Em uma rara entrevista, Judiney Carvalho, CEO da empresa, disse à Reuters que a demanda por commodities agrícolas brasileiras, impulsionada especialmente pela China, dá suporte ao plano da companhia de crescer por meio de aquisições e projetos greenfield.
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A Amaggi, que produz, processa e negocia grãos, está construindo duas novas unidades de fertilizantes — uma em Mato Grosso, onde a empresa está sediada, e outra em Rondônia–, disse Carvalho em uma entrevista por telefone.
Anteriormente, a companhia já havia divulgado que também está construindo sua primeira instalação de biodiesel em Lucas do Rio Verde, com obras em andamento ao lado de uma planta processadora de grãos mantida pela empresa no município há mais de dez anos.
A chinesa Cofco e empresas norte-americanas como ADM, Bunge e Cargill possuem unidades de processamento de soja no Estado, e os investimentos da Amaggi devem desencadear ainda mais competição nos segmentos de originação e esmagamento de oleaginosas.
“A forma como somos estruturados faz nossa tomada de decisão ser mais rápida se comparada às ABCDs”, acrescentou, em referência a grandes concorrentes globais.
O investimento da Amaggi ampliará sua capacidade de armazenamento de grãos, sua frota rodoviária própria, bem como seu negócio de geração de eletricidade, que terá capacidade instalada total de 90 megawatts até 2023, o suficiente para abastecer uma cidade de 260 mil habitantes.
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Ele confirmou, porém, que a mudança deve aumentar a produção de oleaginosas e fibras da Amaggi em cerca de 34% ante os atuais 1,1 milhão de toneladas por ano.
A Amaggi também possui atuação no setor bancário e uma planta de farelo de soja não geneticamente modificada na Noruega.
Em 2020, a Amaggi negociou cerca de 14 milhões de toneladas de grãos globalmente. O volume, segundo Carvalho, deve avançar para 17,5 milhões de toneladas neste ano.
Carvalho indicou que uma “sólida estrutura de governança”, que exclui membros da bilionária família Maggi –controladora da empresa–, ajuda a companhia executar seu plano de expansão, bem como a navegar pela volatilidade em meio à pandemia, quando algumas tradings enfrentaram riscos financeiros.
“A pandemia virou o mercado de cabeça para baixo”, disse ele. “Se teus parceiros financeiros ficam com medo do Brasil, da atividade e do negócio, eles não te dão o dinheiro e é um problema sério.” (Com Reuters)
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