Kepler Weber aponta déficit de mais de 100 milhões de toneladas de armazenagem de grãos no país em 2022

27 de agosto de 2021
Reuters

Safra recorde em 2022 pode significar déficit de armenagem no Brasil

A Kepler Weber, empresa de produção de silos para grãos, vê grande oportunidade de negócios no país, que terá um déficit de armazenagem de mais de 100 milhões de toneladas no ano que vem, caso se confirme a expectativa de safra recorde em 2021/22.

A projeção de déficit considera a perspectiva de uma safra recorde de 297 milhões de toneladas e uma capacidade de armazenagem de 183 milhões de toneladas, conforme números apresentados pelo presidente-executivo da Kepler, Piero Abbondi, durante evento para investidores.

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“A Kepler está estrategicamente posicionada para atender a demanda reprimida do setor de pós-colheita”, disse o executivo, citando o déficit de armazenagem.

Em 2021, o déficit de armazenagem somou 76 milhões de toneladas, em ano em que a safra de grãos, especialmente de milho, sofreu uma queda acentuada por conta da seca e geadas.

“O Brasil está longe de poder estocar uma safra”, acrescentou Abbondi, lembrando que outros importantes produtores, como os Estados Unidos, têm essa condição.

A projeção é de que o déficit de armazenagem seja crescente na próxima década, podendo atingir 276 milhões de toneladas em 2031, caso a produção de grãos cresça para mais de 500 milhões de toneladas, conforme projeção apresentada.

Para o segundo semestre, o CEO ressaltou que a Kepler está com carteira de pedidos “bastante robusta”, e as condições de mercado “são boas”, com expectativa de o produtor expandir a colheita em 2021/22 na esteira de preços favoráveis de commodities.

“Estamos bastante otimistas em relação a 2022”, comentou.

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Segundo o superintendente comercial e de marketing da Kepler, João Tadeu Vino, a companhia quer aumentar a sua participação no mercado, atualmente estimada em 40%, mas isso deve ser feito de forma “dosada”, de forma a obter o melhor retorno.

Ele comentou que investimentos em armazenagem podem dar retornos relativamente “rápidos” aos agricultores, em prazos de cinco a oito anos, e há ganhos como o melhor planejamento de comercialização, colheita e transporte da safra.

O diretor financeiro da Kepler, Paulo Polezi, citou que a empresa tem ampliado sua geração de caixa e também o ROIC (retorno sobre o capital investido), fechando o primeiro semestre com este indicador em 44,5%, o maior índice da história da empresa, contra 18,7% no mesmo período de 2020. (Com Reuters)

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