Marcello Brito abre congresso da ABAG dizendo não ao negacionismo ambiental

2 de agosto de 2021

Congresso Brasileiro do Agronegócio tem como pauta "nosso carbono é verde"

Divulgação

Marcello Brito, presidente da Abag, faz um duro discurso sobre o papel do agronegócio hoje

O presidente da Abag (Associação Brasileira do Agronegócio), Marcello Brito, abriu o 20º congresso da entidade hoje (2), início da manhã, com um duro discurso antinegacionista, em busca de uma marcação de espaço do agronegócio que tem pautado, principalmente, o setor exportador. “Que usemos nosso ativo agroambiental e nossa inteligência para mandar, para bem longe, o negacionismo que nos isola, a ideologia nos entorpece e, amparados pela melhor ciência, pelos melhores técnicos negociadores, pela melhor política, trabalhemos para recuperar nosso prestígio histórico, nossa imagem institucional e nosso protagonismo agroambiental”, disse Brito.

A Abag tem entre os seus sócios gigantes do setor, empresas multinacionais como Cargill, Bayer, Basf, Corteva, FMC, John Deere, CNH Industrial, Agco, Elanco, Mosaic, Tereos, Yara. E também empresas nacionais, como SLC, Raízen, Jacto, Cooxupé, Algar, Agropalma, Bartira. Não ficam de fora instituições financeiras, como B3, Rabobank, Santander, ItaúBBA, Sicredi, Banco do Brasil, UBS, além de entidades do setor, como Abramilho, Abiec, Abisolo. Essas empresas são responsáveis por parte significativa da originação, comércio e serviços agropecuários. O Brasil, nos dias atuais, é o quarto maior produtor de alimentos e o terceiro maior exportador global, atrás de Estados Unidos e China. Em 2020 foram US$ 100,81 bilhões, segundo maior valor da série histórica do Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária), atrás somente de 2018, quando o valor foi de US$ 101,17 bilhões. Em 2019, as vendas externas somaram US$ 96,8 bilhões. “Liderança se dá na criação de fatos que eliminem falsas percepções e essa liderança pode e deve ser nossa”, declarou o presidente da Abag.

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Com o tema “Nosso carbono é verde”, o evento discute as fontes de energia, o poder da produção, da competitividade nacional, o futuro e os desafios do agronegócio. Brito lembrou da importância em se posicionar porque três eventos internacionais devem pautar as discussões ambientais até o final do ano. E provocou: “qual será o papel do Brasil? Seremos participantes ou protagonistas?”. No próximo mês acontece a Cúpula dos Sistemas Alimentares (Food Systems Summit, ou FSS, na sigla em inglês), durante a semana de Alto Nível da Assembleia Geral das Nações Unidas, no contexto da Década de Ação para alcançar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável até 2030. Em outubro, na 75ª sessão da Assembleia Geral da ONU, acontece a Cúpula das Nações Unidas sobre Biodiversidade, com o tema “Ação Urgente de Biodiversidade para o Desenvolvimento Sustentável”. Em novembro ocorre o mais importante do trio de eventos, a COP26 (26ª Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas da ONU), em Glasgow, na Escócia, quase 30 anos após a Cúpula da Terra (Rio-92), que iniciou a denominada Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC), ou Convenção do Clima.

Brito destacou o que mostra o mais recente relatório de monitoramento de imagem do Brasil no exterior, publicado na quinta-feira (29). “Há boas e más notícias”, disse ele. Em relação às boas, o executivo destaca que a mídia internacional começa a reconhecer a distância entre o Brasil que produz de forma sustentável e com tecnologias e aquele Brasil sem controle de suas áreas públicas, fazendo com que “a imagem negativa do país se consolide”. Os dados mais recentes mostram que, pelo nono ano consecutivo, o desmatamento ilegal no país avança. “Não podemos mais ficar calados à grilagem de terras públicas na Amazônia, processo que dá início à insanidade do desmatamento ilegal e suas perversas consequências sociais, econômicas e ambientais”, afirmou.

Mas o presidente da Abag não abriu o congresso da entidade exultando o setor ou os seus desafios. As primeiras falas de Brito, assim que tomou a palavra, foi fazer uma declaração sobre a pandemia de Covid-19, ressaltando a dificuldade de “celebrar quando mais de 550 mil compatriotas morreram”. Mas destacou que “das incertezas que nos rondavam em fevereiro de 2020, o agronegócio nacional, na sua força, resiliência e compromisso com a nação, nunca parou.” Participam do congresso da Abag, até o final da tarde de hoje e ainda no formato online, representantes de entidades e organizações de 24 países, mais 8 mil inscritos.

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