produção bovina”, finaliza Paulo Pianez, diretor de sustentabilidade e comunicação.
Projeto Tech Maíz prevê maior produção de alimentos na América Latina
Criado pela Rede Latino-Americana do Milho, mecanismo de integração e cooperação que reúne pesquisadores de nove institutos públicos de pesquisa da Ibero-América, cinco universidades latino-americanas e o CIMMYT (Centro Internacional de Melhoramento de Milho e Trigo), o projeto Tech Maíz pretende pesquisar e inovar a favor do aumento de produtividade e sustentabilidade da cultura de milho, e para o benefício dos agricultores que o produzem. O projeto conta com representantes de países latino-americanos. No Brasil, a Embrapa Milho e Sorgo representa o país na iniciativa.
Segundo Lauro Guimarães, chefe-adjunto de transferência de tecnologia da Embrapa Milho e Sorgo, o projeto Tech Maíz tem forte ligação com os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU (Organização das Nações Unidas) que tem por objetivo o treinamento de pesquisadores, agentes de assistência técnica e pequenos e médios produtores. “Visamos promover a adoção de ferramentas digitais, incluindo sensores remotos e aplicativos, além de outras tecnologias modernas que possibilitem melhorar o manejo de sistemas de produção e aumentar a produtividade de milho e outros cultivos associados, com maior sustentabilidade”, explica.
A Embrapa coordenará ações na rede de pesquisa de milho no país, incluindo a capacitação de profissionais de diversas regiões, e promoverá a interação entre instituições públicas que atuam com a cultura do milho nos âmbitos de PD&I (Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação), TT (Transferência de Tecnologia) e assistência técnica, com foco em tecnologias aplicáveis a pequenas e médias propriedades.
Gran Coffee planeja novos investimentos até 2022
Sediada em Campinas (SP), a empresa de bebidas Gran Coffee, com marcas como Café do Centro, Spress e Astro Café em seu portfólio, busca retomar seu patamar de vendas de 2019 em 2022, após precisar readequar seu negócio durante a pandemia. Como grande parte da receita pré-pandemia vinha do segmento “Out of Home” (Fora do Lar), a empresa precisou investir mais de R$ 3 milhões em tecnologia para montar um e-commerce para os consumidores — e mesmo assim viu uma queda drástica em suas vendas de 2020.
Para poder melhorar a situação em 2022, a Gran Coffe planeja investir em seu crescimento. “Estamos agora nos preparando para a situação pós-pandemia. Para isso, retomamos os investimentos na atuação em grandes escritórios, onde precisamos defender nossa liderança e terminar de consolidar o setor”, diz Guilherme Gama, sócio fundador da empresa. “Planejamos investir R$ 30 milhões até 2022 para fortalecer os negócios em todos os seus segmentos de atuação, que vão do aluguel de máquinas ao fornecimento de produtos”, completa.
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